quinta-feira, 4 de agosto de 2022

Espanha: ‘Srª Ministra, por favor não regenere as praias!

  • «O Ministério para a "Transição Ecológica" pretende extrair 12.400.000 m³ (cerca de 5 vezes o volume da grande pirâmide de Cheops...) de areia do fundo marinho, a uma profundidade média de 65 m e a cerca de 10 km de Cullera, para a despejar nas praias com défice de areia, algumas localizadas a mais de 200 km do local de extracção. Tudo isto ao abrigo de uma Declaração de Impacto Ambiental feita em 2013 e que hoje está completamente ultrapassada. Assim, para manter felizes os hoteleiros, construtores, autarcas e outros, vai-se danificar o fundo marinho, poluir mais a atmosfera com barcos e maquinaria pesada, desperdiçar mais 1,2 mil milhões de euros e não resolver nada. Não se vai resolver o problema porque não se resolvem as causas e dentro de alguns meses, ou um ou dois anos, teremos uma nova tempestade com muita energia e a areia será novamente levada pelo mar. Além disso, a regeneração artificial das praias dá uma imagem de normalidade que está totalmente deslocada e não ajuda a mudar as coisas e a resolver a emergência climática. As praias devem ser deixados como estão, para mostrar claramente que a catástrofe climática é real e está em curso. Alguns perderão negócios, mas todos perderemos mais se não começarmos a agir agora: no final do século, espera-se que as temperaturas aumentem mais de 3ºC, com dias de 60ºC na península, com uma acentuada subida do nível do mar. Regenerar as praias como se nada tivesse acontecido é a pior pedagogia, o público tem de ver as consequências do que estamos a fazer ao ambiente antes que seja demasiado tarde! Por conseguinte, seria melhor esses 1,2 mil milhões serem dedicados à sensibilização e ajuda à população para mudar e reduzir para metade a utilização de combustíveis fósseis durante esta década, porque depois disso não conseguiremos inverter a situação, já não podemos adiá-la, como indicado pelo IPCC e pelo PNUA, órgãos científicos da ONU. Mudanças essenciais como viajar menos e reduzir a utilização do transporte motorizado (o maior emissor de gases com efeito de estufa), mudar para a bicicleta e o comboio/autocarro, consumir produtos locais e rejeitar os importados de outros continentes, poupar matérias-primas e electricidade, instalar painéis solares, aplicar os 4Rs, etc. Por todas estas razões, Sra. Ministra, por favor não regenere as praias!» Ecologistas en Acción.
  • A indústria de combustíveis fósseis no Brasil quer aproximar-se dos candidatos à Presidência da República com um “canto de sereia” bilionário. O Globo destacou uma análise da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (ABESPETRO), que aponta para investimentos de mais de R$ 100 bilhões até 2025 na expansão da exploração de petróleo no país, com a geração potencial de cerca de meio milhão de postos de trabalho. O documento, que traz também ideias para aplicação desses recursos, será entregue aos presidenciáveis durante a campanha eleitoral. O setor até faz uma sinalização para a necessidade de que a indústria nacional avance na transição energética para fontes renováveis. O documento defende que o Brasil aposte na produção de gás como “combustível de transição”. ClimaInfo.

Sem comentários: