Barragem do Varosa – Lamego. Foto de Rui Jorge Pires Olhar d'Ouro - photography.
Obama declarou o estado de emergência em Flint, Michigan. Há muito que a água que corre nas torneiras daquela cidade é tóxica. Mas todos foram disfarçando e varrendo o problema para debaixo do tapete. Os media de referência também, porque falar de água tóxica a correr nas torneiras de uma cidade norte-americana é tabu, coisa imprópria num país que se arroga o direito de ser líder e exemplo para o mundo.
Já em outubro de 2012, a água do rio Flint corria poluída, e, por esse motivo, a ETAR de North County, em Meridianville, Alabama, fora processada por ultrapassar os limites de despejo de nitrogénio no rio Flint.
Políticas de austeridade obrigaram, entretanto, a cidade a desligar-se do sistema de abastecimento de água de Detroit e a abastecer-se no rio Flint.
As pessoas começaram a queixar-se do sabor da água, ignorando que o sal que nela havia estava a corroer as tubarias e que isso diluía chumbo que elas acabavam ingerindo, provocando graves problemas de saúde. Os problemas avolumaram-se e a indignação das pessoas subiu de tom. Em março de 2015 houve imensos protestos contra uma situação considerada injusta e digna dos tempos da escravatura.
Em outubro, níveis de chumbo cada vez mais elevados foram sendo registados no sangue das crianças de Flint.
A situação continuou a piorar e, em meados de dezembro, a câmara de Flint declarou o estado de emergência.
E, em janeiro de 2016, foi a vez de Obama também declarar o estado de emergência, com a mobilização da Guarda Nacional para Flint e a distribuição de água engarrafada.
Para além de todos os problemas de saúde associados à ingestão de água contaminada, registou-se um surto de legionela entre junho de 2014 e novembro de 2015, tendo morrido 10 pessoas.
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