A solução para a poluição plástica não é a limpeza das praias, é uma responsabilidade das empresas, sugere Starre Vartan na MNN:
Limpar a praia é fixe, mas a verdadeira solução para o problema dos plásticos não é pôr mais gente a apanhar plástico; é fazer com que as empresas se responsabilizem pelo plástico que produzem. E isso tem que significar mais do que apenas encorajar as pessoas a colocarem o plástico no plasticão. Há muitos sítios onde, mesmo em 2018, apenas uma pequena percentagem de plásticos pode ser reciclada e sítios onde não há nenhum.
Será ético para uma empresa lançar um produto - especialmente um descartável, de uso único - e vendê-lo num sítio que não tem capacidade ou competência para lidar com esse plástico? Ao fazer isso, empresas de refrigerantes, empresas de doces, de comida rápida, de produtos de higiene pessoal estão a lucrar com a venda de algo que eles sabem perfeitamente que é prejudicial. Apesar de isso ser errado, elas continuam a fazê-lo, exportando esse tipo de produtos para regiões ou países que não têm infraestruturas para os reciclar. Apetece-me dizer como Stiv Wilson: «Da próxima vez que você ler que "As Filipinas são um dos maiores contribuintes mundiais de plástico para os mares", lembre-se que isso acontece por causa de empresas sedeadas nos EUA, Europa, etc.»
Durante 15 anos recolhi resíduos de plástico em muitos lados e não ajudei a resolver o problema. Pelo contrário: a situação piorou. A população mundial aumentou, e aumentou o uso do plástico – e deve aumentar 40% na próxima década.
Não podemos "mudar pessoalmente" o nosso caminho para fora da confusão em que estamos. George Monbiot resumiu o problema muito bem: «É um mito pensarmos que um melhor consumismo poderá salvar o planeta. Os problemas que enfrentamos são estruturais: um sistema político capturado por interesses comerciais e um sistema económico que busca o crescimento sem fim. É claro que devemos tentar minimizar os nossos próprios impactos, mas não podemos confrontar essas forças meramente "assumindo responsabilidade" pelo que consumimos.»
Portanto, vou continuar a apanhar plástico. Mas vou identificar as marcas que o lançaram para assim poder denunciá-las. E se houver muito mais gente a fazer o mesmo, certamente essas empresas mudarão de atitude.
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