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terça-feira, 9 de setembro de 2025

BICO CALADO

  • “Moedas é o responsável político. Só ele considera que não, com um despudor raro. Mas, caso se prove a falha da manutenção, temos que debater, como em França, a responsabilidade criminal dos gestores e responsáveis políticos. De Moedas, do CA da Carris e de todos os que aprovaram este modelo de gestão, que estará na morte de 16 pessoas. Em França, o julgamento histórico da France Telecom e dos seus empregados, mortos, criou um novo paradigma. Levou à prisão efectiva dos responsáveis e dos gestores de topo da empresa mãe que desenharam aquelas relações de trabalho. Eles foram responsabilizados pela escolha do tipo de organização do trabalho. Ou há relações de trabalho democráticas e o erro é assumido por todos, e à cabeça os mais velhos e mais graduados, ou – nas atuais condições de trabalho, em que os trabalhadores nada decidem – deve ser criminalmente responsabilizado quem toma as decisões, sejam as de aprovar cortes na despesa pública e autorizar subcontratações, sejam as de permitir trabalho inseguro e precário, longos turnos. Tudo isto tem mandantes e executores. Os trabalhadores, infelizmente, executam e não decidem nada, por norma. Quem decide, quem manda, tem que passar a ser o responsável de facto pelas tragédias, em vez de escudar-se na forma dos contratos, desenhados por norma para os proteger e responsabilizar o trabalhador por alegado “erro humano”. Raquel Varela.
  • “Se dúvidas houvesse sobre o colapso ético que vivemos (...) temos: 1) completa fuga cobarde, inominável, de responsabilidades dos responsáveis: Moedas, CA da Carris e todos, todos, do PS ao Chega que consideram as regras de contratação pública da UE, e que permitem acumular capital na dívida dita pública, prova de bom "comportamento"; 2) a tentativa de colocar na pequena empresa de manutenção (que nem sede e oficinas tem, parece um fantasma) a culpa toda e destes, certamente, nos trabalhadores, de facto precários (mesmo que legalmente até tenham um contrato sem termo). Que greve por condições de trabalho se pode fazer numa empresa deste tamanho? 3) há muito que os sindicatos deviam pensar em formas de sindicalizar os trabalhadores por ofício e não apenas por empresa, os precários e não apenas os fixos e dirigir greves contra as casa-mãe, como fizeram os trabalhadores da limpeza de Madrid, pararam, várias subcontratadas, a Câmara de Madrid disse que não eram eles a empresa mas os trabalhadores responderam "isso é uma fraude jurídica, sim, são vocês a empresa de facto" e continuaram a greve e ganharam. Eram dezenas de empresas, pararam Madrid, e a Câmara foi obrigada a assumir responsabilidades; 4) o turismo não desenvolve nem serve o país, nesta dimensão é um erro a todos os níveis, mas não pode ser acusado de nada. Se um elevador tem muito uso tem que ter muita manutenção. A torre Eiffel não cai. O que caiu - com tantos casos - foi a máscara do capitalismo regulado (não se regula este monstro da competição contra a cooperação). Se há lucro, há vitimas. Sejam as externalizadas das guerras e do genocídio, sejam as de países de terceiro mundo, como o que o nosso hoje é.” Raquel Varela.
  • “Uma vitória da AD em coligação com a Iniciativa Liberal lavará tudo mais branco do que os detergentes, com o risco de nunca mais ninguém falar do assunto, como aconteceu no caso Spinumviva, e só acordarmos para o tema dos riscos dos elevadores de Lisboa outra vez se acontecer nova tragédia.” Ana Sá Lopes.
  • “(…) A imprensa regional deixou de ganhar milhões de euros em receita, porque as autarquias constituíram-se, ilegalmente, como concorrentes diretos, com orçamentos públicos e com informação inquinada, parcial e propagandista. (…) A ANMP e a ANAFRE representam milhares de autarquias (câmaras e juntas ou uniões) que desde a década de 90 brincam ao ‘fazer jornalismo’, substituindo a imprensa regional, investindo milhões em estruturas propagandistas, sem ninguém que os audite ou regule. Fazem (in)formação parcial, à medida do seu dono, enganando assim os leitores, confundindo-os com notícias que em 90% das vezes são encomendadas e falseadas, sem direito a confirmação ou contraditório. Irei encabeçar uma comissão especial da APMEDIO, alargada a mais 12 membros, que se vai encarregar de forçar as instâncias deste país a cumprir e a fazer cumprir a lei. Exigiremos, sem margem de negociação, o encerramento da atividade jornalística das autarquias. (…)” José Vieira.
  • A Camara Municipal de Espinho vai pagar 55 mil euros em iluminações para as Festas da Sra. da Ajuda e 108 mil euros em iluminações de Natal. Fonte.
  • O presidente da CARRIS e uma das suas vice-presidentes foram assessores de secretários de Estado do Governo Passos Coelho. João Ramos de Almeida.
  • O Partido Trabalhista não devia conceder à Elbit um contrato militar de 2 biliões de libras. Por que a maior empresa de armas de Israel e uma empresa envolvida num escândalo de corrupção oram escolhidas para treinar tropas britânicas? Fonte.
  • “Autoridades ocidentais têm-se esforçado para expressar as suas mais profundas condolências e solidariedade pelos seis israelitas mortos por atiradores palestinianos numa paragem de autocarro em Jerusalém na segunda-feira, com declarações do Departamento de Estado dos EUA, do presidente francês Emmanuel Macron, da ministra das Relações Exteriores britânica Yvette Cooper, do ministro das Relações Exteriores alemão Johann Wadephul e do porta-voz da UE Anouar El Anouni. Depois de assistirem a dezenas de civis palestinianos serem massacrados por Israel todos os dias durante dois anos sem dizerem uma palavra sobre eles. Não há dúvida de que, com todo este choro e rasgar de vestes por seis israelitas mortos, os líderes do mundo ocidental estão a dizer-nos abertamente e explicitamente que não consideram os palestinianos como seres humanos.” Caitlin Johnstone, Acabaram de bombardear o barco de Greta Thunberg – Substack.
  • O Equador passou de um país seguro e socialmente responsável para uma base sem lei de operações de contrabando mundiais, com um presidente apoiado pelos EUA que admite publicamente ser dono, possivelmente, da maior rede de tráfico de cocaína do mundo. Fonte.
  • A União Europeia tomou conhecimento que cerca de 1,2 mil milhões de dólares acabaram nos bolsos de Zelensky e do seu círculo próximo. Fonte.

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