- "O que se limpa na floresta, a matéria orgânica? E o que se faz à matéria orgânica, deita-se fora, queima-se? Dantes era com essa matéria que se ia mantendo a agricultura em boas condições e melhorando a qualidade dos solos. E, ao mesmo tempo, era mantida a quantidade suficiente na mata para que houvesse uma maior capacidade de retenção da água. Com a limpeza exaustiva transformámos a mata num espelho e a água corre mais velozmente e menos se retém na mata, portanto mais seco fica o ambiente. A limpeza tem de ser entendida como uma operação agrícola. Mas esta floresta monocultural de resinosas e eucaliptos, limpa ou não limpa, não serve para mais nada senão para arder. Aquela floresta vive para não ter gente." Gonçalo Ribeiro Telles, 1jun2020.
- "Os incêndios florestais em Portugal e o ditado alentejano “Cornos que dão de comer é deixá-los crescer”. As labaredas são altas, o fumo tapa o sol, a terra fica negra até que as chuvas outonais lavem as cinzas e a memória das gentes. A área das espécies de grande temperamento para o fogo cresce com rei mas sem roque. São muitas e de feição variada as indústrias florestais em Portugal: Indústria da celulose, do MDF, das paletes, da madeira tratada (passadiços, decks, postes, etc), da exploração florestal que vai do abate às plantações, da limpeza de matos, indústria das audiências das TVs, a indústria dos estudos e a mais multifacetada – a indústria dos fogos florestais. Tudo o que está envolvido nos fogos florestais contribui para o PIB de Portugal até a reconstrução de habitações feita com subsídios ou com as lágrimas e o sacrifício económico dos proprietários dilacerados. É assim que os fogos florestais são “Cornos que dão de comer, por isso é deixá-los crescer”. A madeira das árvores afogueadas continua a sua vida na engrenagem economia. Sofre alguma desvalorização, mas resigna o proprietário que umas semanas antes tomou tudo por perdido. O eucalipto rebenta graças à resistência ao fogo dos seus numerosos gomos dormentes, ou após 2 a 3 invernos está lavado da negrura e a madeira pronta para alimentar a pasta para papel branco. A espessa casca do Pinheiro-bravo isola a madeira do fogo permitindo que siga para os vários usos industriais. Às primeiras vagas de calor do ano seguinte tudo se repete em carrocel pois o inferno dos incêndios florestais em Portugal alberga muitos paraísos." Carolina Varela.
- Água que falta nas torneiras da Costa de Caparica passeia pela rua. Terça-feira rebentou mais uma conduta. População está revoltada. Fonte. Agradeçam ao turismo de massas.
- Consulta pública até 4 de setembro: PDA Central Solar Fotovoltaica de Terra Ruiva e Linha Elétrica Aérea a 60 kV de ligação à Subestação de Tavira. Fonte.


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