Como se já não bastasse a invasão do Sotavento Algarvio
pela agricultura intensiva de citrinos, fruteiras exóticas e grandes extensões
de estufas de plástico que dizimam a biodiversidade,
ele é agora ameaçado pela implantação de uma central fotovoltaica da Iberdrola
que vai ter o privilégio único e urgente de eliminar a Reserva Ecológica
Nacional, onde o Barrocal se integra.
A central vai ter capacidade de 69 MVA com 14 MVA de
armazenamento em baterias, totalizando 84 MVA. Os cerca de 154 hectares terão 175.800
painéis colocados junto a Santa Catarina da Fonte do Bispo, de ambos os lados
da estrada N398, abrangendo várias zonas entre Cerro do Leiria,, Barrocais,
Pereiro e Peral. As Linhas Eléctricas de 150 kV teriam um comprimento estimado
de cerca de 6,5 km, distribuídos por 21 apoios e levariam a energia até à
subestação de ESTOI.
A PROBAAL considera que a informação fornecida pela Iberdrola em relação a todo o processo é imprecisa e enganosa eacredita esta central terá um impacto grave sobre a ecologia, a terra, as pessoas e a água. Para além de destruir o turismo, fonte de rendimento importante para os locais, as associações de caçadores ver-se-ão impedidas de continuar as suas actividades. Acima de tudo, o aquífero Peral-Moncarapacho situa-se diretamente sob esta área, e qualquer limpeza em grande escala do terreno e das suas linhas de água temporárias perturbaria o seu funcionamento, correndo o risco de deixar a área de 44 quilómetros quadrados que ocupa, sem água subterrânea suficiente para abastecer as comunidades locais e agricultura familiar. Diz a PROBAAL que “os painéis solares não cobrem o solo ou impedem a chuva de cair ali – mas é o efeito de limpar, despregar e nivelar o terreno, que levaria a que a chuva escorresse mais rapidamente, sem oportunidade de se infiltrar nas superfícies irregulares e juntar-se ao aquífero. Demasiada água da chuva poderia perder-se para os rios e o mar demasiado cedo ou causar inundações a sul.” Fonte.
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