sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Bico calado

  • «(...) a gestão da RTP responde mais vezes ao julgamento da opinião pública pelas despesas que apresenta e pelas receitas que obtém do que pela missão, deveras complexa, que a televisão e as rádios públicas contratualmente têm de cumprir. Essa missão junta necessidades coletivas de serviço público com a obrigação de atingir amplas audiências, tudo isso dependente de um financiamento periclitante. Mas, na verdade, para a "bolha mediática", o que interessa é saber quais os políticos que aparecem no Telejornal e, no final do ano, se há ou não há prejuízos. Esta situação "de facto" e não "de jure" acaba por obrigar a RTP, na prática, a ter de seguir muitos critérios de gestão, de produção e de edição típicos de um operador privado. (...) » Pedro Tadeu, Qual é a mãe do escândalo da TAP? – DN 4jan2023.
  • O governo regional dos Açores contratou em dezembro a ATLIMEDS, uma empresa com apenas um trabalhador, para, durante 3 anos, fazer “serviços de assessoria” na secretaria regional da Saúde e a ganhar 5.500 euros mensais, tanto como o presidente do Governo Regional. Sublinha-se que antes da assinatura deste contrato já tinham sido celebrados outros dois contratos por ajuste direto com a mesma empresa – um no valor de 23.520 euros e outro no valor de 74.715 euros – neste caso um valor muito próximo do limite legal para ajuste direto – ambos já com o atual governo em funções. Esquerda.

Time, 15dez1952

  • «Antes da morte de [Henry] Gurney, o governo colonial tinha feito experiências com arseniato de sódio para destruir "grandes áreas de cultivo plantadas por bandidos expulsos de áreas povoadas e forçados a depender dos seus próprios recursos". A pulverização â base de arsénico tornou "todo o campo verde de cultivo numa massa castanha enrugada", embora fosse tão tóxica que os funcionários recorreram a Londres em busca de ajuda. A pedido do Secretário Colonial Lyttleton, Geoffrey Emett Blackman, secretário do Comité Britânico para a Guerra Biológica, aconselhou a utilização de "agentes químicos ... na limpeza do mato" em novembro de 1951, e assim começou uma série de experiências de tentativa e erro com o agente Orange, bem como com o tricloroacetato de sódio (STCA) e outros químicos. Os funcionários da Federação estavam "aparentemente muito otimistas quanto ao sucesso das experiências". Em questão estavam os efeitos venenosos dos produtos químicos. Os funcionários locais insistiram em tomar precauções que, segundo um relatório, "consistem em evitar qualquer contato da pele, olhos, etc., com o STCA sólido ou com as suas soluções, e incluem a lavagem com água de todas as superfícies, vestuário à prova de água, luvas, etc., após o contato com o químico". Depois de oficiais coloniais terem tentado métodos como o "camião pulverizador" que disparava "uma solução de volume muito elevado 'através de uma mangueira de incêndio'", a pulverização aérea de 2,4,5-T (ácido triclorofenoxiacético, um ingrediente do agente Orange) tornou-se a prática preferida. O governo da Federação tinha adquirido ao maior fabricante britânico de produtos químicos, a Imperial Chemical Industries, todo o seu stock de 2,4,5-T, e [Gerald] Templer decidiu aplicar o que restava nas profundezas da selva para aniquilar as colheitas dos comunistas. Em março de 1953, a pulverização via helicópteros começou no mesmo local. O Manchester Guardian criticou o uso de "herbicidas" por parte do general, naquilo que lhe parecia ser uma "guerra química".» Caroline Elkins, Legacy of Violence – a History of the British Empire. The Bodley Head/Penguin 2022, pp 528-529.
  • Miguel Reis, presidente da Câmara de Espinho renuncia ao mandato no âmbito da Operação Vortex.
  • «O presidente do PSD, Luís Montenegro, anunciou que o deputado Joaquim Pinto Moreira vai renunciar ao lugar de vice-presidente da bancada parlamentar e de presidente da comissão de revisão constitucional. Montenegro, em entrevista à SIC, disse que a decisão foi combinada entre os dois. (...) Quem escolheu o dr. Pinto Moreira para as listas de deputados nem sequer fui eu. Não era líder do PSD”, afirmou» Eunice Lourenço, Expresso 12 JANEIRO 2023 21:13

3 comentários:

OLima disse...

