quinta-feira, 17 de outubro de 2024

ALEMANHA: AGROVOLTAICOS ULTRAPASSAM EXPETATIVAS

Uma investigação do Fraunhofer ISE da Alemanha revela que não só as culturas cultivadas sob os painéis fotovoltaicos beneficiam do sombreamento parcial, mas também que o sistema fotovoltaico produziu mais eletricidade do que se supunha anteriormente, graças ao arrefecimento proporcionado pelas plantas que se encontravam por baixo. Fonte.

BICO CALADO

  • Israel está a bloquear a entrada de camiões de alimentos em Gaza. Recorde-se que em 2021, os EUA e Israel foram as duas únicas nações que votaram contra uma resolução que fazia da alimentação um direito humano universal.
  • Israel atacou um sobrevivente do bombardeamento atómico de Hiroshima por causa de uma comparação que fez entre a explosão e o atual ataque a Gaza. Toshiyuki Mimaki, um dos líderes da organização Nihon Hidankyo, que representa os sobreviventes do ataque dos EUA, comparou os dois depois de o grupo ter sido anunciado como o destinatário do Prémio Nobel da Paz. "Pensei que, de certeza, [o vencedor do Prémio Nobel da Paz] seriam as pessoas que trabalham tão arduamente em Gaza, como vimos. Em Gaza, as crianças a sangrar estão a ser seguradas pelos pais. É como no Japão há 80 anos". Fonte.
  • O nazismo geracional e o Diário de Anne Frank. Carlos Matos Gomes, Medium.
  • O orçamento do Palácio do Eliseu e dos deputados está a explodir, com um plano de austeridade de milhares de milhões de euros na história recente, que retira dezenas de milhares de milhões de euros aos serviços públicos, nomeadamente à educação. Uma opulência cada vez mais indecente para a aristocracia republicana, um regime rigoroso para a plebe. Fonte.
  • Estudo expõe a duplicidade de critérios na cobertura da CNN e da MSNBC sobre Gaza e a Ucrânia Os media norte-americanos, segundo os analistas, "deveriam elevar a sua cobertura do sofrimento em Gaza para ser comparável à da Ucrânia, com o mesmo tom urgente e moralizador". Fonte.
  • Israel confronta-se com taxas de imigração recorde. Este ano, mais de 40 600 pessoas saíram do país. Fonte.

Cá está a carteira, diz Zelensky neste mural réplica de uma famosa capa de um dos discos dos Beatles. Uma referência à canção dos Beatles Here comes the sun.

  • Sabia que uma grande parte do mercado de VPN é discretamente operada por uma empresa israelita com ligações estreitas aos serviços secretos militares israelitas? Fonte.
  • Barak Ravid é um dos espiões israelitas que escrevem as notícias da América. Fonte.
  • Paulo Rangel prometeu que o navio ia tirar a bandeira portuguesa. O que aconteceu depois? Fonte.

In memorium: sete velinhas para Ricardo Salgado -  (1), (2), (3), (4), (5), (6) e (7).

  • “(…) Estava lá a redução do peso fiscal para as empresas que, para o ano, comprem automóveis, aumentando em 10 mil euros o valor de venda dos popós que podem beneficiar dessa bondade do Estado. Imagino a alegria de administradores e diretores do nosso fabuloso mundo empresarial, que já estão a fazer contas para a compra do próximo Tesla, Mercedes ou BMW. (…) Estavam lá as isenções de pagamento de IRS e de Taxa Social Única para os prémios de desempenho. Adivinho gestores, assessores, consultores e respetivos favoritos menores, que ganhem acima de 40 mil euros por ano, a combinarem maneira de se darem a si próprios estes prémios para engordarem o rendimento anual, livrando-se da TSU e sem entregarem ao Estado 43% ou mais de imposto. Estava lá o aumento de isenções fiscais às empresas que dão seguros de saúde privados a trabalhadores e respetivos agregados familiares - mais uma maneira de quem está no topo de empresas com alguma dimensão desviarem recursos para si e para os quadros mais bem pagos. É também outra maneira de ajudar o negócio da Saúde privada (porquê, se eles já têm lucros fantásticos?!...). Mais do que isso, a medida ajuda a continuar a degradar indiretamente o Serviço Nacional de Saúde, paulatinamente empurrado para ser cada vez mais o Serviço de Saúde dos pobres, dos incuráveis e das terapias caríssimas que os privados e os seguros não estão dispostos a pagar. E estava lá a redução em 50% do pagamento de impostos relacionados com o trabalho suplementar - uma bela ajuda a todos os empresários que não querem contratar novos trabalhadores, mesmo que a intensidade de produção o exija, obrigando o seu pessoal a fazer imensas horas extraordinárias. (…)” Pedro Tadeu, Quem quer um popó com a ajuda do Estado?DN16out2024.
  • A gestão descentralizada das escolas está a causar prejuízos de milhões às autarquias. As transferências do Estado ficam aquém do que é necessário. Pagar as refeições escolares; pagar a água, luz e gás; garantir a limpeza; garantir o transportes aos alunos de circuitos especiais; e, claro, pagar aos funcionários: Nas autarquias o dinheiro não chega para isto tudo. Fonte.


