França: tribunal ordena desmantelamento de 7 aerogeradores
- O Tribunal de
Recurso de Nîmes ordenou o desmantelamento de 7 aerogeradores do parque de
Bernagues, no município de Lunas, Hérault, por terem sido comprovados danos
ambientais, nomeadamente e a solução técnica proposta pelo operador não
impedira a morte de aves. A licença para a sua construção fora cancelada duas
vezes pelo Conselho de Estado em 2011 e 2012, alegando-se que o estudo de
impacto não fora suficientemente aprofundado, especialmente no que dizia
respeito à águia-real, uma espécie protegida e emblemática da região da
Occitânia. A empresa, no entanto, assumiu o risco de montar as suas turbinas
eólicas para comissionamento em 2017. Esta é, em 20 anos, a segunda vez que a
justiça condena a empresa Énergie Renouvelable du Languedoc, subsidiária do
grupo Valeco, e ela própria subsidiária da alemã EnBW, a desmantelar este parque.
Em 2021, o Tribunal de Cassação já tinha ordenado a “desmontagem do local
construído ilegalmente” e remetido o caso para o Tribunal de Recurso de Nîmes.
Esta decisão do Tribunal de Recurso de Nîmes poderá servir como jurisprudência
à medida que os processos contra este sector se multiplicam em França e em todo
o mundo nos últimos anos. Em Novembro de 2022, o Tribunal de Cassação condenou
a EDF a uma multa de 3.000 euros pela responsabilidade dos seus aerogeradores
na destruição ilegal de espécies protegidas, sem, no entanto, apelar à
demolição dos 31 aerogeradores da Causse d'Aumelas. Blandine Garot, Novethic.
- O governo dos
Países Baixos alertou as pessoas para impedirem crianças e animais de estimação
de engolir espuma à beira-mar, após uma pesquisa sobre espuma na costa belga
ter mostrado uma concentração de substâncias per e polifluoroalquílicas (PFAS)
– amplamente utilizadas pelas suas qualidades de impermeabilização, mas
difíceis de destruir. Senay Boztas, The Guardian.
- Análises a ostras
que crescem naturalmente no estuário do Rio Richmond, na Nova Gales do Sul, Austrália,
detetaram a existência de resíduos de 21 pesticidas diferentes – mais do
que na água. Cada ostra continha, em média, quantidades detectáveis de 9
pesticidas diferentes. Cinco dos pesticidas encontrados, - pebulado, vernolato,
fosetil Al, benomil e protiofos -, são potencialmente perigosos para a saúde
humana. Quatro pesticidas – atrazina, diuron, hexazinona e metolacloro
– foram encontrados em concentrações acima dos limites ambientais seguros
para água doce e marinha. A atrazina e o diuron estão entre os herbicidas mais
comumente usados na agricultura australiana, mas não são produtos químicos
seguros. São conhecidos por contaminar as águas subterrâneas e superficiais e
foram detetados em níveis inseguros nas águas da Grande Barreira de Corais. A
atrazina é proibida na União Europeia devido às preocupações com os danos que
pode causar ao meio ambiente e ao risco de entrar na água potável. O diuron foi
severamente restringido na UE, mas é comumente usado pela indústria da
cana-de-açúcar na Austrália. Tal como a atrazina, o diuron pode poluir as águas
subterrâneas e matar espécies aquáticas, além de ser cancerígeno para os humanos.
A reguladora australiana suspendeu a utilização de 63 produtos de diuron em 2011. Mas o lóbi dos produtores de cana-de-açúcar fez a proibição durar apenas um ano, pelo que o diuron voltou a ser utilizado. Kirsten Benkendorff, Amanda Reichelt-Brushett e Endang Jamal, The Conversation.
- As cidades têm
de recolher águas pluviais de maneira acessível e ecológica. Buddhi Wijesiri, The Conversation. Texto integral
em português aqui.
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