segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Europa: Apenas 8% das viagens são feitas por caminho-de-ferro

  • Apenas 8% das viagens na Europa são feitas por caminho-de-ferro.  90% de um sistema de sinalização uniformizado ainda não está concluído. 6.000 km de linha férrea foram desactivados nos últimos 20 anos.  Os Estados da UE ainda investem significativamente mais dinheiro na estrada do que no caminho-de-ferro. Como chegámos a esta situação e porquê? Os estados da UE adoptaram várias diretivas para criar um mercado comum de transporte ferroviário, o que deveria tornar os sistemas ferroviários europeus interoperáveis. Mas na realidade, as empresas ferroviárias nacionais selam os seus mercados umas contra as outras, em vez de oferecerem ligações transfronteiriças. As empresas nacionais encomendam comboios que só podem ser utilizados em redes nacionais. Os Estados estão mesmo a promulgar regras para proteger os seus mercados. Por exemplo, os maquinistas de locomotivas em vários países da UE têm agora de falar a língua local para que lhes seja permitida a condução. Então, quem deve ser considerado responsável por este desenvolvimento? Os governos? A Comissão? As grandes empresas nacionais? É impossível verificar os tempos de viagem e comprar bilhetes para uma viagem através da Europa numa única plataforma digital. Para viagens de avião, há muitas opções e os clientes adoram a conveniência. Assim, houve uma iniciativa legislativa da UE para alterar as regras para a emissão de bilhetes de comboio, mas os governos alemão e francês bloquearam-no sistematicamente no Conselho da UE. Esta desarticulação produziu resultados absurdos: para cobrir a distância de 600 km entre Lisboa e Madrid, tem que se mudar de comboio três vezes e viajar durante cerca de 11 horas. Investigate Europe.
  • «Durante várias décadas, a indústria dos combustíveis fósseis perpetrou uma campanha de desinformação, propaganda e lóbi para atrasar a ação climática, confundindo o público e os decisores políticos sobre a crise climática e as suas soluções. Isto envolveu uma notável variedade de anúncios - com manchetes que vão desde "Mentiras que dizem aos nossos filhos" até "O petróleo bombeia vida" - procurando convencer o público de que a crise climática não é real, não é feita pelo homem, não é séria e não pode ser resolvida. A campanha continua até aos dias de hoje». Geoffrey Supran e Naomi Oreskes, The Guardian.
  • «Poderíamos destruir as máquinas que estão a destruir este planeta. Se alguém colocou uma bomba relógio na sua casa, tem o direito de a desmontar. Mais concretamente, se alguém tiver colocado um dispositivo incendiário no interior da torre onde vive, e se as fundações já estiverem em chamas e houver pessoas a morrer nas caves, então muitos dirão que temos a obrigação de desativar o dispositivo. Esta é a base moral que, digo eu, justifica a destruição da propriedade dos combustíveis fósseis. (…) Esta base moral de ação directa é, creio eu, muito forte, se as realidades da catástrofe climática forem reconhecidas". Andreas Malm, A base moral para a destruição das infra-estruturas de combustíveis fósseisThe Guardian.
  • Em quatro meses, a Syngenta e a Bayer registaram autorizações para exportar para o Brasil 2,2 mil toneladas de pesticidas com substâncias com uso banido na União Europeia. Por Rute Pina/Agência Pública. Via Esquerda.
  • «O movimento de justiça climática deve abandonar definitivamente o processo da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climática, mais conhecido por COP – Conferências das Partes. A sua presença ali está a legitimar um aparelho antidemocrático, autoritário e repressivo que nunca irá produzir o que precisa de ser feito mesmo a nível técnico: o corte de emissões de 45-55% até 2030 em relação aos níveis de 2010 e o fim da utilização de combustíveis fósseis. Hoje, a agenda das COP está totalmente limitada às novas narrativas para a abertura de novas fronteiras de exploração e acumulação capitalista: dos mercados de carbono às compensações de carbono, do capitalismo verde à mineração intensiva. O espaço da COP é o terreno para uma nova expropriação de terras a nível global, uma nova Conferência do Congo em que os países ricos desenham e decidem onde expandir-se, o que destruir de seguida no Sul Global e nos países mais pobres. (…) A COP usa explicitamente os movimentos sociais, apresentando a sua presença como prova visual de que se trata de um processo aberto, democrático e legítimo. Usa o movimento como álibi para a sua farsa.(…)» João Camargo, Este é o tempo da revolução climáticaSetenta e Quatro.

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