LEITURAS À MARGEM

White Trash - A história não contada de 400 anos de classes na América (40)

“Assim, a animosidade dos brancos suburbanos para com os negros replicou-se no tratamento dos brancos pobres. Smith constatou que os antigos brancos pobres do Sul e a população imigrante em ascensão tinham algo em comum: ‘O que toda a gente sempre quis neste país, o que a maioria veio cá buscar, foi afastar-se de todos os outros que cheiram mal, dormem numa barraca, comem carne gorda e vão ficar mal amanhã porque não há emprego para onde ir’. Subir na vida significava ficar à frente dos que ainda estavam presos na ‘valeta da pobreza’. Mas em vez de ajudar os outros a escapar à miséria, esta nova adição à classe média ressentia-se profundamente de um governo que desperdiçava dinheiro com os pobres.”

Nancy Isenberg, White Trash – The 400-year untold history of class in America. Atlantic Books 2017, pp 277-278.

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

REINO UNIDO: QUEIMA DE LIXO DOMÉSTICO PRODUZ ELETRICIDADE E POLUI QUE SE FARTA

  • A queima de lixo doméstico em incineradores gigantes para produzir eletricidade é agora a forma mais suja de produzir energia no Reino Unido. Quase metade do lixo produzido nos lares britânicos, incluindo quantidades crescentes de plástico, está agora a ser incinerado. Os cientistas alertam para o facto de se tratar de um desastre para o clima - e alguns apelam à proibição de novas incineradoras. Fonte.
  • A Europa atravessa uma preocupante crise de dispersão de sementes, alerta um estudo de investigadores do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Segundo a investigação, um terço das 398 espécies de animais que dispersam sementes ou está já ameaçado de extinção ou as suas populações estão em declínio e poderão vir a enfrentar risco de extinção num futuro próximo. Por outro lado, pelo menos 190 espécies de plantas selvagens na Europa têm a maioria dos seus dispersores conhecidos ameaçados ou em declínio. Fonte.
  • A Solbian e a Sunspeker desenvolveram novos módulos solares para aplicações em sistemas fotovoltaicos integrados em veículos. Os módulos utilizam autocolantes personalizáveis e totalmente recicláveis que podem reproduzir imagens de alta definição, mantendo-se permeáveis à luz. Fonte.
  • 56 moléculas com um elevado risco de contaminação da água potável em França não são monitorizadas. Estas moléculas são metabolitos de pesticidas, ou seja, resultam da decomposição dos pesticidas após a sua disseminação no ambiente. Fonte.
  • Mais de 85% dos países não cumprirão o prazo estabelecido pelas Nações Unidas para apresentarem novos compromissos em matéria de natureza antes da Cimeira da Biodiversidade COP16 na Colômbia. Fonte.

COMO OS RICOS ESTÃO A DEVASTAR O PLANETA (8)


