Em Salvaterra de Magos, efluentes suinícolas alimentam sistemas de rega de prados. Acontece na Herdade do Pessegueiro, onde a proprietária Valorgado diz ter desenvolvido medidas de poupança de água, como sistemas de abeberamento para os
animais, e de aproveitamento de águas pluviais e residuais, com a construção de
três charcas para utilização na lavagem do espaço da exploração suinícola.
Lusa/Agroportal.
“Às zonas da cidade onde as populações enfrentam maior
privação socioeconómica – onde há menos recursos económicos, mais desemprego,
menos escolaridade e também mais idosos –, estão associados espaços verdes com
menor potencial de serviço de ecossistema, ou seja, menor qualidade”, conclui
uma longa investigação de Diogo Guedes Vidal. E esta injustiça ambiental não passa despercebida aos
olhos dos próprios utilizadores: “Avaliaram sempre pior os espaços verdes localizados
em zonas de maior privação. Existe uma injustiça ambiental efetiva e ela também
é percecionada pelos utilizadores”, aponta o investigador. Esquerda.
A Alemanha acusa a Polónia por não a ter informado de uma
potencial contaminação química no rio Oder, que atravessa ambos os países,
depois de toneladas de peixe morto terem sido encontradas a flutuar. As
autoridades de Wroclaw detetaram uma substância tóxica em dois locais no Oder
que é provavelmente o mesitileno solvente, conhecido por ter um efeito nocivo
nos peixes. Christian Wolter, investigador do departamento de
biologia de peixes, pescas e aquacultura do Instituto Leibniz de Ecologia da
Água Doce e Pesca Interior, disse que os problemas no Oder podem ser mais
profundos. Segundo ele, os peixes lutam com os baixos níveis de oxigénio
causados pelos níveis historicamente baixos da água (uma tendência desde 2018)
e temperaturas elevadas da água de cerca de 25 graus Celsius. A esta mistura juntam-se os trabalhos no lado
polaco dos enrocamentos feitos ao edifício do Oder - estruturas rígidas criadas
com rocha, solo e cascalho para evitar a erosão. Isto aumentou os sedimentos, o
que também reduz os níveis de oxigénio em águas já pouco profundas, alega
Wolter. Malgorzata Tracz, do Partido Verde polaco, diz ter alertado as
autoridades sobre a catástrofe ecológica no Oder, mas as instituições
governamentais polacas nem sequer avisaram os residentes de que não deveriam
tocar na água do rio. Grupos ambientalistas alemães acusam a insuficiência de
medidas de conservação da água, bem como a falta de cooperação transfronteiriça
no rio que atravessa a República Checa, a Polónia e a Alemanha. Stuart Braun,
DW.
Cerca de 14 milhões de árvores foram abatidas em toda a
Escócia para dar lugar a centrais eólicas. O governo escocês espera gerar 100%
da sua electricidade a partir de fontes renováveis este ano - mas têm sido
manifestadas preocupações quanto a encontrar um equilíbrio entre a energia
verde e a manutenção das florestas. As estatísticas divulgadas pela Forestry
and Land Scotland mostram que 13,9 milhões de árvores foram cortadas para dar
lugar a 21 projetos de parques eólicos desde 2000. David Bol,
The Herald.
Na noite de quarta para quinta-feira da semana passada,
membros do coletivo Kirikou cimentaram os buracos e plantaram cartazes
no green de dois campos de golfe na região de Toulouse, o de Garonne
e o de Vieille Toulouse. De acordo com o comunicado em que explicaram a sua
ação, “a rega dos greens, percursos e saídas dos campos de golfe está
autorizada por derrogação devido ao custo de manutenção destes terrenos muito
luxuosos.” A “passagem à ação direta” dá-se no que pensam ser “um contexto de
blábláblá incessante dos políticos que nunca ousam tomar as decisões
necessárias”. Os números que apresenta, datados de 2002, e que analisavam o
consumo de água de cerca de uma centena de campos de golpe, concluíam que
usavam a água equivalente a uma cidade de meio milhão de habitantes, ou seja
5.000 habitantes por cada campo de golfe.O Kirikou lançou uma petição onlineexigindo o fim da rega dos campos de golfe nas zonas mais
afetadas pela seca e o fim das exceções, para além de um “controlo real das
captações de água e a obrigação de transparência e de apresentação regular de
relatórios”. Contrastam as restrições de rega “para alguns
horticultores e para a agricultura com a situação dos campos de golfe, “um
desporto reservado aos mais abastados que são poupados da maior parte das
restrições ao uso da água”. Esquerda.
