Bico calado
- «A propriedade que importava + do que condições dignas
para imigrantes a viver em contentores durante uma pandemia. O resort q já
tinha hóspedes destinados e vai custar 100€/dia (3000€/mês) ao Estado português
por cada bungalow... afinal é um projeto falido e sem licenças. O Zmar
concordou "ceder", a troco de uma renda mensal de 3000€ por cada
bungalow, muito acima do preço de mercado. Feitas as contas, vai receber mais
de 214.000€ e nem sequer descarta a ideia de vir a processar o Estado para
receber mais algum. Andou-se a dar publicidade à chantagem negocial -
disfarçada de protesto - de mais um projeto falhado da dinastia Espírito Santo,
em processo de insolvência, a precisar de liquidez e que aproveitou a miséria
alheia para conseguir mais um grande negócio. Até ser afastado no processo de
insolvência, o dono do Zmar era Francisco Manuel Espírito Santo - primo de
Ricciardi e de Ricardo Salgado. O parque nasce com 7 milhões do QREN a fundo
perdido + empréstimo de 30 milhões do BES. Quem seria o fiador?» José Gusmão.
- «Talvez a forma mais insidiosa de controlar o discurso
político seja através da mão oculta do algoritmo. (…) Ao longo dos últimos
meses, o Facebook tem vindo evitar explicitamente ter conteúdo
"político" a aparecer nos noticiários. Citando inquéritos internos
aos utilizadores, o Facebook vai retirar o conteúdo político. Ele próprio o
disse recentemente: "muitas coisas tornaram-se politizadas e a política tem
conseguido infiltrar-se em tudo". Para Zuckerburg, isto é mau. (…) Se se é
rico e poderoso, está-se satisfeito com a sociedade tal como ela é, e então a
política não lhe interessa. De facto, quanto menos caminhos para a mudança
política, melhor. Mas para aqueles que procuram desafiar a supremacia branca, o
sexismo, a desigualdade e o capitalismo, este é um problema. É ideológico
pensar que o status quo é apolítico e que os desafios contra isso é político. A
limitação expressa da expressão política tem a ver com o reforço das
desigualdades e das desigualdades na nossa sociedade.» David Bush, Spring.
- Israel utilizou pequenos drones para lançar gás
lacrimogéneo sobre os manifestantes palestinianos em protestos ao longo da
fronteira de Gaza. The Times of Israel.
- «Mas eram as terríveis condições de trabalho na mina que
matava mais gente. O frade dominicano Domingo de São Tomás denunciava ao
conselho das Índias, em 1550, pouco depois de aberta a mina, que Potosí era uma
‘boca do inferno’ que engolia anualmente índios aos milhares e milhares e que
os mineiros rapaces tratavam os naturais ‘como animais sem dono’. E frei
Rodrigo Loaysa diria depois: ‘estes pobres índios são como as sardinhas no mar.
Assim como os outros peixes perseguem as sardinhas para as tomarem como presa e
as devorarem, também todos nestas terras perseguem os índios miseráveis(…)» Eduardo Galeano, As veias abertas da América Latina
(1971) – Antígona 2017.
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