sábado, 10 de junho de 2017

«É indispensável reduzir a pressão do uso do litoral para assegurar que será perdido o menor espaço de território possível.»

  • O Ministério do Ambiente adquiriu drones para fazer vigilância noturna em zonas onde haja problemas de descargas poluentes, como no Nabão, em Tomar, ou no Almonda/ribeira da Boa Água, em Torres Novas, informou o Secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, citado pelo MedioTejo.
  • Portugal será um dos territórios mais afetados em toda a Europa com a subida do nível do mar e a mudança no regime das ondas e das correntes marítimas, com a erosão acentuada por tempestades mais frequentes e mais violentas, admite o ministro do Ambiente João Pedro Matos Fernandes. É, por isso, indispensável reduzir a pressão do uso do litoral para assegurar que será perdido o menor espaço de território possível. Daí a importância que o ministro atribui às obras que vão ser lançadas ao longo de 50 quilómetros do nosso litoral. Já em julho, 9 obras serão lançadas, entre as quais a do desassoreamento da ria de Aveiro, com colocação de dragados na defesa da costa. A intervenção, designada como «Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro», compreende o conjunto de operações de dragagem dos fundos e deposição dos sedimentos para reforço de margens e/ou motas em zonas baixas ameaçadas pelo avanço das águas. Uma parte dos sedimentos será também depositada no mar, na zona de rebentação (praia imersa), de forma a lavar os sedimentos e reforçar a deriva litoral, contribuindo desta forma para a minimização de riscos, especialmente de erosão costeira. Ao nível do reforço de margens da ria de Aveiro, em zonas de cotas baixas ameaçadas pelo avanço das águas, prevê-se intervencionar zonas prioritárias dentro das áreas demarcadas do leito e da margem das águas interiores sujeitas à influência das marés.
  • Abate ilegal de sobreiros e azinheiras para plantar eucaliptos repete-se em Tomar, conta o Público.
  • Cimeira dos Oceanos: atualização. O Dia Mundial dos Oceanos (8 junho) foi dedicado a apresentações e debates sobre a construção da Economia Azul como estratégia para a implementação do objetivo 14. Tiago Pitta e Cunha (3ª a partir da direita) CEO da Oceano Azul Foundation, Portugal, sublinhou a importância do desenvolvimento de uma visão para uma economia azul capaz de convencer a indústria da necessidade de separar o crescimento económico da degradação dos oceanos. Álvaro Mendonça e Moura, Representante Permanente de Portugal na ONU e membro da comissão preparatória para a Conferência, anunciou o plano de Portugal estabelecer nos Açores um Centro de Pesquisa Internacional Atlântica para fornecer uma plataforma interdisciplinar queconjugará espaço, clima, oceanos e ciências de dados. Mahe’uli’uli Sandhurst Tupouniua, da missão permanente de Tonga na ONU, disse que a economia azul implica uma economia sustentável, onde atividades como a mineração do fundo do mar estão em harmonia com a saúde do ecossistema. Acrescentou que Tonga foi o primeiro país do mundo a adotar um Manifesto dos Minerais do Fundo do Mar, que destaca as iniciativas de Tonga na preservação e proteção do seu meio marinho e os fundos marinhos. Siosiua 'Utoikamanu (Tonga), afirmou que as atividades de mineração do fundo do mar podem contribuir para aumentar as receitas do governo através de impostos e royalties de minerais e criar emprego. Mike Johnston, CEO da Nautilus Minerals, infomou que a empresa está concentrando os seus esforços de responsabilidade social corporativa em saúde, educação, infraestruturas, colaborações e parcerias comunitárias. No debate que se seguiu, os participantes levantaram questões relacionadas, entre outras coisas, com a os provocados pela mineração do fundo do mar e a forte oposição à mineração do fundo marinho por parte de ONGs e comunidades locais. Paul Holthus, CEO da WOC, salientou o desenvolvimento de uma plataforma de investimento nos Oceanos que conjugaria a comunidade dos Oceanos, indústrias e empreendedores para criar soluções para desafios relacionados com os mares. John Tobin-de la Puente, da Cornell University, sugeriu a verba anual de 200-300 biliões de dólares para concretizar esse objetivo, considerando insuficientes os 52 biliões atualmente aplicados na conservação a nível mundial. Courtney Lowrance, do Citigroup, (ao centro) abordou a evolução do conceito de finanças sustentáveis, que deixou de se concentrar apenas no «não prejudicar» e no evitar de riscos, mas atualmente uma janelas de oportunidades, especialmente através de títulos verdes. Intervieram ainda Sir Richard Branson, Fundador do Virgin Group e Eric Liedtke, da Adidas.

Sem comentários: