O regadio coletivo de Alqueva tem promovido a colapso da biodiversidade, alerta a Zero. Representativos deste colapso são o desaparecimento das populações da espécie ameaçada da flora Linaria ricardoi e a destruição de charcos temporários mediterrânicos, devido à implementação do modelo de intensificação agrícola favorecido pelo regadio coletivo, constatando-se que as medidas oriundas dos processos de AIA têm meramente resultado na monitorização do declínio das espécies, perante o avanço das áreas regadas pela grande albufeira. Dada a extensão dos danos ambientais causados e o conhecimento prévio destes impactes dificilmente mitigáveis, a Zero considera que podemos estar perante o que se pode considerar de ecocídio, tendo em conta os seguintes factos: o desaparecimento de habitat para aves estepárias, principalmente junto (e dentro) das Zonas de Proteção Especial designadas para o efeito, a destruição de florestas-galerias, a degradação e destruição de montados e a conversão cultural de sistemas agro-silvo-pastoris, e a erradicação de vários endemismos ameaçados, como o Echium boissieri, a Bellevalia trifoliata, o Galium viscosum e a Cynara tournefortii. Lamentavelmente, os programas de monitorização e de conservação, na prática, têm apenas servido para documentar a catástrofe.
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