Espanha: ‘Srª Ministra, por favor não regenere as praias!
- «O Ministério para a "Transição Ecológica"
pretende extrair 12.400.000 m³ (cerca de 5 vezes o volume da grande pirâmide de
Cheops...) de areia do fundo marinho, a uma profundidade média de 65 m e a
cerca de 10 km de Cullera, para a despejar nas praias com défice de areia,
algumas localizadas a mais de 200 km do local de extracção. Tudo isto ao abrigo
de uma Declaração de Impacto Ambiental feita em 2013 e que hoje está
completamente ultrapassada. Assim, para manter felizes os hoteleiros, construtores,
autarcas e outros, vai-se danificar o fundo marinho, poluir mais a atmosfera
com barcos e maquinaria pesada, desperdiçar mais 1,2 mil milhões de euros e não
resolver nada. Não se vai resolver o problema porque não se resolvem as causas
e dentro de alguns meses, ou um ou dois anos, teremos uma nova tempestade com
muita energia e a areia será novamente levada pelo mar. Além disso, a regeneração artificial das praias dá uma
imagem de normalidade que está totalmente deslocada e não ajuda a mudar as
coisas e a resolver a emergência climática. As praias devem ser deixados como
estão, para mostrar claramente que a catástrofe climática é real e está em
curso. Alguns perderão negócios, mas todos perderemos mais se não começarmos a
agir agora: no final do século, espera-se que as temperaturas aumentem mais de
3ºC, com dias de 60ºC na península, com uma acentuada subida do nível do mar.
Regenerar as praias como se nada tivesse acontecido é a pior pedagogia, o
público tem de ver as consequências do que estamos a fazer ao ambiente antes
que seja demasiado tarde! Por conseguinte, seria melhor esses 1,2 mil milhões serem
dedicados à sensibilização e ajuda à população para mudar e reduzir para metade
a utilização de combustíveis fósseis durante esta década, porque depois disso
não conseguiremos inverter a situação, já não podemos adiá-la, como indicado
pelo IPCC e pelo PNUA, órgãos científicos da ONU. Mudanças essenciais como
viajar menos e reduzir a utilização do transporte motorizado (o maior emissor
de gases com efeito de estufa), mudar para a bicicleta e o comboio/autocarro,
consumir produtos locais e rejeitar os importados de outros continentes, poupar
matérias-primas e electricidade, instalar painéis solares, aplicar os 4Rs, etc. Por todas estas razões, Sra. Ministra, por favor não
regenere as praias!» Ecologistas en Acción.
- A indústria de combustíveis fósseis no Brasil quer
aproximar-se dos candidatos à Presidência da República com um “canto de sereia”
bilionário. O Globo destacou uma análise da Associação Brasileira das
Empresas de Serviços de Petróleo (ABESPETRO), que aponta para investimentos de
mais de R$ 100 bilhões até 2025 na expansão da exploração de petróleo no país,
com a geração potencial de cerca de meio milhão de postos de trabalho. O
documento, que traz também ideias para aplicação desses recursos, será entregue
aos presidenciáveis durante a campanha eleitoral. O setor até faz uma sinalização para a necessidade de que
a indústria nacional avance na transição energética para fontes renováveis. O
documento defende que o Brasil aposte na produção de gás como “combustível de
transição”. ClimaInfo.
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