quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Europa: Como pode um fundo com participações em combustíveis fósseis realizar um estudo sobre sustentabilidade ambiental?

  • Em abril, a Comissão Europeia contratou a BlackRock, um fundo com participações na indústria de combustíveis fósseis, para a realização de um estudo sobre sustentabilidade ambiental. A Provedora de Justiça Europeia confirmou existir conflito de interesses, tal como alegava a queixa entregue pelos eurodeputados Marisa Matias e José Gusmão, através da Change Finance. O conselho da BlackRock está longe de ser imparcial. Umainvestigação recente do Corporate Europe Observatory e da Change Finance revela evidências de que a BlackRock desempenha um papel primordial no lóbi contra o estabelecimento de padrões rígidos e sustentáveis para investimentos da UE. É também uma grande investidora em combustíveis fósseis, apesar das afirmações esverdeadas do CEO Larry Fink no início de 2020. Além disso, a pesquisa mostra que a BlackRock é a maior ou a segunda maior acionista em 12 dos 15 maiores bancos europeus que têm investido em combustíveis fósseis. Além disso, estudos anteriores mostraram que a BlackRock está entre as três maiores acionistas em 25 das maiores empresas de desmatamento listadas publicamente e entre as 10 maiores acionistas em 50 das maiores empresas de risco de desmatamento do mundo.
  • Em 1980, o navegador Bernard Moitessier publicou uma carta aberta para encorajar todos os presidentes de Câmara de França a plantarem árvores frutíferas nos seus municípios. Quarenta anos depois, em 25 de novembro, os colaboradores da Raporterre renovam este pedido. Catherine-Émeline Robillard e Corinne Morel-Darleux, Reporterre.
  • Os alunos da escola Akshar, em Pamohi, pagam as suas propinas com lixo plástico que levam de casa. Nas disciplinas de formação profissional, os alunos aprendem a instalar painéis solares e trabalham em oficinas de carpintaria e eletrónica. Dos 20 alunos originais, Akshar agora tem 7 professores que ensinam 110 crianças de 4 a 15 anos e uma lista de espera de 100 candidatos. «Procuramos ensinar os alunos a responsabilizarem-se pelo ambiente e a esforçarem-se para o melhorar», diz Mazin Mukhtar, o director. «Com o lixo plástico que eles trazem, produzimos tijolos para construção. As nuvens de fumo tóxica da queima de plástico que costumava assolar a escola diminuíram significativamente.» Uma forma não convencional de reduzir o trabalho infantil também foi concebida. Como não se podia pagar as crianças como o faziam as pedreiras, criou-se um modelo de aprendizagem de mentoria, segundo o qual as crianças mais velhas orientam os mais jovens e, em troca, são pagos em dinheiro a fingir que pode ser usado para comprar lanches, roupas, brinquedos e calçado em lojas locais. À medida que os alunos progridem academicamente, os seus salários aumentam. Neeta Lal in Pamohi, The Guardian.
  • Projetos de infraestruturas hídricas estão a ser acelerados em Nova Gales do Sul, Austrália, para comunidades à prova de seca. Mas suspeita-se de que tudo não passe de um disfarse para encobrir mais operações de mineração devoradoras de água que estão a expander-se, tudo à custa dos contribuintes. Troy Walsh, Michael West Media.
  • Em Dunedin, Nova Zelândia, um grupo de geólogos liderado por Mike Palin da Otago University, espera reduzir as emissões nocivas ao clima fazendo perfurações até aos 500 metros num vulcão extinto há imenso tempo para aproveitar o seu calor. Phil Taylor, TheGuardian.

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