A Ocean Conservancy pediu desculpa pela "falsa narrativa" do seu estudo de 2015 que colocava a culpa de grande parte dos resíduos plásticos do mundo em cinco estados asiáticos. No seu relatório, intitulado Stemming the Tide, a Ocean Conservancy também incluía a incineração e o desperdício de energia como soluções para a crise do plástico. Publicado em 2015, o relatório foi prontamente rotulado de "colonialismo de resíduos" por centenas de grupos ambientalistas, de saúde e de justiça social em toda a Ásia.
A Ocean Conservancy pede agora desculpas públicas por
"criar uma narrativa" injusta sobre quem é responsável pela produção de
resíduos plásticos e retirou o relatório do seu website. O seu pedido de
desculpas foi saudado como "há muito esperado" por Gaia, uma
plataforma de 800 grupos de redução de resíduos em 90 países, e por Break Free
From Plastic, um movimento global de mais de 2.000 organizações.
A ONG com sede nos EUA pediu desculpa por um relatório de 2015 culpando a China, Indonésia, Tailândia, Filipinas, e Vietname pela poluição por plásticos. Acontece que a maioria dos problemas ambientais são causados pelo Ocidente. Este relatório de 2015 causou graves prejuízos ao ignorar o papel dos países do Norte global na produção excessiva de plástico e na exportação de resíduos de plástico para países em desenvolvimento, sob o pretexto do comércio. "Esta retração sem precedentes do relatório é uma oportunidade para interromper décadas de colonialismo de resíduos", diz Froilan Grate, coordenador da Gaia Ásia-Pacífico. O relatório não só "culpou injustamente" cinco países pela maior parte da poluição de plástico, mas "induziu em erro, durante anos, os governos e o público em geral a pensar que a queima de resíduos de plástico era uma solução para o problema", diz Grate.
O relatório Stemming the Tide foi elaborado pela consultora McKinsey, com o apoio da World Wildlife Fund, da Coca-Cola, da Dow Chemical e d American Chemistry Council. Christie Keith, coordenadora internacional de Gaia, diz que os cinco países asiáticos referidos no relatório não eram os culpados pelos resíduos plásticos. "Essa culpa é das empresas que fazem e empurram para fora quantidades cada vez maiores de plástico", diz. "Os que lutam por soluções comunitárias de desperdício zero merecem ser honrados e celebrados, não atacados", sublinha.
Depois da publicação daquele relatório em 2015, têm sido
publicados dados que mostram que os EUA ocupam o terceiro lugar entre os países
que contribuem para a poluição do plástico costeiro e desafiam a crença
amplamente difundida de que os EUA estão a gerir adequadamente a sua poluição,
sublinhando a sua pegada de resíduos para as nações em desenvolvimento.
Apostila: video (3:30) Será a Ásia responsável pela poluição de plástico?
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