“Camões é um valoroso e verdadeiro lírico, enquanto eu fui um ‘lírico’ irrealista”, lamenta o professor jubilado da Universidade de Coimbra, num cartão de “boas festas” e felicidades para 2025. Jorge Paiva, de 91 anos, confessa um “desalento enorme” para afirmar que, “após mais de meio século de atividade cívica pelo ambiente e pela natureza”, tem agora “plena consciência de ter sido uma luta improfícua”. Estando Portugal a comemorar os 500 anos do nascimento de Camões, que estudou em Coimbra, e “sendo ‘Os Lusíadas’ a sua obra mais estudada pelos alunos”, nas escolas e demais instituições onde proferiu 2.500 palestras, o investigador recorda que os jovens “ficavam sensibilizados para o desastre ambiental do planeta”. “É penoso chegar ao limiar [não será ‘ocaso’?] da vida com a consciência de não ter conseguido resultados nenhuns e de que a ‘gaiola’ em que vivemos está imunda”, admite o ambientalista. Sugerindo aos governantes portugueses que considerem “fundamental estabelecer e incrementar o rápido ordenamento florestal do país”, Jorge Paiva informa que deixou “de ser um lírico”, tendo concluído que “não vale a pena continuar com a atividade cívica de educação ambiental”.
Recortes de notícias ambientais e outras que tais, com alguma crítica e reflexão. Sem publicidade e sem patrocínios públicos ou privados. Desde janeiro de 2004.
domingo, 5 de janeiro de 2025
JORGE PAIVA DESPEDE-SE AOS 91 ANOS DESILUDIDO COM A LUTA AMBIENTAL
O Ambiente Ondas3, blogue que
há 21 anos partilha recortes de notícias sobre temas ambientais
nacionais e internacionais, - sem qualquer tipo de apoios púbicos ou
privados nem truques de monetização -, também está muito
desiludido com o jornal pago pela sonae. Tudo porque não
disponibiliza o texto na íntegra, obrigando o leitor a pagar uma
coisa que foi inserida em secção especial, dita ‘azul’,
alimentada por subsídios da gulbenkian, da biopolis e da eletrão.
Outros media são, sem sombra de dúvida, honestos neste ponto: não fazem lavagem verde.
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