Uma empresa do Utah está a importar 136 toneladas de material radioativo do Japão e o público não tem voz na matéria. Ao solicitar a licença, a Energy Fuels afirmou que os materiais da Agência de Energia Atómica do Japão iriam ser tratados como minério e não como resíduo.
Como a unidade de White Mesa já tem uma licença para processar
minério, não foi necessário submeter o projeto das 136 toneladas de material
japonês a apreciação pública.
Não há um nível ou dose “segura” de radiação ionizante. A
ingestão ou inalação de emissores internos de partículas é conhecida por ser
especialmente perigosa, alertaram especialistas de renome como o Dr John Gofman
e o Professor Edward P. Radford. “O motivo pelo qual esse lixo do Japão foi
aceite sem qualquer tipo de auscultação pública deve-se apenas à classificação
específica que lhe atribuíram”, sublinha Grace Olscamp.
A própria história do Japão com radioisótopos, incluindo
a explosão de bombas atómicas norte-americanas em Nagasaki e Hiroshima em 1945 e
o colapso de Fukushima em 2011, sugere o que faz o Japão querer exportá-los.
Por outro lado, os ambientalistas interrogam-se por que motivo
o estado quer aceitar mais lixo radioativo tendo em conta o histórico
desastroso na região. Receiam outra Monticello, onde uma fábrica de produção de
urânio e vanádio, que operou entre 1942 e 1960, deixou os vizinhos com água, ar
e edifícios contaminados, muitos sofrendo graves problemas de cancro. Desativada
e abandonada, os contribuintes ficaram com a conta da limpeza e descontaminação
de Monticello.
Outro cenário que moradores e ambientalistas temem é o
que aconteceu à central de rejeitos Moab. Orçada inicialmente em US $ 6
milhões, a operação de limpeza e descontaminação transformou-se num projeto de
biliões de dólares. No fim, os proprietários declararam falência e foram-se
embora, deixando a fatura para os contribuintes.
Para uma empresa que aplaudiu os esforços da administração Trump para ressuscitar a indústria de urânio dos EUA, os adversários dizem que essas importações de países estrangeiros são, no mínimo, duvidosas.
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