BICO CALADO

 “(…) No ano passado, escrevi um artigo intitulado Condom Diplomacy (Diplomacia do Preservativo) em que argumentava que a afinidade americana com a maioria dos países não brancos se deve à possibilidade de os utilizar na região sem ter de lidar com as reações adversas. ‘Fizeram a mesma coisa em 2001, na sua justa guerra contra o terrorismo, após o 11 de setembro. Utilizaram o Paquistão como base de lançamento e deixaram-no lidar com os refugiados do Afeganistão. (…) Em abril de 2022, estava em cima da mesa um projeto de cessar-fogo entre a Ucrânia e os EUA, negociado por Israel. Boris Johnson, em nome do "Ocidente", foi a Kiev e disse a Zelensky para não o aceitar. Sempre que parecia que se ia chegar a um acordo, os EUA estavam demasiado ansiosos por enviar mais equipamento de defesa. Não têm dinheiro para gastar com os seus próprios estudantes ou com os cuidados de saúde, mas para isso há sempre dinheiro. (…) Agora, os ucranianos estão a ser obrigados a apresentar contas e Zelensky fica a dizer-lhes: "Isto não é um filme de Hollywood." É assim que é a diplomacia do preservativo. És um amigo até ao momento em que te posso usar sem me preocupar com as consequências para ti.’ Tinha a sensação de que, da mesma forma, o apoio dos Estados Unidos a Israel servia de preservativo contra o Irão. O Irão e o Iraque têm um antagonismo xiita-sunita desde a sua criação. Os americanos ivadiram a região em busca de petróleo e, com os seus conhecimentos incompletos, decidiram apoiar o Irão com armas e, quando o Xá caiu, decidiram apoiar o Iraque com armas. Ambos descobriram que odiavam a América. Ao longo das últimas duas décadas, transformaram o Iraque numa não-entidade e num terreno fértil para o ISIS. O berço da civilização, o Irão, foi mais difícil de quebrar. (…) A Cisjordânia está cheia de marcas porque os colonos israelitas continuam a avançar e a ocupar as terras que lhes apetece. Em março de 2024, enquanto assassinavam incansavelmente crianças na caça ao Hamas, roubaram cerca de 2000 hectares à Cisjordânia. (…) Nem uma única agência noticiosa ocidental noticiou este facto e, por conseguinte, a única fonte de onde se pode retirar esta notícia é o comunicado diplomático emitido pelo Governo francês.


Este era o mapa da América em 1648. Culturas agrícolas é um eufemismo para os nativos americanos. Chamemos-lhes apenas os palestinianos da América do Norte. Eles viviam lá, a terra era deles. O pequeno pedaço que os colonos ocuparam na Costa Leste tinha mais terra do que todas as Ilhas Britânicas. A história americana é contada da seguinte forma: a Inglaterra estava a aprovar leis fiscais a torto e a direito; um grupo de homens muito, muito, muito justos disse basta! Em 1776, sentaram-se à volta de uma mesa na Pensilvânia, assinaram um pedaço de papel e o país foi criado nas condições atuais. A verdade é que um conjunto de proprietários brancos estava a ser impedido de se expandir para oeste porque a Grã-Bretanha não queria guerras coloniais. A lei dos selos tributava o papel que era utilizado pela alta sociedade, não pelos pobres! A maioria deles era proprietária de escravos. (…) Muitos deles abusavam sexualmente dos escravos. Infringiram a lei porque favoreciam o expansionismo. Envolveram-se em traição. Fomentaram a insurreição armada. Em suma, um grupo de Donald Trumps criou um país. Seria suficiente? Será preciso perguntar?

Em 1789, quando a Constituição entrou em vigor, já tinham começado a deslocar os nativos para fora da região atualmente conhecida como Geórgia e Florida. O rio Mississipi formava uma barreira física e a França, que tinha financiado a maior parte da secessão americana da Grã-Bretanha, estava em alvoroço. Não havia bolos para comer e Mary Antionette deu por si a rebolar a cabeça na Praça da Concórdia. Passou-se uma década de incerteza e, à medida que o século XIX avançava, Napoleão subiu ao poder. (…) Estava mais concentrado na Europa e queria angariar dinheiro para a guerra. Vendeu o Louisiana. (…)

Esta aquisição deu-lhes um terço do continente, o único pedaço de terra do Império Americano que foi legitimamente comprado a um ocupante ilegítimo.


Não só despojou os nativos das suas terras no sul e os recambiou para o Utah; 90% deles morreram no caminho devido à árdua viagem. Como se isso não bastasse, enviou "grupos de caça" para a Geórgia e para a Flórida para encontrar e matar todos os que quisessem ficar para trás. Pode ler tudo isto no livro "República Indigna", de Claudio Saunt. O facto de os ter perseguido a oeste do Mississipi não pôs fim à sua desgraça.

Depois da Guerra Civil, os estados americanos e o governo federal começaram a celebrar acordos com os nativos para acabar com as hostilidades. Mal a tinta secava, começavam a invadir as suas terras, até que rebentava outra guerra e era assinado outro acordo que os americanos nunca tencionavam cumprir. (…) A forma como a América se tornou América não é muito diferente da forma como Israel se tornou Israel.

Após as guerras com os espanhóis, em 1871, a América tinha o aspeto que conhecemos hoje.

A corrida ao ouro já tinha danificado as suas terras e provocado uma grande expropriação. As suas terras foram lentamente retiradas das suas mãos por todos os presidentes americanos que se seguiram, incluindo Abraham Lincoln. As tribos foram transformadas em pequenas nações nativas que já não tinham a liberdade de ter a sua própria lei. Todas elas tinham de aderir à lei federal.