Um grupo de jornalistas e advogados processou a CIA e o
antigo director Mike Pompeo por os terem espiado quando visitaram o fundador do
WikiLeaks, Julian Assange, enquanto ele estava retido na embaixada do Equador
em Londres. The Dissenter.
A embaixada ucraniana em França insistiu com o Canal +
para não transmitir o documentário ‘Máscaras da revolução’. Se o virem,
percebem porquê.
"Estou mais preocupado aqui com a política externa
do que com as questões internas porque é nesta área que o governo dos EUA pode
fazer, e de facto faz, mais mal para o mundo, para o dizer de forma suave. E
nesta área, o que encontramos? Vemos Obama ameaçar, várias vezes, atacar o Irão
se não fizer o que os Estados Unidos querem que faça em termos nucleares;
ameaçar mais de uma vez atacar o Paquistão se as suas políticas anti-terroristas
não forem suficientemente duras ou se houver uma mudança de regime no país com
armas nucleares que não lhe agrade; apelar a um grande aumento das tropas dos
EUA e a políticas mais duras para o Afeganistão; abraçar total e
inequivocamente Israel como se fosse o quinquagésimo primeiro Estado; ignorando
totalmente o Hamas, um partido governamental palestiniano eleito nos
territórios ocupados; criticar o muro de Berlim na sua recente palestra naquela
cidade, sobre a coisa mais segura que um político pode fazer, mas sem qualquer referência
ao muro israelita enquanto estamos em Israel, nem aos numerosos muros
construídos pelos americanos em Bagdade enquanto estamos no Iraque; referir-se
ao governo venezuelano de Hugo Chávez como "autoritário" (referir-se-ia
ele de forma semelhante ao governo Bush, para o qual o termo, ou mesmo
"Estado policial", é mais apropriado? ); falar com a habitual
desinformação e hostilidade sobre Cuba, (…). (Ousaria ele mencionar o caso
escandaloso dos Cinco Cubanos presos nas suas frequentes referências à luta
contra o terrorismo?) William Blum, America’s deadliest export– Zed
Books 2014, pp 285-286.
O projeto da requalificação da Mata Ajardinada da Lagoa
do Congro vai incidir em três eixos: (1) a gestão da vegetação ao longo do percurso pedonal
(remoção de invasoras, controlo do til e do pistoporo, remoção de exemplares em
condições fitossanitárias que possam supor um perigo, ...); (2) beneficiação do percurso, através da melhora do sistema
de drenagem e de colocação de sinalética; (3) criação de um parque de estacionamento para 32 viaturas
e 6 bicicletas, inserido numa mata de criptoméria, com grelhas de enrelvamento
na parte de estacionamento propriamente dita e faixa de circulação em calçada
(cubos de basalto).
Curiosamente, o projeto não
está em consulta pública. A ACT Açores solicitou o acesso ao projeto, mas a
Secretaria regional do Ambiente, passados 10 dias legalmente previstos, não
respondeu.
