«Na Figueira da Foz o ambiente é um parente pobre da política. Não passamos do “diagnóstico” e dos “planos” que não passam do papel.
O que mudou no ambiente local? Há menos carros a circular? Há mais passeios e são mais largos? Os espaços verdes aumentaram de dimensão? Fomenta-se a biodiversidade? Reduziu-se a área de monocultura de eucalipto e pinheiro? As árvores ornamentais são cuidadas de forma profissional? Usam-se águas pluviais e residuais para rega? A taxa de reciclagem é de 30%? Os bares, festas e eventos abandonaram o plástico descartável? O município caminha para a autossuficiência energética?…etc.
Poderia fazer dezenas de perguntas sobre o progresso da sustentabilidade do concelho. Tenho a certeza que ficariam sem resposta positiva. Aliás, não há um relatório municipal sobre o “estado do ambiente”. Esta lacuna revela enfaticamente o desinteresse pelo tema.
O ambiente serve como propaganda, umas fotos com os jovens preocupados com as alterações climáticas, uma bicicletada e um passeio pela “cidade saudável” ao qual a oposição adiciona o folclore do acesso à Serra.
O presidente Carlos Monteiro ainda não percebeu, ou não quer perceber porque lhe custaria votos do “centrão” mais conservador, que o ambiente é valorização do território, progresso e criação de riqueza. E por isso terá que estar no centro das decisões, contrariando hábitos instalados, um corpo técnico calcificado e a incapacidade de sair da mediania regional.»
João Vaz, in Diário As Beiras.
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