A transferência de água entre bacias hidrográficas para a gestão nacional da água não devia ser considerada, defendem os ambientalistas da Corema.
“Julgamos que os transvases não devem sequer ser considerados. Cada região tem as suas particularidades e problemas em termos hídricos e tem de haver uma política de resposta a esses problemas, nomeadamente ao nível das agriculturas que são praticadas”, diz Gualdino Correia.
Para o responsável, tem de haver uma política de gestão da água, senão está a transferir-se o problema para o Norte e possivelmente não se está a resolver o problema do Sul, para além de que o transvase implica sempre deslocalizar espécies e isso tem impactos.
Gualdino Correia alerta que, no Alentejo e no Algarve, estão a implementar-se culturas carentes de água que aumentam o problema da escassez, como é o caso dos frutos vermelhos.
“São culturas desadequadas, numa situação em que é preciso apostar em culturas mais resilientes e com menos gastos em termos de água”, sustentou.
Para o ambientalista, a gestão da água está, essencialmente, relacionada com o desperdício, resultante de perdas em condutas de sistemas que, em alguns casos, estão decrépitos, designadamente no Alto Minho.
“É preciso reduzir as perdas, que são enormes – para cima de 20%. Estamos a falar de um sistema já muito danificado, para não dizer inoperacional. Já era tempo de as câmaras otimizarem estes sistemas, substituindo-os”, afirmou.
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