Rejeitado requerimento para libertar ex-presidente da Câmara de Espinho Miguel Reis

O ex-presidente da Câmara de Espinho, Miguel Reis, arguido na operação Vórtex, vai continuar em prisão preventiva a aguardar o início do julgamento, informou hoje fonte da defesa.

Segundo a mesma fonte, o Tribunal de Instrução Criminal do Porto rejeitou o requerimento apresentado pela defesa para o arguido ser libertado, por entender que continuam os perigos de atividade criminosa e perturbação do inquérito.

A mesma fonte acrescentou que ainda que não há decisão do recurso apresentado pela defesa para o Tribunal da Relação do Porto do despacho que aplicou a medida de coação de prisão preventiva ao arguido.

O ex-presidente da Câmara de Espinho Miguel Reis (PS), que renunciou ao mandato para o qual foi eleito em 2021, é o único arguido do processo Vórtex que se encontra detido preventivamente.

O empresário Francisco Pessegueiro, que também esteve em prisão preventiva, viu entretanto alterada a medida de coação para prisão domiciliária.

Outros três arguidos, o chefe da Divisão de Urbanismo e Ambiente daquela autarquia do distrito de Aveiro, um arquiteto e outro empresário, aguardam o desenrolar do processo em liberdade.

Um destes arguidos ficou ainda suspenso do exercício de funções públicas e outro ficou obrigado a pagar uma caução no valor de 60 mil euros, no prazo de 10 dias.

Os cinco arguidos foram detidos a 10 de janeiro por suspeitas de corrupção ativa e passiva, prevaricação, abuso de poderes e tráfico de influências, no âmbito da Operação Vórtex.

Em março passado, Joaquim Pinto Moreira, que foi presidente da Câmara de Espinho entre 2009 e 2021, também foi constituído arguido no âmbito deste processo, após ter sido ouvido no Departamento de Investigação e Ação Penal Regional do Porto.

O ex-autarca, que ficou sujeito à medida de coação menos gravosa (Termo de Identidade e Residência), pediu a suspensão do mandato como deputado do PSD, que já foi aceite pelo parlamento.

A operação Vórtex está relacionada com "projetos imobiliários e respetivo licenciamento, respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras, envolvendo interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores económicos”.
https://observador.pt/2023/04/06/rejeitado-requerimento-para-libertar-ex-presidente-da-camara-de-espinho-miguel-reis/

OLima disse...

Operação Babel: CEO de empresa de imobiliário de luxo israelita entre os detidos
Elad Dror, o CEO do Grupo Fortera, é outro dos sete detidos na operação da Polícia Judiciária. Também Joaquim Malafaia, ligado a outra operação da PJ que incidiu sobre corrupção na câmara de Espinho, foi preso. Judiciária investigava o caso há mais de um ano e este não foi espoletado por denúncia anónima. O vice de Gaia, Patrocínio Azevedo, é o centro das suspeitas relativas aos interesses urbanísticos alvos da PJ
Expresso.
https://amp.expresso.pt/sociedade/2023-05-16-Operacao-Babel-CEO-de-empresa-de-imobiliario-de-luxo-israelita-entre-os-detidos-cf3c096f

OLima disse...

O juiz do Tribunal de Instrução Criminal do Porto proibiu Joaquim Pinto Moreira de contactar com os funcionários da Câmara Municipal de Espinho, noticia o JN.

O antigo presidente da Câmara de Espinho esteve a ser ouvido esta tarde para conhecer as medidas de coacção.

Uma das medidas pedidas pelo Ministério Público era o pagamento de uma caução no valor de 200 mil euros que não foi atendido.

O ex-deputado do PSD está acusado de dois crimes de corrupção passiva, um de tráfico de influência e outro de violação das regras urbanísticas, este em co-autoria.
https://www.ovarnews.pt/pinto-moreira-proibido-de-falar-com-a-camara-de-espinho/