Mina de cobre em Grândola passa a projeto de potencial
interesse nacional mas a Câmara Municipal está contra porque se situa numa
importante reserva de águas subterrâneas e, se concretizado, terá impactos
desastrosos porque a região é das primeiras a sofrer com falta de água. Uma das
principais captações de água do concelho fica precisamente na propriedade para
onde está projetada a implantação da mina. O concessionário REDCORP –
Empreendimentos Mineiros, Ldaconseguiu
uma autorização PIN, mas a AICEP garante que se não houver sustentabilidade
ambiental a licença ficará pelo caminho. A Câmara de Grândola não quer ver
repetido o que aconteceu nas antigas minas de Canal Caveira e Lousal: as
reservas subterrâneas de água desapareceram com o início da exploração. Para já, o parecer da comissão de avaliação refere a
existência de muitas indefinições relativamente ao projeto. A consulta pública deste projeto decorreu durante 15 dias
úteis (18 abril – 9 maio), tendo-se registado 22 exposições. Entre elas, a União
de Freguesias de Grândola e Santa Margarida da Serra, diz-se contra porque a
viabilidade do montado de sobro não se coaduna com os objetivos da mina, que
irá inibir o desenvolvimento de grande parte do concelho e freguesia para
outras atividades económicas de maior sustentabilidade ambiental e social. Para
a Quercus, a instalação da mina, que incide
sobre várias dezenas de hectares de Reserva Ecológica Nacional, afetaria
irremediavelmente as captações de água subterrânea, com o rebaixamento do nível
freático, diminuição de recarga de aquíferos, potenciando a contaminação de
águas subterrâneas. Os cidadãos não têm ilusões: não é evidente a maisvalia
concreta para o concelho de Grândola uma vez que a empresa promotora não tem
sede no concelho. Além disso, o concelho de Grândola já tem a aldeia mineira do Lousal
que passou por situação semelhante e ainda não recuperou em termos sociais.
Os ambientalistas da Zero estão contra a construção da
Barragem do Pisão porque vai beneficiar apenas 77 explorações agrícolas. Tudo a
um elevado preço: a população terá de ser realojada, mas ninguém prevê custos,
e centenas de hectares de montados vão ser destruídos, prevendo-se a
fragmentação e desaparecimento de habitat de espécies em risco de extinção como
o sisão, a abetarda e a águia caçadeira. Os promotores dizem que a futura barragem
irá disponibilizar água para consumo urbano para cerca de 110 mil pessoas nos
15 municípios do distrito de Portalegre, além de oncluir uma central
fotovoltaica flutuante. Agroportal.
O abeto branco está a migrar
para norte no Ártico a um ritmo superior a quatro quilómetros por década.Os cientistas citam a descoberta de quase 7.000 árvores
de abeto branco no deserto do Alasca e examinam os possíveis mecanismos que
impulsionam a migração das árvores. Encontram um conjunto de condições
favoráveis, incluindo o aumento da temperatura do ar, o aumento dos ventos
invernais e o aumento do nevão, que podem contribuir para a migração
anormalmente rápida. Dizem que as suas observações podem ajudar a melhorar os
modelos de avanço da floresta e fornecer conhecimentos importantes sobre as
condições ambientais, convertendo a tundra em floresta. Nature.
Israel preocupa-se mais com um cão do que com vidas
palestinianas.
Elena Bunina, uma judia russa que nos últimos anos
chefiou a melhor empresa tecnológica russa Yandex, renunciou ao cargo de CEO da
empresa e mudou-se para Israel devido à guerra em curso na Ucrânia. TOI STAFF, The Times of Israel5abr2022. Isto é de uma ironia atroz.
«'Se eu fosse o presidente, poderia acabar com os ataques
terroristas contra os Estados em poucos dias. Para sempre. Primeiro pediria
desculpa - muito pública e sinceramente - a todas as viúvas e órfãos, aos
empobrecidos e torturados, e a todos os muitos milhões de outras vítimas do
imperialismo americano. Anunciaria então que as intervenções globais da América
- incluindo os terríveis bombardeamentos – tinham acabado. E informaria Israel
que já não é o 51º Estado da união, mas - curiosamente - um país estrangeiro.
Reduziria então o orçamento militar em pelo menos 90% e utilizaria as poupanças
para pagar indemnizações às vítimas. Haveria dinheiro mais do que suficiente.
Um ano de orçamento militar de 330 mil milhões de dólares é igual a mais de
18.000 dólares por hora por cada hora desde que Jesus Cristo nasceu. É o que
faria nos meus primeiros três dias na Casa Branca. No quarto dia, eu seria
assassinado’.» William Blum, America’s deadliest export – Zed
Books 2014, p 281.
Cães vadios atacaram 20 bovinos e mataram cerca de 10 em
pastagens entre a Maia e a Lomba de São Pedro, na Ribeira Grande, S. Miguel,
Açores. DA. Muito estranho...
