França: EDF vai desintegrar-se por imposição da Comissão Europeia?
- A Comissão Europeia pretende impor ao Estado francês a
desintegração do grupo EDF em nome do respeito pelas regras da concorrência. A
"reforma" de Bruxelas vai ainda mais longe do que o projeto
governamental Hércules, que quer desmembrar a EDF. Esse plano prevê a divisão do grupo em várias partes: uma
empresa chamada Bleue de energia nuclear histórica, 100% detida pelo Estado; A
Bleue seria 100% acionista de uma sociedade Azur, que recuperaria as barragens
hidroelétricas, o que permitiria evitar a concorrência por concessões
caducadas; finalmente, uma empresa Verde, 65% detida pelo Estado, na qual se
alojariam as energias renováveis, o marketing, a distribuição e outras
atividades concorrentes como a Dalkia. É provável que esta reforma desloque o
setor de maior déficit – o nuclear - para o Estado e, portanto, para o
contribuinte, enquanto as atividades mais lucrativas – as energias renováveis
e a distribuição - seriam privatizadas. Perante a oposição dos sindicatos, a
EDF e o Estado prometeram que o projeto não poria em causa a integridade do
grupo. “O futuro do setor elétrico e, portanto, da transição
energética, está a ser negociado nos bastidores de Bruxelas com um único objetivo:
salvaguardar um simulacro de concorrência, ignorando os desafios técnicos, económicos,
ecológicos e industriais deste setor”, lamenta Anne Debregeas, porta-voz do
sindicato Sud Énergie, que sublinha que esta “desotimização” forçada do sistema
elétrico francês resultará necessariamente no aumento das contas de
eletricidade para os assinantes. A concorrência já é responsável pelos mais
recentes aumentos das tarifas de consumo da EDF. Thierry
Gadault, Reporterre.
- Residentes de Flint, Michigan, acusam três bancos de conivência na exposição de dezenas de milhares de residentes à água tóxica
quando a cidade mudou a sua fonte de água há cerca de 6 anos. Registado em nome
de 2.600 crianças no tribunal federal de Detroit, o processo contra JPMorgan
Chase & Co., Wells Fargo e Stifel, Nicolaus & Co. afirma que, ao
financiar a participação da cidade de Flint numa venda de títulos municipais de
$ 220 milhões para a construção de uma nova tubulação de água, os bancos conscientemente
tornaram Flint refém do corrosivo Rio Flint como uma fonte temporária de água e
de uma estação de tratamento de água mal equipada para tratar essa água. "Os
três sabiam perfeitamente que se participassem na venda dos títulos, as crianças
magoar-se-iam, as crianças sofreriam danos cerebrais e a vida das pessoas
mudaria para sempre", disse Corey Stern, advogado da Levy Konigsberg LLP
que abriu o processo. Kayla Ruble, The Detroit News. Para uma contextualização deste grave problema da água
inquinada em Flint, convirá (re)ler, pelo menos, os postes de 23jan2016
(Flint, um
caso de racismo ambiental) e de 19jan2016 (Quem tramou a
água de Flint?)
- Mário Molina (1943-2020) sempre entendeu que a ciência
devia estar ao serviço da sociedade. O Prémio Nobel mexicano de Química dedicou
a sua vida à consciencialização sobre os grandes desafios ambientais do
planeta, como o buraco na camada de ozono ou a crise climática. EFEVerde.
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