Bico calado
- “Pode uma
pequena ou grande empresa não pagar impostos ou taxas ao Estado anos a fio sem
ser incomodada? Em princípio, não. Mas a Trust in News – a empresa de media que
detém a Visão, a Exame e o Jornal de Letras, entre outros títulos – parece
deter o “Santo Graal dos caloteiros”: com um capital social de apenas 10 mil
euros, desde que se criou deixou de pagar grande parte (ou a totalidade) de
impostos (e talvez também de contribuições à Segurança Social) e nem sequer
consta da lista de devedoras ao Estado. O calote já vai em 11,4 milhões de
euros, e só no ano passado subiu 3,2 milhões. O Ministério da Segurança Social
cala-se e o Ministério das Finanças escuda-se no sigilo fiscal. A Trust in News
mostra-se incontactável, ficando-se assim sem saber, por agora, quais as artes
mágicas para um grupo de media funcionar com tamanha dívida ao Estado e com
evidentes sinais de contabilidade criativa.
Trust in News, a empresa de media que detém, entre outras, as revistas
Visão e Exame e ainda o Jornal de Letras. Detida pelo ex-jornalista Luís
Delgado, a Trust in News "conseguiu" um prodígio: em cinco anos, com
um capital social de 10 mil euros, contabiliza uma dívida ao Estado de 11,4
milhões de euros.” Página Um.
- “Anteontem,
sexta-feira, houve nova emissão especial de notícias pagas na CMTV, desta vez
para cumprir um contrato com a autarquia de Esposende, que desembolsou 19.900
euros, mais IVA. Mas as revelações do PÁGINA UM tornaram a “promoção” mais
humilde: ao contrário dos outros 10 contratos, Esposende não teve Francisco
Penim e Sofia Piçarra a servirem de mestres-de-cerimónia, mas apenas um
jornalista (Manuel Jorge Bento) a falar duas vezes sobre “bolos” deste concelho
nortenho. A Entidade Reguladora para a Comunicação Social, a Comissão da
Carteira Profissional de Jornalista e o Conselho Deontológico do Sindicato dos
Jornalistas continuam sem reagir à mercantilização dos noticiários em
Portugal.” Página Um.
- “(...) Armando Pereira e o sócio fundador da Altice
francesa, o franco-israelita Patrick Drahi, ficaram conhecidos por comprar
empresas e de imediato reduzirem custos. (…) Em 2015,
António Pires de Lima, então ministro da Economia, apelidou Armando Pereira de
“herói de Vieira do Minho e até nacional” durante o discurso de inauguração de
um call center da Altice naquela vila nortenha. Um herói naqueles sítios onde
pagaria pouco mais do que o salário mínimo nacional a cada um dos desgraçados
que ali passaria, horas, a responder às queixas dos clientes. Armando
Pereira garantia então, também em 2015, que não iria mexer nos salários, mas
que renegociaria os contratos com os fornecedores. Sabe-se hoje que parte do
esquema que resultou no desvio de mais de 250 milhões da Altice passava
exactamente pelos fornecedores que, alegadamente, alinhavam em pagar luvas ao
empresário e à rede de comparsas, ou então saltavam fora do negócio. Sabe-se
hoje que também aos funcionários foram cortadas regalias deixando-os apenas com
o salário-base. Eis mais uma história de um self-made man lusitano, que foi
trilhando o caminho do sucesso à custa da exploração alheia e do crime
financeiro. Segundo suspeita o Ministério Público, o plano de desvio de
dinheiro tinha duas áreas de actuação: a primeira seria comprar imóveis da
antiga Portugal Telecom (PT) em Lisboa, nas zonas nobres, e revender com lucros
fabulosos, deixando a especulação fazer a maior parte do trabalho; a segunda,
seria a chantagem sobre fornecedores para continuarem a fazer parte do negócio.
(...) Há uma parte comum em todas as novelas dos self-made man à qual Armando
Pereira também não foge. A circulação de dinheiro sem deixar rasto pelas
famosas offshores. Era aqui que entrava o empresário e amigo de Braga, Hernâni
Vaz Antunes, que criava empresas fictícias na Zona Franca da Madeira e no
Dubai, que depois faziam as transferências do dinheiro desviado. O crime
financeiro existe porque os governos permitem – é bom que nos vamos lembrando
disto. As Zonas Francas, as offshores, o que lhes quiserem chamar, não aparecem
por auto-determinacão de meia-dúzia de malucos como o Reino do Pineal (também é
uma história boa para outro dia). Aparecem de forma legal e autorizada
por praticamente todos os países do planeta. (…) o dinheiro depois, como já adivinhou o caro leitor,
ia dar aquela voltinha pelo Dubai até ser transformado num Bugatti, num
heliporto ou num campo de ténis de uma moradia qualquer em Vieira do Minho.
Certo, certo, é que jamais apareceu no recibo de vencimento dos trabalhadores
da MEO. Desconfia-se que os amigos de Braga tenham ficado com uma
comissão do que a Altice pagou a Cristiano Ronaldo pelos contratos de
publicidade e que outros 20 milhões de euros tenham sido desviados do pagamento
de direitos televisivos ao Futebol Clube do Porto, e a verba posteriormente
dividida por homens da confiança de Hernâni Vaz Antunes e de Pinto da Costa.
(...)” Página Um.
- Angel Island –
immigrant gateway to America, de Erica Lee & Judy Yung (Oxford University
Press 2010) e o filme Carved in Silence, de Felicia Lowe (1987) (versão
resumida, em inglês, sem legendas, na Vimeo) mostram como as autoridades norte-americanas
tratavam ‘bem’ os imigrantes chineses no início do século XX.
- Refugiada
ucraniana agredida em parque de diversões por falar russo. JN.
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