Depois veio o etnocídio: as autoridades americanas raptaram regularmente crianças nativas e enviaram-nas para escolas residenciais para as ‘civilizar’. Os servos de Deus usavam regularmente estas crianças para abusos sexuais. Eram obrigadas a lavar a boca com água salgada se falassem as suas línguas nativas e forçadas a esquecer a sua cultura. Os canadianos eram igualmente maus, apenas tinham um melhor departamento de relações públicas. Só na década de 1910 é que acabaram com os nativos. (…) Para a América, olhar para Israel será como olhar para o espelho e ver o Júnior. (…)”

Vivek Srinivasan, Porque é que a América ama Israel Medium.

LEITURAS À MARGEM

White Trash - A história não contada de 400 anos de classes na América (39)

O Presidente Lyndon B. Johnson e a sua mulher, Lady Bird, cumprimentam a família de Tom Fletcher em Inez, Kentucky, em 1964. Fletcher era um trabalhador desempregado de uma serração com oito filhos. Bettman/Corbis.

“À medida que o seguiam [Lyndon B Johnson] na sua digressão por cinco estados, os operadores de câmara captavam imagens do presidente nos alpendres de barracas degradadas, ouvindo carinhosamente as pessoas da montanha - era um flashback de James Agee/Walker Evans aos anos trinta. Os problemas enfrentados pelos Apalaches eram graves: uma elevada taxa de desemprego em comparação com o resto do país (nalguns locais, três ou quatro vezes superior à média nacional); habitações degradadas; uma força de trabalho sem instrução; e um ambiente devastado pela extração mineira.
As famílias de agricultores das montanhas tinham sido despojadas do direito legal à sua propriedade quando as empresas de extração de carvão, ajudadas pelos tribunais estaduais, receberam a prerrogativa de devastar campos, destruir florestas, construir estradas onde quisessem e poluir as fontes de água. No final, a administração Johnson assegurou a aprovação da Lei de Desenvolvimento Regional dos Apalaches, fornecendo infra-estruturas, escolas e hospitais. Posteriormente, o Presidente declarou que o facto de ter visto a pobreza em primeira mão o tinha convencido da necessidade da Lei do Medicare. E assim, a luta contra a pobreza rural continuou a ser um elemento central da 'Guerra contra a Pobreza' de Johnson. Mas mesmo estas políticas arrojadas revelaram-se inadequadas para gerir a enorme devastação que a economia regional já tinha sofrido.”

Nancy Isenberg, White Trash – The 400-year untold history of class in America. Atlantic Books 2017, p 263.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

RECICLAGEM: SUCATEIROS ABSORVEM A MAIOR PARTE DOS FRIGORÍFICOS E ARES CONDICIONADOS

Rádio Regional.

  • Portugal apenas recolheu 20,5% dos equipamentos de regulação de temperatura (frigoríficos e ares condicionados) colocados no mercado em 2022. A reduzida recolha deste tipo de resíduos tem graves implicações ambientais, uma vez que os fluidos refrigerantes utilizados nestes equipamentos quando libertados para a atmosfera são muito prejudiciais para o clima, visto que têm um potencial de aumento global da temperatura muito superior ao do dióxido de carbono. A fraca recolha decorre essencialmente do facto de os comerciantes não estarem a cumprir a legislação que obriga à recolha do frigorífico velho, quando entregam um novo, e ao seu encaminhamento para operadores licenciados para o tratamento destes resíduos. Na maioria dos casos, a empresa transportadora contratada pelos comerciantes para fazer a entrega dos frigoríficos novos faz a recolha dos velhos, mas não os encaminha para o destino legal, acabando por os vender a sucateiros. A ZERO propõe o lançamento de um sistema de controle da recolha de frigoríficos velhos através de GPS e na criação de incentivo económico aos consumidores para a entrega dos frigoríficos usados. Fonte.
  • Nuno Lacasta é dono de 15% de cinco das onze pedreiras licenciadas no Parque Nacional da Arrábida. Esteve à frente da Agência Portuguesa do Ambiente durante doze anos e diz que pediu escusa de lidar com o setor das pedreiras. Fonte.

  • Painéis solares vão ser colocados como tapetes nas linhas férreas da Suíça. A eletricidade produzida pelo sistema fotovoltaico será introduzida na rede elétrica e utilizada para alimentar habitações, uma vez que a sua introdução nas operações ferroviárias seria um processo mais complicado. A Sun-Ways estima que a rede ferroviária nacional poderá produzir um Terawatt-hora de energia solar por ano, o que equivale a cerca de 2% do consumo total de energia da Suíça. Para além da Suíça, a empresa está envolvida em projetos semelhantes que estão a ser planeados em Espanha, na Roménia e na Coreia do Sul. Fonte.
  • Projeto de central nuclear num dos principais centros turísticos do Quénia e habitat de espécies ameaçadas suscita protestos. Fonte.

