- “(...) Ainda assim, devo confessar que efetivamente tenho sentido algum «medo» no ar. Não na Presidente da Câmara ou no Executivo Municipal, mas em algumas elites que estavam habituadas a manter as suas pequenas esferas ou feudos de poder e que agora se veem confrontadas com uma Câmara Municipal blindada a influências externas e determinada a regularizar e a regrar o funcionamento das instituições. (...) Espinho é um dos municípios que maior volume de perdas de água tem vindo a registar. Este era um flagelo já identificado, à altura, por Miguel Reis. O que está a ser feito para contrariar os valores anotados? Temos alguma expectativa de que o Portugal 2030 possa trazer ferramentas e fontes de financiamento que nos permitam investir na nossa rede de distribuição e saneamento. Convém recordar que, apesar da propaganda que se fez passar, apenas 10% da rede de fibrocimento foi substituída, cerca de 6 quilómetros nos 60 que ainda temos de rede de fibrocimento num avançado estado de degradação, com roturas e perdas constantes. Outra vertente de intervenção passará necessariamente pela melhoria da gestão da rede e da introdução de mecanismos de monitorização. Temos já em cima da mesa propostas de intervenção muito concretas e abrangentes e o modelo a adotar poderá passar pela celebração de contratos performance, onde o investimento é pago em função dos ganhos de eficiência alcançados. (...)” Maria Manuel Cruz, presidente da CME, em entrevista ao Maré Viva de 14 de junho de 2023.
- Em 1956, o Presidente Eisenhower apoiou a sabotagem das eleições democráticas no Vietname - eleições que tinham sido acordadas numa conferência das Nações Unidas em 1954 e que Eisenhower admitiu mais tarde que teriam sido ganhas por Ho Chi Minh "com oitenta por cento dos votos". O resultado foi a divisão artificial do Vietname e a invenção de um "aliado" sul-vietnamita pelos Estados Unidos. Criou-se um aparelho de terror de Estado, dirigido pela CIA, que teve tanto êxito que chegou a ser responsável por metade de todos os casos mundiais registados pela Amnistia Internacional. A CIA chegou mesmo a fornecer um Primeiro-Ministro pronto a usar, Ngo Dinh Diem, cujo "regresso triunfante" dos Estados Unidos à sua pátria foi obra de um tal Coronel Edward Landsdale. Diem descrevia-se a si próprio como "o George Washington da Ásia". As notícias destas maquinações raramente chegavam à Austrália. A eleição de John Kennedy em 1960 foi considerada um "recomeço" para as relações americano-australianas. O Presidente Kennedy, um liberal, começou por anunciar que os Estados Unidos tinham uma "missão" no mundo. No longínquo Vietname, esta "missão" traduziu-se em bombardeamentos extensivos, na introdução de esquadrões da morte e na pulverização de florestas e culturas com herbicidas tóxicos. O objetivo e o efeito desta ação era expulsar vários milhões de pessoas das suas terras e levá-las para campos de concentração conhecidos como "aldeias estratégicas", onde eram "protegidas dos seus compatriotas que resistiam ao ataque estrangeiro". John Pilger, A secret country (1989) – Vintage 1992, p 175.
Sem comentários:
Enviar um comentário