domingo, 1 de março de 2020

Bico calado

  • «(…) E se já é difícil para um leigo perceber quem tem razão nas infindáveis querelas dos ‘especialistas’, mais difícil isso ainda se torna sabendo nós que por detrás de qualquer escolha estão inevitavelmente, e mexendo-se afanosamente na sombra, todos os interesses habituais: lobistas profissionais, os três ou quatro escritó¬rios de advocacia de Lisboa que estão em todos os negócios onde entra o Estado, os bancos que os vão financiar, as construtoras portuguesas e estrangeiras que cobiçam a obra e os engenheiros avençados por elas para defenderem esta ou aquela solução publicamente. Nada disto é a feijões, meus caros! E à cabeça de todos, batendo-se pelo Montijo — porque é mais barato e lhe cabe pagar a obra —, está a Vinci, essa empresa de vão de escada a quem o Governo PSD-CDS entregou a ANA, uma empresa pública rentável e eficaz, no que foi um dos mais inqualificáveis actos de gestão pública jamais consumados. (…)» Miguel Sousa Tavares, in Um aeroporto como paradigma portuguêsExpresso 29fev2020.
  • Um norte-americano oriundo da Pensilvânia e a sua filha de 3 anos com sintomas do coronavírus foram evacuados de Wuhan, na China, para a Marine Corps Station Miramar, perto de San Diego. Agora apresentaram-lhes uma fatura de4 mil dólares, conta o New York Times.
  • Colonos israelitas arrancaram centenas de oliveiras e videiras em Al-Khader e Zakandah, nos territórios ocupados da Palestina. MEM
  • Um ex-assessor de Benjamin Netanyahu disse à polícia que o primeiro-ministro gastou num jantar com a esposa 24.000 dólares num restaurante de Moscovo e enviou a fatura a um amigo bilionário que jantara ao pé. Tudo isto durante uma visita oficial à capital russa em 2010. Times of Israel.
  • «Os economistas costumam dizer que os jogos de sorte e de azar patrocinados pelo Estado (como a Lotaria Nacional ou a Raspadinha) são um imposto sobre a pobreza. São os pobres que mais jogam e mais perdem dinheiro neste tipo de jogos. (…) as famílias mais pobres gastam proporcionalmente 20 vezes mais em lotarias do que as mais ricas. É difícil inventar um imposto mais regressivo do que este. Se a isto acrescentarmos que os desempregados têm maior propensão a comprar estes jogos, rapidamente concluímos que não é apenas um imposto sobre a pobreza, mas também sobre o desespero. É quase uma forma de extorsão, dado que estes jogos são matematicamente desenhados para garantir que quem joga perde dinheiro, em média. (…)» Luís Aguiar-Conraria, in Como pôr os mais pobres a pagar mais impostos? A Santa Casa da Miséria explicaExpresso.

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