quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Espanha: tribunal ordena demolição de complexo turístico em ilha de uma albufeira

  • Após 14 anos de batalha jurídica, o Supremo Tribunal espanhol ordenou a demolição de um hotel de luxo e de um resort de golfe no coração árido de Espanha, devido a violações das leis ambientais. O hotel Marina Isla de Valdecañas, foi construído numa ilha numa de uma albufeira na região da Extremadura, a cerca de duas horas de carro de Madrid, e tornou-se uma popular escapadela de fim-de-semana para empresários e celebridades. Os Ecologistas en Acción consideram que idêntica decisão também deveria travar outro projeto turístico muito maior, a Cidade de Elysium, porque foi implantado numa zona inserida na rede de espaços protegidos da Natura 2000. O campo de golfe e o hotel foram abertos em 2010, mas um ano mais tarde, os ambientalistas ganharam a sua primeira batalha legal, quando um tribunal regional decidiu contra a decisão de aprovar as licenças de construção. Em Almería, há 15 anos que se trava uma batalha judicial sobre a demolição de um enorme hotel à beira-mar que foi construído numa reserva natural. Grandes empreendimentos turísticos terão contribuído para a destruição da lagoa de água salgada de Mar Menor. Na Cornualha, no sudoeste de Inglaterra, a autarquia local intimou um hotel na semana passada para, dentro de 6 meses, demolir as estruturas, incluindo nove salas de reuniões, que tinham sido acrescentadas para acolher uma cimeira do G7 em junho passado. No aviso de execução emitido a autarquia também exigiu que o Hotel Carbis Bay reintegrasse o terreno "aos seus níveis, inclinações e condições originais". NYTimes, via Politpost.
  • A Índia exagera o seu progresso florestal em relatório 'enviesado', alertam peritos. Ao contar as plantações e os parques urbanos como florestas, o governo indiano esconde a desflorestação causada por projectos industriais O governo indiano está a utilizar dados florestais deficientes para afirmar falsamente que está a fazer progressos para cumprir os seus objetivos climáticos e travar a desflorestação. Isabelle Gerretsen, CHN.
  • No Brasil, os agricultores com um historial de desflorestação da Amazónia lograram ser autorizados a receber subsídios do governo para comprar tratores e outro equipamento para utilizar nas suas propriedades que constam de uma lista negra. Os empréstimos foram concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), através de um programa destinado a fomentar a agricultura e a pecuária. O programa é gerido pelo Banco John Deere, através do qual os agricultores podem comprar equipamento do fabricante com o mesmo nome. No total, o BNDES e a John Deere concederam 28,6 milhões de reais em empréstimos a 5 agricultores que tinham embargos emitidos contra eles pelo IBAMA, a agência federal de protecção ambiental do Brasil. Uma resolução do Banco Central do Brasil proíbe as propriedades embargadas na Amazónia de aceder ao crédito, mas uma lacuna legal permite que os seus proprietários obtenham empréstimos para outras fazendas. Isto abre o caminho para a manobras dos chamados ruralistas, que declaram que o equipamento será utilizado num local legal, mas que depois acaba sendo utilizado em terras onde seria banido pelo IBAMA. Andressa Santa CruzNaira Hofmeister e Pedro Papini, Mongabay.
  • A erradicação da "pobreza extrema" - em que as pessoas vivem com menos de 1,90 dólares por dia - iria aumentar as emissões globais em menos de 1%, conclui uma investigação publicada na NatureSustainability. A riqueza e os rendimentos estão desproporcionadamente distribuídos entre a população global, o que tem consequências diretas nos padrões de consumo e nas pegadas de carbono baseadas no consumo, resultando na desigualdade de carbono. Devido à desigualdade persistente, milhões de pessoas ainda vivem hoje em situação de pobreza e, por isso, têm anualmente pegadas de carbono de menos de 1 tCO2. Atingir objetivos no âmbito do Objectivo 1 de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, tirando mais de mil milhões de pessoas da pobreza, leva apenas a pequenos aumentos relativos das emissões globais de carbono de 1,6-2,1% ou menos. No entanto, as emissões de carbono em países de baixos e médio-baixos rendimentos na África Subsaariana podem mais do que duplicar com o alívio da pobreza. Para assegurar o progresso global no alívio da pobreza sem ultrapassar os objetivos climáticos, os países com elevadas emissões precisam de reduzir substancialmente as suas emissões.

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