O Governo dos Açores autorizou a aquisição de serviços
por ajuste directo, no valor de 2,2 milhões, para caraterizar os habitats
marinhos de profundidade, a realizar pela Fundação Gaspar Frutuoso, da
Universidade dos Açores. A decisão de realizar um ajuste directo foi tomada depois de o concurso público publicado em Jornal Oficial da
União Europeia ter ficado deserto. A contratação visa “colmatar as lacunas no
conhecimento que subsistem quanto à biodiversidade
marinha bentónica de profundidade, nos Açores, nomeadamente ao nível
das espécies, comunidades biológicas e habitats” e redefinir o “conceito de
ecossistemas marinhos vulneráveis para a região”, segundo o caderno de
encargos. O Governo dos Açores autorizou ainda a celebração de um
contrato-programa no valor de 437 mil euros com a Associação para o
Desenvolvimento e Formação do Mar dos Açores, para “apoiar o funcionamento da
associação” e “assegurar a implementação efectiva da Escola do Mar dos Açores”,
localizada no Faial. Lusa/Público.
As taxas dos sacos de plástico vão pagar prejuízos das
cheias e derrocadas nas Feteiras e nos Mosteiros, segundo o regime jurídico-financeiro de apoio à
emergência climática agora aprovado pelo Governo Regional dos Açores. Carlota
Pimentel, CA.
Cláudia Agostinho, os seus irmãos e primos preparam-se
para assistir a uma luta tenaz que vai desenrolar-se no tribunal europeu dos
direitos humanos. Quase 5 anos depois, o seu processo contra 32 países europeus
- argumentando que as suas políticas climáticas são inadequadas - será ouvido
perante 17 juízes este Outono. O grupo alegará aos juízes que os incêndios
florestais que têm ocorrido em Portugal todos os anos desde 2017 são um
resultado direto do aquecimento global. Alegam um risco para a sua saúde devido
a estes incêndios, e afirmam que já experimentaram padrões de sono perturbados,
alergias e problemas respiratórios como resultado, que são agravados pelo tempo
quente. Dois deles salientam que a perturbação do clima está a causar
tempestades muito fortes no Inverno e afirmam que a sua casa, situada perto do
mar, em Lisboa, pode estar em risco de ser danificada pelas tempestades. Cláudia
Agostinho sublinha que a audiência no tribunal de Estrasburgo acontece numa
altura em que a sua região e o resto do país sofre de novo de condições
meteorológicas extremas: "Fui levada a fazer isto devido à ansiedade que
sinto sobre o que está a acontecer, e o que acontecerá se não tomarmos qualquer
medida. E agora estamos de novo a sofrer com o calor aqui, e penso para comigo:
‘Será que quero trazer crianças para este mundo se não houver um bom futuro
para elas?’, e sinto que algo tem de ser feito, a forma como todos nós vivemos
não é sustentável". Gearóid Ó Cuinn, da Global Legal Action Network
(Glan), a organização que apoia Cláudia Agostinho e a sua família, afirma:
"O facto de o tribunal ter remetido este caso para o Supremo é um avanço
significativo que mostra quão grave é uma questão de direitos humanos que considera
ser a crise climática". Este processo junta-se a outros litígios
climáticos que deverão ser apresentados ao supremo tribunal nos próximos meses.
Damien Carême está a tomar medidas contra o fracasso do seu governo em combater
a rutura climática. Carême, presidente da câmara de Grande-Synthe no norte de
França, diz que a sua cidade enfrenta uma ameaça de submersão a longo prazo se
o nível do mar subir. Outro processo climático envolve um grupo de mulheres,
Mulheres Séniores pela Protecção Climática Suíça, a tomar medidas contra o
governo suíço por não ter adotado uma política adequada de proteção do clima. Os
seis requerentes portugueses são representados por uma equipa de 10 advogados
de vários gabinetes no Reino Unido. Apresentam o seu processo contra os
governos da Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca,
Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria,
Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países Baixos,
Polónia, Portugal, República Checa, Reino Unido, Roménia, Rússia, Suécia, Suíça
e Turquia. Se forem bem sucedidos, os governos serão legalmente obrigados a
aumentar os seus cortes de emissões, mas também a enfrentar as suas
contribuições estrangeiras para a crise climática, incluindo as emissões
mundiais das suas empresas multinacionais. Sandra
Laville, The Guardian.
