Cartoon de Mikail Çiftçi
- “(…) Na Volta a Portugal há uma equipa que tem o nome de Israel, financiada por um milionário israelita com a óbvia intenção de limpar o nome do país no palco internacional. Hoje, um m atleta dessa equipa ganhou a etapa. O nome de Israel já foi pronunciado milhares de vezes durante esta Volta. Israel, o país que há mais de 70 anos tem um projeto colonial sanguinário em curso e que, nos últimos dois anos, pratica um genocídio em direto. Mata civis e jornalistas aos milhares. Mata quando civis tentam receber ajuda humanitária. É este Israel cujo nome é pronunciado num evento desportivo coberto pela televisão pública com a maior naturalidade. Sem resistência da televisão pública, dos seus trabalhadores e de muitos dos seus telespectadores. Ao mesmo tempo, todas as equipas russas, mesmo aquelas que não têm nenhuma ligação direta ao Estado russo, foram proibidas de concorrer em provas e ciclismo internacional desde a invasão da Ucrânia. Para aqueles que se precipitarão a dizer que isto é desporto, não é política, estamos conversados. (…)” Diogo Martins, A indignidade indolente – Substack. Ciclista português corre por Israel orientado por ex-glória do Benfica, titula o JN.
- “Marcelo teve um primeiro-ministro [António Costa] que, nas chuvas, o abrigava com o guarda-chuva e, quando o país ardia, o satisfazia com a demissão da ministra da Administração Interna. O PM valorizava-o e deixava-o gerir a popularidade sem se queixar da desfaçatez com que atribuía ao Governo a culpa do que corria mal e a si próprio o mérito do que corria bem. Depois de derrubar dois governos e de provocar sucessivas eleições, para não deixar na oposição o PSD, teve a desdita de encontrar na liderança o rural esperto que o despreza e se agarra ao poder com a mesma determinação com que defendeu na AR o governo de Passos Coelho e teceu a teia de interesses que lhe é útil na política e nos negócios. Hoje, alquebrado e triste, vê o país desanimado e rancoroso à espera de um milagre que o salve da gente a quem o entregou. O PSD, que ajudou a virar à direita, desliza agora para a extrema-direita e sabe que foi sua a culpa e que nem sequer lhe agradecem. No pungente ocaso do seu último mandato resta-lhe continuar a banhos enquanto o País arde e das aldeias cercadas pelo fogo se ouvem gritos aflitivos de socorro. Já ninguém o ouve, e mingua-lhe autoridade para dizer ao PM que as populações esperam dele uma palavra de conforto e alguma esperança. Marcelo, agora, só sabe da tragédia que se abate sobre o país pelas televisões e, para ter alguma informação do governo, não consegue mais do que um secretário de Estado com quem falar. As mulheres podem continuar a parir nas ruas, as Urgências dos hospitais fechadas, o PM a banhos, a MAI desaparecida, os bombeiros exaustos e o País a arder, já ninguém espera do PR o que quer que seja. (…)” Carlos Esperança, Marcelo era feliz e não sabia.

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