sábado, 9 de outubro de 2021

Reino Unido: governo rejeita gasoduto russo para a Europa mas acusa a Rússia de reduzir abastecimento de gás para fazer subir o seu preço

  • O governo britânico parece um baú de tresvariados. Segundo o Times, enquanto rejeita a aprovação do gasoduto russo para a Europa alegando implicações de segurança, acusa o governo russo de reduzir o abastecimento de gás à Europa para provocar a subida dos preços do gás. O Daily Mail vai mais longe. No seu editorial, acusa os sucessivos governos britânicos de terem “confiado excessivamente na energia de voláteis e censuráveis potências estrangeiras”, de terem “comprado cegamente o alarmismo apocalíptico dos ativistas climáticos”. E acrescenta: "A Grã-Bretanha tem vastas reservas inexploradas de petróleo e gás. O país está situado sobre camadas de xisto. E tivemos a escolha, há anos, de expandir a produção de energia nuclear.” No Financial Times, o comentador financeiro norte-americano Robert Armstrong é implacável: "Seus idiotas, isto é o que acontece quando se dá trela à Greta Thunberg e se põe de lado os combustíveis fósseis sem os substituir por algo melhor.»
  • Ativistas da Greenpeace pararam um navio-tanque que transportava óleo de peixe no Canal da Mancha em protesto contra a insegurança alimentar africana. As exportações de farinha de peixe da África Ocidental para a UE têm crescido acentuadamente, esgotando os estoques e representando uma ameaça à subsistência. Karen McVeigh, The Guardian.
  • Enquanto uma cidade envenenada procurava justiça, o executivo de uma gigante química transferiu milhões para para paraísos fiscais. Os registos divulgados mostram que Bernard de Laguiche escondeu acções da Solvay em contas offshore à medida que a empresa enfrentava reclamações de contaminação da água em Itália e nos EUA. Scilla Alecci, ICIJ.
  • Nos últimos 50 anos, 60% dos 300 lagos naturais da Turquia secaram, sendo a perda devastadora para as aves e outros animais selvagens. A redução da precipitação, o aumento da temperatura, a má gestão das terras públicas e as más práticas agrícolas fizeram com que os níveis de água, mesmo no segundo maior lago do Médio Oriente, o Lago Van, baixassem até 200 metros. TheSecret Market Report.
  • A Turquia ratifica o Acordo de Paris depois de aprovar um objetivo líquido zero de 2053Joe Lo e Chloé Farand, CCN.
  • O governo de Alberta pagou mais de 100.000 dólares a uma firma de advogados sediada em Edmonton para processar as operadoras petrolíferas que devem milhões de dólares aos departamentos federais e provinciais do ambiente. Ao longo dos últimos cinco anos, pelo menos 19 faturas totalizando cerca de 3,27 milhões de dólares ficaram por pagar. Roberta Bell, The Narwhal.
  • O governo chinês mandou 70 minas na Mongólia Interior aumentar a produção de carvão em quase 100m de toneladas, de modo a contrariar uma grave crise de energia. Reuters/The Guardian.
  • A Greenpeace defende o fim das compensações de carbono. As compensações de carbono estão a permitir que os maiores poluidores mundiais avancem com planos de negócios que ameaçam os objetivos climáticos globais. O modelo permite às empresas poluidoras compensar as suas emissões através da compra de créditos de projetos que reduzem ou evitam a libertação de CO2 que aquece o clima noutros locais. Defensores do ambiente como a Greenpeace dizem que isto está a permitir que grandes poluidores como as grandes petrolíferas adiem o corte das suas próprias emissões e evitem o desinvestimento dos hidrocarbonetos. CNBC.

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