Reino Unido: mães vencem ação contra parque de estacionamento ao lado de escola em Manchester
- A Câmara de Manchester perdeu o combate jurídico para
construir um parque de estacionamento de 440 lugares ao lado da única escola
primária do centro da cidade. A «brincadeira» saiu-lhe cara, uma vez que, para
além de ter pagado 70 mil libras a um gabinete de advogados para lutar contra
um grupo de opositores ao projeto, terá de, agora, pagar as despesas do
processo em tribunal (70 mil libras) e indemnizar o grupo opositor (35 mil
libras). Refira-se que a Câmara de Manchester tinha pagado £ 37 milhões pelo
Central Retail Park numa parceria com uma empresa de capital privado do Sheikh
Mansour bin Zayed al-Nahyan, um príncipe de Abu Dhabi dono do clube de futebol
Manchester City. O plano era construir um estacionamento temporário antes de lá
se construir escritórios. A Trees Not Cars propôs que o local fosse
transformado num "parque comunitário", realizando protestos para defender a sua posição. Como as manifestações e
petições falharam, o grupo avançou com uma revisão judicial argumentnado que a
licença de construção deveria ser bloqueada por causa da poluição do ar. Helen Pidd, The Guardian. Este caso fez-me recordar episódio semelhante narrado por
Julia Navarro algures em História de um canalha (Bertrand Editora 2016)
- Ursula von der Leyen está rodeada de colaboradores com um
passado recente ligado à indústria dos combustíveis fósseis que em nada favorece
a imagem de uma equipa que elegeu o combate às alterações climáticas como
prioridade. Os casos mais evidentes são Josep Borrell, Alto Representante da
União Europeia e Vice Presidente da Comissão, Stella Kyriakides, Comissária
responsável pela pasta da saúde e segurança alimentar e Adina Vălean,
Comissária responsável pela pasta dos transportes. Da análise das várias
declarações de interesse apresentados no início das suas funções, verifica-se que
as suas ligações vão desde relações familiares com membros da indústria dos
combustíveis fósseis até pagamentos por prestação de serviços de consultoria à
mesma indústria, a partir de contas offshore. Esquerda.
- A pegada de carbono gerada pelo turismo nas Ilhas
Canárias tem aumentado. Os voos internacionais de e para o arquipélago
representam 31% das emissões totais do setor em Espanha, entre 2% e 3% das
emissões totais na Europa e cerca de 1% à escala global. Do total de emissões
que as Canárias expelem para a atmosfera, 54,3% correspondem apenas a voos
internacionais, segundo um estudo realizado pelo Grupo para a Redução do Risco de Desastres
e Cidades Resilientes da Universidade de La Laguna. O estudo destaca também
grandes desigualdades. Por exemplo, um voo entre as Ilhas Canárias e a Gâmbia
emite mais do que o que é gerado por um habitante deste país durante um ano. Por
outro lado, as emissões de um alemão num voo para as Ilhas Canárias equivalem a
5,3% do total das suas emissões anuais. “No caso das ilhas, é difícil pensar
que possamos viver sem turismo e sem dependência aérea”, diz Abel López, um dos
autores do estudo. Por isso, destaca que uma medida interessante para reduzir o
impacto da aviação no clima seria fazer os turistas prolonger a sua estadia. Por
país, Rússia, Finlândia e Suécia são os que geram a maior pegada de carbono por
pessoa devido à distância da viagem: 0,60 Tn de CO2 em uma viagem de ida e
volta. É seguido por Noruega, Islândia, Dinamarca, Polônia, Áustria, República
Tcheca e Hungria, com entre 0,5 e 0,6 toneladas. Países como Reino Unido e
Alemanha, embora gerem menos –entre 0,4 e 0,5 Tn de CO2–, concentram o maior
peso do total, com dois terços das emissões totais. Eduardo Robaina, Climatica.
- A segurança alimentar de Madagascar está em perigo. Este
problema deve-se a vários actors, nomeadamente: (1) pobreza; (2) entre 1980 e
2010, Madagascar sofreu 35 ciclones e inundações, 5 períodos de seca severa, 5
terremotos e 6 epidemias; as condições meteorológicas extremas de Madagascar intensificaram-se
devido às alterações climáticas, aumentando a vulnerabilidade alimentar; (3) a
mineração massiva, a partir de 2000, usurpou terras destinadas à produção de
alimentos e deslocalizou as pessoas que ali viviam; (4) 52 empresas
estrangeiras investiram em projetos agrícolas com vista ao lucro imediato e
desligado da realidade local. Yanis Iqbal, Dissident Voice.
- «No seu ultimo livro, no capítulo Produção de
eletricidade sem carbono, Bill Gates afirma que “o nuclear é a única fonte de
energia livre de carbono que pode fornecer energia de forma confiável dia e
noite, em todas as estações”. Preocupa-me ver Gates tão mal informado. Pode
garantir que consultou peritos, analistas e ativistas, mas, pelos vistos, consultou os errados e a sua
abordagem acabou sendo estúpida. Gates deveria saber o seguinte: A energia nuclear não terá
qualquer impacto útil na redução de emissões prejudiciais, tendo em
consideração a pegada de carbono de toda a sua 'cadeia de combustível' de
urânio - da mineração, trituração, enriquecimento de urânio (que é altamente exigente
em energia), fabricação de combustível, irradiação, acondicionamento de
resíduos radioativos, armazenamento, embalagem para descarte final. Mark
Jacobson, professor de engenharia civil e ambiental da Universidade de
Stanford, num estudo detalhado - “Análise de soluções para aquecimento global,poluição do ar e segurança energética” -demonstra que as emissões de CO2 da energia nuclear são
entre 10 a 18 vezes maiores do que as das tecnologias de energia renovável.» David Lowry.
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