O antigo primeiro-ministro britânico Gordon Brown diz que
as empresas energéticas que não podem baixar as faturas devem ser
temporariamente nacionalizadas, uma vez que se prevê que as faturas anuais de
energia possam ultrapassar £4,200 até janeiro. Gordon Brown também apelou ao
cancelamento do limite máximo dos preços da energia e à negociação pelo governo
de novos preços mais baixos com as empresas, comparando a situação com a crise
bancária de 2009, em que alguns bancos foram temporariamente nacionalizados
para proteger os consumidores. Jessica Elgot, Peter Walker e Ben Quinn, TheGuardian.
O Ministério do Petróleo sírio acusa as forças
norte-americanas que ocupam a Síria de serem responsáveis pelo roubo da maior
parte do petróleo do país. "A quantidade de produção de petróleo durante o
primeiro semestre de 2022 ascendeu a cerca de 14,5 milhões de barris, com uma
produção média diária de 80,3 mil barris, dos quais 14,2 mil são entregues
diariamente às refinarias", afirma o comunicado do Ministério do Petróleo.
O documento acrescenta que "as forças de ocupação dos EUA e as Forças
Democráticas Sírias (SDF), apoiadas pelos EUA, "roubam diariamente até
66.000 barris dos campos ocupados na região oriental", o que representa
cerca de 83% da produção diária de petróleo da Síria. De acordo com o
ministério, o setor petrolífero sírio sofreu perdas próximas de "cerca de
105 mil milhões de dólares desde o início da guerra até meados deste ano"
em resultado da campanha de roubo de petróleo dos EUA. A 10 de agosto de 2022, imagens
filmadas por um helicóptero de ataque russo mostram um comboio de camiões operado pelos militares americanos, contrabandeando
petróleo roubado com destino ao Iraque, a partir de Raqqah. The Cradle.
A Agência Espacial Australiana confirmou que os destroços
encontrados num pasto de ovelhas na região de Snowy Mountains na Nova Gales do
Sul pertencem à cápsula do SpaceX Dragon de Elon Musk, que foi lançada em
novembro de 2020. Os destroços espaciais continuam lá, ignorando-se quando serão
devolvidos aos EUA. A vice-diretora do Instituto do Espaço da Universidade
Nacional Australiana, Cassandra Steer, disse que havia uma obrigação, ao abrigo
da lei espacial internacional, de devolver quaisquer detritos para o país de origem.
Porém, o SpaceX apenas confirmou que os destroços são seus mas ainda não se
comprometeu com os custos associados à sua devolução para os EUA. Cassandra Steer acrescenta: "Os EUA são responsáveis
por quaisquer danos causados por este lixo especial, e a Austrália pode ir aos
EUA e procurar alguma forma de compensação se houver algum custo envolvido na
sua limpeza".
Elon Musk e os amigos bilionários Richard Branson e Jeff
Bezos participam atualmente num concurso de foguetes para ver quem pode chegar
primeiro a Marte. Estes três indivíduos estão a acelerar o processo de alterações
climáticas, aumentando a quantidade de dióxido de carbono e outros gases na
atmosfera da Terra a cada lançamento. O lançamento de um foguetão pode libertar até 300
toneladas de dióxido de carbono para a atmosfera superior da Terra que pode lá
permanecer durante anos. Estes impactos não incluem o que acontece no solo
durante um lançamento, incluindo o calor e a poluição sonora na área imediata,
ou os impactos na vida selvagem local.
Parece haver poucos controlos postos em prática para
proteger o planeta e os seus habitantes da queda do lixo espacial produzido por
Elon Musk e SpaceX. Em março de 2021, um foguete SpaceX explodiu no lançamento
e os detritos espalharam-se pela área protegida, tendo a sua remoção demorado três
meses.
É evidente que Elon Musk vê a crescente quantidade de
poluição produzida pelos seus projetos SpaceX como pouco mais do que danos
colaterais e menos uma ameaça à nossa civilização. Da mesma forma, ele não se
importa com o quintal que destrói (desde que não seja o seu, obviamente).
Em vez de transformar a sua imensa inteligência (e
riqueza) na resolução dos nossos problemas atuais, Elon Musk (e os seus
bilionários companheiros espaciais) procuram exacerbar estes problemas,
poluindo ainda mais o planeta.