COMO OS RICOS ESTÃO A DEVASTAR O PLANETA (7)

 


BICO CALADO

  • “Nos próximos anos, estudantes de departamentos universitários de todo o mundo estudarão a propaganda contida neste título. Como alguém que dá regularmente aulas de sociologia, jornalismo e estudos dos media, poderia dar uma aula inteira só sobre o título. Por exemplo: 1. Tratar os 4 soldados israelitas como mais importantes do que as 23 crianças palestinianas (ao começar a história com as suas mortes e só no fim incluir as outras) implica que as suas vidas têm mais valor. 2. A infantilização dos soldados no ativo como ‘adolescentes’, sem realçar a idade das crianças da escola, apesar de muitas delas serem comprovadamente mais novas. 3. O uso clássico da voz passiva: os israelitas são ‘mortos’ enquanto os palestinianos apenas ‘morrem’. 4. Colocar aspas em torno de ‘23 mortos’ prejudica subtilmente a credibilidade dessa afirmação. Será que não morreu ninguém e os palestinianos estão apenas a mentir? 5. Utilizar a palavra ‘attack’ para as ações do Hezbollah, mas escolher uma palavra mais neutra e clínica como ‘strike’ para a agressão israelita. 6. Permitir que as fontes israelitas ditem o enquadramento da história (‘Israel nomeia soldados adolescentes’), etc. 7. O facto de nomear os soldados israelitas, mas não fazer o mesmo com o número muito maior de palestinianos, envia mais uma vez a mensagem ao leitor de que as vidas dos palestinianos não têm tanta importância, se é que têm alguma. É incrível a quantidade de propaganda aqui colocada em 16 palavras. Estamos a nadar num mar de propaganda. É por isso que é crucial desconstruí-la e avaliar criticamente tudo o que se lê, vê e ouve.” Alan MacLeod.
  • O Paquistão acolheu 27 estudantes de medicina palestinianos para completarem os seus estudos no país, sublinhando o seu apoio ao acesso dos palestinianos à educação e aos cuidados de saúde, num contexto de violência contínua em Gaza. Fonte.
  • Colonos israelitas, apoiados pelas forças de ocupação, agrediram agricultores palestinianos que colhiam azeitonas em Qusra, a sul de Nablus, no norte da Cisjordânia ocupada. Fonte
  • Há muitas coisas que podes fazer para sancionar e boicotar Israel. Uma das mais simples é deixar de pagar a constante propaganda israelita da BBC. Deixa de pagar a tua licença de televisão agora. Cancela imediatamente o débito diretoCraig Murray.
  • Os Estados Unidos anunciaram no domingo que vão enviar tropas norte-americanas e um avançado sistema anti-míssil THAAD para Israel, num destacamento destinado a reforçar as defesas aéreas do país na sequência de ataques com mísseis por parte do Irão. O Presidente dos EUA, Joe Biden, disse que a medida se destinava "a defender Israel", que está a ponderar uma retaliação contra o Irão, depois de este país ter disparado mais de 180 mísseis contra Israel em 1 de outubro. Fonte.

LEITURAS À MARGEM

White Trash - A história não contada de 400 anos de classes na América (38)

“Em 1951, os Levitts lançaram o seu segundo empreendimento, em Bucks County, na Pensilvânia, depois de a U.S. Steel ter decidido construir a sua fábrica de Fairless na zona. Atraiu trabalhadores do setor siderúrgico, bem como uma comunidade de trabalhadores da construção civil que estabeleceram um acampamento de caravanas. Embora pouco separasse de facto as duas comunidades da classe trabalhadora - as famílias eram estáveis e tinham mais ou menos o mesmo número de filhos - os Levittowners sentiam que a sua comunidade era um 'símbolo de realização da classe média', enquanto os residentes do acampamento eram rotulados de 'lixo das rulotes'.

Para expulsar as famílias das rulotes, as autoridades locais rapidamente aprovaram regulamentos. Os residentes locais, ofendidos, consideraram as famílias de caravanas como 'transientes', afirmando que deviam ser 'expulsas o mais rapidamente possível'. Um dos argumentos invocados contra o enclave das rulotes soará familiar: a preservação do valor das propriedades. Os operários da construção civil eram considerados lixo não por causa da sua origem de classe, mas porque viviam em rulotes. Eram as suas casas sobre rodas que carregavam o estigma.

Nancy Isenberg, White Trash – The 400-year untold history of class in America. Atlantic Books 2017, pp 240-241.