terça-feira, 24 de maio de 2022

Brasil: governo manipula dados sobre objetivos ambientais

  • Uma série de anúncios falsos apareceram em painéis publicitários e paragens de autocarros em Aberdeen, Escócia. Os cartazes com as gifantes petroléferas Shell e BP foram instalados sem permissão e no quadro de uma campanha da rede Brandalism. A acção tem por objetivo destacar a exploração dos trabalhadores enquanto empresas, como a Shell e a BP, obtêm milhões de lucros através da produção contínua de combustíveis fósseis. Esta campanha coincide com a conferência da Offshore Energy UK sobre o Acordo de Transição do Mar do Norte que terá lugar esta terça-feira. Ellie Milne, Energy Voice.
  • Uma série de projetos de conservação ajudou o Mar de Mármara a recuperar a sua vida marinha, atraindo de novo espécies marinhas que estavam em risco de extinção. Daily Sabah.
  • A China e a União Europeia têm excelentes perspectivas de cooperação no setor fotovoltaico, apesar de certas diferenças. O plano de transição verde da UE denominado "REPowerEU" irá promover fortemente a cooperação entre a China e a UE em energia verde, especialmente o sector fotovoltaico, prevendo-se que duplique a capacidade fotovoltaica até 2025 e instale 600GW até 2030". Fontes: Global Times e China Direct.
  • As comunidades ugandesas cujas terras se encontram no caminho de um enorme oleoduto em desenvolvimento na África Oriental acusaram a gigante francesa TotalEnergies e o governo ugandês de intimidação e fraca compensação. Um grupo composto principalmente por pequenos agricultores do distrito de Kyotera, no sul do Uganda, diz que o oleoduto da África Oriental (EACOP), liderado pela Total, coagiu as pessoas a abrirem contas bancárias antes de as taxas de compensação terem sido acordadas. A EACOP está a utilizar ordens de compra obrigatórias para adquirir terras no Uganda a mais de 3.600 famílias. O grupo afirma que os promotores do projecto estão a incumprir a promessa de basear a compensação por culturas perdidas em avaliações mais elevadas e atualizadas, pagando-lhes milhares de dólares a menos do que esperavam. Dizem também que a taxa de compensação oferecida pelas culturas - incluindo café e bananas - fica muito abaixo dos montantes oferecidos noutras partes do país. O controverso oleoduto irá transportar o petróleo dos campos petrolíferos do Uganda na região de Albertine, perto da fronteira com a República Democrática do Congo, mais de 1.400 Kms a leste para o porto de Tanga, na costa da vizinha Tanzânia, de onde será exportado. Maina Waruru, Desmog.
  • O governo brasileiro não fechou 645 lixões, como afirma Bolsonaro. Cruzamento de dados oficiais e consulta direta a prefeituras mostram ser falso o anúncio da “agenda ambiental urbana” do governo. Ao longo dos últimos três anos e meio, o governo de Jair Bolsonaro mentiu sobre virtualmente todas as suas realizações em meio ambiente: do controle do desmatamento que nunca houve até a limpeza de praias que nunca passou de uma foto e um PDF num site. Uma alegação, no entanto, vinha passando inconteste: a de que 654 lixões, ou 20% do total do país, haviam sido fechados desde 2019. Isso também não era verdade. Após uma investigação de três meses, que envolveu vários cruzamentos de dados e consulta a mais de uma centena de prefeituras, os jornalistas Felipe Werneck e Leila Salim mostram que o dado sobre o número de lixões fechados - que o ministro Joaquim Leite (Meio Ambiente) obteve de uma associação privada, a Abetre - não se sustentam. Confrontada, a Abetre prometeu auditá-los. Fakebook.eco.

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