Espanha: tribunal ordena demolição de complexo turístico em ilha de uma albufeira
- Após 14 anos de batalha jurídica, o Supremo Tribunal
espanhol ordenou a demolição de um hotel de luxo e de um resort de golfe no
coração árido de Espanha, devido a violações das leis ambientais. O hotel Marina Isla de Valdecañas, foi construído numa
ilha numa de uma albufeira na região da Extremadura, a cerca de duas horas de
carro de Madrid, e tornou-se uma popular escapadela de fim-de-semana para
empresários e celebridades. Os Ecologistas en Acción consideram que idêntica decisão
também deveria travar outro projeto turístico muito maior, a Cidade de Elysium,
porque foi implantado numa zona inserida na rede de espaços protegidos da Natura
2000. O campo de golfe e o hotel foram abertos em 2010, mas um ano mais tarde,
os ambientalistas ganharam a sua primeira batalha legal, quando um tribunal
regional decidiu contra a decisão de aprovar as licenças de construção. Em Almería, há 15 anos que se trava uma batalha judicial
sobre a demolição de um enorme hotel à beira-mar que foi construído numa
reserva natural. Grandes empreendimentos turísticos terão contribuído para a
destruição da lagoa de água salgada de Mar Menor. Na Cornualha, no sudoeste de Inglaterra, a autarquia
local intimou um hotel na semana passada para, dentro de 6 meses, demolir as
estruturas, incluindo nove salas de reuniões, que tinham sido acrescentadas
para acolher uma cimeira do G7 em junho passado. No aviso de execução emitido a
autarquia também exigiu que o Hotel Carbis Bay reintegrasse o terreno "aos
seus níveis, inclinações e condições originais". NYTimes, via Politpost.
- A Índia exagera o seu progresso florestal em relatório
'enviesado', alertam peritos. Ao contar as plantações e os parques urbanos como
florestas, o governo indiano esconde a desflorestação causada por projectos
industriais O governo indiano está a utilizar dados florestais deficientes para
afirmar falsamente que está a fazer progressos para cumprir os seus objetivos
climáticos e travar a desflorestação. Isabelle Gerretsen, CHN.
- No Brasil, os agricultores com um historial de desflorestação
da Amazónia lograram ser autorizados a receber subsídios do governo para
comprar tratores e outro equipamento para utilizar nas suas propriedades que
constam de uma lista negra. Os empréstimos foram concedidos pelo Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), através de um programa destinado
a fomentar a agricultura e a pecuária. O programa é gerido pelo Banco John
Deere, através do qual os agricultores podem comprar equipamento do fabricante
com o mesmo nome. No total, o BNDES e a John Deere concederam 28,6 milhões
de reais em empréstimos a 5 agricultores que tinham embargos emitidos contra
eles pelo IBAMA, a agência federal de protecção ambiental do Brasil. Uma
resolução do Banco Central do Brasil proíbe as propriedades embargadas na Amazónia
de aceder ao crédito, mas uma lacuna legal permite que os seus proprietários
obtenham empréstimos para outras fazendas. Isto abre o caminho para a manobras
dos chamados ruralistas, que declaram que o equipamento será utilizado num
local legal, mas que depois acaba sendo utilizado em terras onde seria banido
pelo IBAMA. Andressa
Santa Cruz, Naira
Hofmeister e Pedro Papini, Mongabay.
- A erradicação da "pobreza extrema" - em que as
pessoas vivem com menos de 1,90 dólares por dia - iria aumentar as emissões
globais em menos de 1%, conclui uma investigação publicada na NatureSustainability. A riqueza e os rendimentos estão desproporcionadamente
distribuídos entre a população global, o que tem consequências diretas nos
padrões de consumo e nas pegadas de carbono baseadas no consumo, resultando na
desigualdade de carbono. Devido à desigualdade persistente, milhões de pessoas
ainda vivem hoje em situação de pobreza e, por isso, têm anualmente pegadas de
carbono de menos de 1 tCO2. Atingir objetivos no âmbito do Objectivo 1 de
Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, tirando mais de mil milhões de
pessoas da pobreza, leva apenas a pequenos aumentos relativos das emissões
globais de carbono de 1,6-2,1% ou menos. No entanto, as emissões de carbono em
países de baixos e médio-baixos rendimentos na África Subsaariana podem mais do
que duplicar com o alívio da pobreza. Para assegurar o progresso global no
alívio da pobreza sem ultrapassar os objetivos climáticos, os países com
elevadas emissões precisam de reduzir substancialmente as suas emissões.
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