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quinta-feira, 1 de junho de 2023

Associações e autarca contestam parecer favorável à mina de lítio do Barroso

  • A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) viabilizou a exploração de lítio na mina do Barroso, em Boticas, Vila Real. A Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável inclui um conjunto alargado de condicionantes”, como a interdição da captação de água do rio Covas, um acesso à autoestrada 24 e a alocação dos ‘royalties’ ao município de Boticas, a definição de uma zona de proteção, com o mínimo de 100 metros de largura, para cada lado do limite do leito do rio Covas. Outras medidas compensatórias propostas pela APA são um Plano de Compensação do Património Cultural, o qual deverá incluir um estudo histórico e etnográfico dos vales dos rios Beça e Covas, um programa de apoio aos criadores de gado, um Plano de Compensação de Carvalhal e um Plano de Compensação de Gralha-de-bico-vermelho, além da criação e manutenção de um centro de reprodução de mexilhão-de-rio no rio Beça, um projeto de compensação do regime florestal e de áreas de povoamentos florestais. A mina do Barroso, que a empresa Savannah quer explorar, tem uma duração estimada de 17 anos e uma área de concessão prevista de 593 hectares. Este anúncio foi mal recebido por autarcas e a população. Este projeto vai ,segundo o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, pôr em causa o investimento que Boticas tem seguido e que é baseado na agricultura, na pecuário e no turismo. “Como é possível fazer um investimento desta envergadura contra as pessoas” nem como em menos de um mês após a discussão pública com mais de 900 participações submetidas, na esmagadora maioria contrárias à mina, é emitido um parecer. "Nem sequer olharam para elas, não tenho dúvida nenhuma”, lamentou. A associação Unidos em Defesa do Barroso (UDCB) repudiou a decisão da APA, considerando-a  “um desrespeito pelos direitos ambientais, humanos e sociopolíticos” e prometeu que continuará a “defender a natureza e proteger as populações da ameaça de minas a céu aberto”. No caso aqui em apreço, seria "o maior projeto de mineração de lítio a céu aberto na Europa”, salientou a associação em comunicado citado pela Lusa. A UDCB mostrou-se “perplexa” pela aceitação deste projeto, “consistentemente rejeitado por especialistas ao longo de dois anos”, e frisou que “face aos irremediáveis e devastadores impactos ecológicos, ambientais e socioeconómicos do projeto”, considerou “inaceitável que a APA legitime um projeto desta natureza”.  A associação vai organizar de 10 a 15 de agosto a terceira edição do Acampamento em Defesa do Barroso na Quinta do Cruzeiro, em Covas do Barroso. Exploração de lítio "tem de ser nos locais certos e este é um local errado”, diz Zero “Não somos contra a exploração de lítio em Portugal, mas tem de ser nos locais certos e este é um local errado”, defende Francisco Ferreira, da Zero. As medidas compensatórias não previnem a 100% o risco de poluição da água e a afetação do ecossistema, sublinha. Francisco Ferreira diz que a concretização do projeto mineiro levará a uma “transformação completa da paisagem”, que inclui “uma área de património agrícola mundial classificado pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura)”. A forte possibilidade de o lítio dali extraído ter como destino a exportação também indigna o ambientalista, pois assim “estamos a destruir a nossa paisagem para os outros ficarem com as nossas valias”. Esquerda.
  • Mais de 140.000 cidadãos aderiram a uma campanha na Internet lançada pela associação alemã Campact para exigir que as cadeias de supermercados do país deixem de vender morangos provenientes de Espanha, a fim de não contribuírem para a secagem do Parque Nacional de Doñana. EFEverde.
  • Grandes seguradoras europeias, bem como a uma grande resseguradora japonesa e australiana abandonaram a Net-Zero Insurance Alliance (NZIA), um organismo convocado pela ONU, criado há dois anos para as seguradoras que pretendem reduzir as suas emissões e diminuir o risco de alterações climáticas. Os grupos de pressão de direita e anti-ESG nos EUA argumentaram que os esforços para reduzir a cobertura de seguros para projetos de combustíveis fósseis eram anticoncorrenciais e uma carta do procurador-geral dos EUA enviada aos grupos de seguradoras levantou sérias preocupações sobre se a aliança estava em desacordo com as leis antitrust. Alguns peritos afirmaram que a saída da aliança das seguradoras poderia prejudicar outras coligações industriais e os compromissos assumidos pelo setor financeiro em geral no sentido de reduzir as emissões. Nos últimos meses, alguns bancos e gestores de ativos abandonaram outras alianças importantes no domínio do clima devido à reação negativa dos ESG. Ian Smith e Kenza Bryan, Financial Times.
  • O oleoduto Chickadee da EnLink Midstream rompeu-se em 29 de março de 2023, causando um dos maiores derrames de petróleo da última década no Texas. Um relatório do incidente atribui o derrame maciço a uma "operação incorreta". Erros do operador provocaram o derrame de 402 486 galões de crude a sul de Midland, Texas. Martha Pskowski, ICN.

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