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sábado, 10 de maio de 2025

REFLEXÃO: “DEMORA NA APROVAÇÃO DO PROGRAMA COSTEIRO CAMINHA – ESPINHO PERMITIU ‘CORTINAS CONSTRUTIVAS’”


A coordenadora da equipa técnica de apoio ao desenvolvimento do Programa da Orla Costeira Caminha – Espinho lamentou que a “distorção” de seis anos entre a sua conclusão e entrada em vigor tenha permitido “autênticas cortinas construtivas”.

“A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) fez o seu papel de identificar os riscos, definir faixas de galgamento e cenários de proteção para o futuro. É muito importante, ainda bem que o POC está aprovado. Foi difícil fazer o plano, mas o que é importante não é fazer o plano, é executar as ações nele previstas”, afirmou, realçando as operações de alimentação artificial das praias que considera fundamentais.

Para a especialista, “a perda silenciosa das nossas praias”, é a questão mais preocupante, e onde é necessário intervir rapidamente.

“A praia do Furadouro, em Ovar, já desapareceu e foi em poucos anos e, portanto, estamos a ver a nossas praias a ficarem totalmente esqueléticas sem sedimentos. Vemos que há praias que até estão estáveis, mas muitas vezes numa só noite há um temporal onde se conjuga uma sucessão de acontecimentos e já tivemos recuos de seis metros numa só noite”, alertou, sublinhando que a perda deste ativo natural e económico seria um “custo muito gravoso para o país”.

A versão final do Regulamento de Gestão das Praias Marítimas entre Caminha-Espinho já está concluída, mas ainda aguarda aprovação, pelo que ainda não produz efeitos nesta época balnear, afirmou Normando Ramos. chefe de divisão Litoral Norte da APA.

O POC-CE, que entrou em vigor em agosto de 2021 e que identifica 46 áreas críticas, determina o recuo planeado de dezenas de núcleos habitacionais, bem como a demolição de vários edifícios, casas e restaurantes, localizados na costa entre Caminha e Espinho.

Lusa/O Minho.

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