Será interessante ver se ele faz a coisa certa pelo
Governo australiano e o seu povo e paga pela limpeza da porcaria que fez.
O Tribunal Distrital israelita em Jerusalém ordenou a
demolição imediata de uma escola financiada pela Europa na comunidade de Ein
Samiya, perto de Ramallah e inaugurada em meados de janeiro. A escola dá acesso
à educação de crianças de Ein Samiya e às comunidades nómadas vizinhas. Antes
da construção da escola, as crianças tinham de caminhar 9 Kms até à escola mais
próxima do bairro de Ras Al-Tin. A escola de Ras Al-Tin também enfrenta o risco
iminente de demolição pela ocupação israelita. MEM.
Dezenas de palestinianos foram expulsos de um autocarro
em Tel Aviv após três passageiros judeus terem entrado e se terem recusado a
viajar com não judeus a bordo. O incidente, o mais recente de muitas práticas
racistas expondo o crime de apartheid cometido por Israel, aconteceu na semana passada
num autocarro número 288, que viaja da capital israelita para o colonato ilegal
só de judeus na Cisjordânia ocupada. Cerca de 50 trabalhadores palestinianos
estavam a bordo quando o autocarro parou na área de Bnei Brak, dentro de
Israel, onde entraram três passageiros judeus. Após o embarque, recusaram-se a
viajar com os palestinianos e exigiram que o motorista obrigasse os passageiros
não judeus a sair do autocarro. MEM.
A empresa israelita de guerra cibernética NSO tem
contratos com 12 países da UE, através dos quais forneceu a 22 agências de
segurança o software Pegasus para espiar os smartphones. Estes dados foram
descobertos recentemente durante a visita a Israel de representantes da
Comissão de Inquérito do Parlamento Europeu sobre o software espião Pegasus.
Omer Benjakob, Haaretz.
O ex-presidente da Colômbia, Ivan Duque, conseguiu um
emprego no Wilson Center de Washington como "Distinguished Fellow" e “Conselheiro
Global" para questões que incluem a defesa da democracia e as alterações
climáticas, apesar do seu currículo desastroso em matéria de direitos humanos e
destruição ambiental.O Centro Wilson é financiado em grande parte pelo
Congresso dos EUA e tem acolhido inúmeros painéis e eventos que promovem a
desestabilização e golpes de Estado contra a Venezuela. O antigo administrador
da USAID, Mark Green, que é agora Director do Centro Wilson. Green esteve
envolvido na tentativa dos EUA de invasão da Venezuela pela Colômbia em 2019 e
noutros enredos para derrubar o governo de Nicolas Maduro. Na área do Ambiente, Duque introduziu a fraturação
hidráulica pela primeira vez na Colômbia e fomentou a desflorestação em massa
em todo o país. Muitos dos líderes indígenas mortos durante o seu regime eram
defensores da terra e ativistas ambientais. Em 2020, a Organização Nacional
Indígena da Colômbi declarou: "Sob o governo do Presidente Iván Duque
Márquez, a partir de 9 de Março de 2020, a ONIC regista 162 pessoas indígenas
mortas, 555 ameaças coletivas, 14.266 pessoas afetadas pelo confinamento, e
6.985 por deslocalização maciça, entre outras violações dos direitos humanos
dos povos indígenas". RKC.
«(…) a maior parte da cobertura noticiosa internacional
nos media ocidentais é fornecida por apenas três agências noticiosas globais
sediadas em Nova Iorque, Londres e Paris [AP, AFP, Reuters]. O papel fundamental desempenhado por estas agências
significa que os media ocidentais relatam frequentemente sobre os mesmos
tópicos, utilizando até a mesma redação. Além disso, os governos, militares e
serviços secretos utilizam estas agências noticiosas globais como
multiplicadores para difundir as suas mensagens em todo o mundo. Um estudo da
cobertura da guerra na Síria feita por 9 importantes jornais europeus ilustra
claramente estas questões: 78% de todos os artigos foram baseados, no todo ou
em parte, em relatórios de agências, mas 0% em investigação. Além disso, 82% de
todos os artigos de opinião e entrevistas foram a favor de uma intervenção dos
EUA e da OTAN, enquanto que a propaganda foi atribuída exclusivamente ao lado
oposto.» SPR.