terça-feira, 12 de setembro de 2023

Rio Tejo invadido por bloom de algas tóxicas vindas de Espanha

Bloom de algas na foz de uma linha de água afluente do rio Tejo na albufeira do Fratel - 08-09-2023. MedioTejo/proTEJO

  • A poluição de bloom de algas (cianobactérias) de extrema toxicidade e com cheiro putrefacto, com origem em Espanha, invadiu novamente o rio Tejo e já chegou a Vila Velha de Ródão, estendendo-se pela albufeira do Fratel e que irá progredir contaminando todo o rio Tejo a montante da dessa barragem,  alerta o Movimento pelo Tejo. Segundo o Movimento pelo Tejo, este bloom de algas resulta de vários fatores. Primeiro, a “concentração elevada de nutrientes, nomeadamente fósforo, e as substâncias tóxicas depositadas no fundo das albufeiras da Extremadura espanhola, Azutan, Torrejon, Valdecañas, Alcantâra e Cedillo, ao longo de décadas de descargas de águas residuais sem adequado tratamento e das escorrências de fertilizantes agrícolas”. Segundo, “a permissão à Iberdrola, por parte dos governos de Portugal e Espanha, de livre gestão das descargas de caudais das suas barragens, uma vez que não se encontram implementados caudais ecológicos entre ambos os países, conduz a uma constante e contínua volatilidade do caudal do rio Tejo com alternância de ausência de caudal e de descargas significativas de água pelas barragens espanholas, que tem como única finalidade maximizar o lucro da produção de energia hidroelétrica fazendo descargas quando o preço da energia no mercado espanhol se encontra em níveis bastante elevados”. Finalmente, “as condições de temperatura e luminosidade elevadas, que se observam nos meses de Verão em que estas barragens armazenam pouca água em resultado do seu esvaziamento artificial pelas barragens, criam as condições propícias à proliferação deste bloom de algas que também dispõe dos nutrientes necessários”. Neste contexto, o proTEJO considera que o ministro do Ambiente e Ação Climática deve exigir explicações ao seu congénere espanhol, visto que esta situação, que ocorre ano após ano, constitui um agravamento adicional do estado ecológico das massas de água do rio Tejo em Portugal. O proTEJO pondera apresentar uma queixa à Comissão Europeia contra os governos de Portugal e Espanha alegando o incumprimento da Diretiva Quadro da Água por permitirem uma gestão das barragens para a produção hidroelétrica com critérios meramente economicistas de maximização do lucro que causa uma deterioração adicional do estado ecológico das massas de água do rio Tejo. MedioTejo.
  • Eleitores suíços rejeitam projetos de parques solares gigantes nos Alpes. Consideraram que as centrais solares seriam uma monstruosidade industrial nas imaculadas montanhas suíças e que seria preferível construir mais edifícios e casas em vilas e cidades - mais perto de onde a energia seria usada. “Com as suas barragens gigantes, Valais já forneceu uma grande parte da sua eletricidade ao país”, afirmou a seção local do Partido Popular Suíço no seu website. “Acrescentar outra degradação ambiental a esta primeira é inaceitável. Saquear os nossos Alpes em benefício de operadores estrangeiros gananciosos e das suas filiais locais não menos gananciosas só pode ser um péssimo objetivo e um enorme prejuízo para nós”, acrescentou. Euronews.
  • Antigo depósito de lixo em Essex torna-se a terceira maior central solar do Reino Unido. A central solar Ockendon, da Veolia, gerará eletricidade suficiente para abastecer cerca de 15.000 residências. Jillian Ambrose, The Guardian.

  • Colónias de formigas vermelhas encontradas na Itália podem espalhar-se pela Europa, alertam investigadores que identificaram 88 ninhos dessa espécie perto de Siracusa, Sicília. A formiga de fogo vermelha, Solenopsis invicta, tem um ferrão poderoso, danifica plantações e pode infestar equipamentos elétricos, incluindo carros e computadores. Esta formiga pode formar rapidamente “supercolónias” com múltiplas rainhas. As colónias atacam invertebrados, vertebrados maiores e plantas, destruindo plantas nativas e competindo com outras formigas, insetos e herbívoros nativos por alimento. Patrick Barkham, The Guardian.
  • Um cientista climático, autor de um recente estudo que atribuía a responsabilidade dos fogos na Califórnia às alterações climáticas, admite ter ignorado propositadamente outros fatores mais relevantes, como a gestão florestal ou a intervenção humana direta. O investigador relata que, quando se afastou da “fórmula” da narrativa dominante, que centra toda a atenção nas alterações climáticas, foi imediatamente rejeitado pelos editores e os artigos nem chegaram a ser revistos por pares.

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