Bico calado
- James Story, o embaixador norte-americano nomeado para a
Venezuela, foi expulso em março de 2019 por comprovadamente ter apoiado Guaidó
à revelia dos resultados eleitorais. Desde então reside na Colômbia, onde
organizou uma cimeira, à porta vechada, com rebeldes venezuelanos para
antecipar o reconhecimento de Guaidó, por parte de Biden, em 2 de março, como
presidente daquele país. A cimeira, que se prolongou por uma semana, terá
contado com a participação do líder da oposição de direita Leopoldo López, do
advogado e ex-legislador Julio Borges e do ex-advogado da Exxon Carlos Vecchio,
que agora atua como “embaixador” de Guaidó em Washington, para além de agentes
de diversos departamentos da administração Biden. Refira-se que Story celebrou,
no seu mural do FB, o golpe de estado que, em 2019, expulsou Evo Morales da
Bolívia, e sublinhou a importância e o sucesso de um longo programa coordenado
pelos EUA de fumigação aérea naquele país. A pulverização de extensas zonas com
glifosato para combater as culturas de coca e o terrorismo, acabaram destruindo
muitas culturas, provocando imensos e graves problemas de saúde a populações
rurais que acabaram por abandonar essas áreas contaminadas. “O programa de fumigação aérea administrado pelo governo
da Colômbia tem sido extraordinariamente bem-sucedido”, declarou Story à CNN, do conforto do seu escritório com ar-condicionado, onde
trabalhava na época como diretor da secção de assuntos de narcóticos da
embaixada dos Estados Unidos. Story continuou afirmando que a política
resultara numa queda de 40% no cultivo de coca, embora admitisse que “há alguma
deriva que acontece” em relação às propriedades vizinhas. Anya Parampil e Max Blumenthal, The Grayzone.
- «(…) Chegámos mesmo ao cúmulo de um desses personagens
dos Recursos Humanos da TAP se ter permitido dizer a um Tripulante de Cabine –
o qual, como é seu elementar direito, pretendia constituir Advogado para o
representar na negociação e celebração da revogação por mútuo acordo – que “não
falamos com advogados”, tentando assim impedir o exercício desse mesmo mandato!
Esta postura arrogante e ilegal da TAP para com os seus trabalhadores é a face
mais visível da política laboral dominante em Portugal e os seus truques e
manobras são sempre essencialmente os mesmos, mas ganham agora terreno na época
da pandemia da Covid-19 e na lógica dos estados de emergência. Por isso, podia
seguramente prever-se aquilo que já começou a acontecer, ou seja, e exactamente
porque os sindicatos não se precaveram, como deviam, a apresentação de “minutas
de revogação por mútuo acordo” absolutamente inaceitáveis, com cláusulas em que
os trabalhadores não apenas declarem prescindir de todos e quaisquer outros
créditos (inclusive os já reconhecidos por sentenças judiciais, mas ainda não
transitadas em julgado devido a recursos interpostos pela própria TAP), como
fiquem proibidos de dizer uma só palavra acerca da empresa, dos seus dirigentes
e dos seus métodos ilegais de actuação ou dos crimes (designadamente de gestão
danosa) que nela hajam sido cometidos e/ou, sob a capa da confidencialidade,
nada possam dizer ou fazer relativamente à companhia e à forma como ela está a
ser destruída (…) E é seguramente por pretender que estas cláusulas não sejam
conhecidas que a TAP pretende também que o trabalhador fique obrigado por tempo
indeterminado a “manter confidencial e a não revelar a terceiros, total ou
parcialmente, sob qualquer motivo ou pretexto, o teor” destes acordos.Trata-se
do truque, antiquíssimo, de apresentar propostas ou minutas que, além de irem
muito mais longe do que aquilo que a própria empresa anunciara, são
absolutamente indignas e inaceitáveis, para depois, e perante a mais que
legítima recusa de pelo menos uma parte dos trabalhadores (os que a elas não
aceitem sujeitar-se), virem invocar que, se não houve acordo, é porque tais
trabalhadores não o quiseram, pois a empresa esteve disponível para o diálogo
(…)» António Garcia Pereira, TAP – A culpa, claro, é dos trabalhadores! -
Notícias Online.
- «Cito o João Mendes para um questionário rápido. Quem é
ele quem é? Uma lei foi celebrizada com o seu nome: "foi comunista durante
o declínio do fascismo, quando era moda ser oposição ao Estado Novo, ministro
do PS no tempo do soarismo, virou mais tarde à direita, trabalhou no sector
público, trabalhou no sector privado, andou por fundações e órgãos de
comunicação social, escreveu e escreve regularmente nos principais jornais
nacionais, comenta a actualidade nos telejornais, enfim, está - literalmente -
em todo o lado. E, curiosamente, nunca - mesmo nunca - é nada com ele. São os
outros. É o sistema. O sistema que ele conhece, por dentro, como poucos. Muito
poucos." Nunca é nada com ele. Quem é ele quem é?» Paulo Querido,
FB.
- «A Presidência Portuguesa da UE em Lisboa, uma função
rotativa presidida por Augusto Santos Silva até ao final de Junho, gastou 36
mil euros em bebidas, contratadas a uma empresa de vinhos, e 260 mil euros para
equipar uma sala de imprensa. Além de 49 mil euros em fatos e camisas parafardar motoristas. Só que nestes meses de pandemia não há encontros de pessoas
em que se beba vinhos, não há jornalistas a frequentar salas de imprensa, nem
chauffeurs janotas para conduzir políticos de toda a Europa para os Pastéis de
Belém ou as marisqueiras. Será que posso pedir para me entregarem a casa as
garrafas de vinho que costumo beber depois das conferências de imprensa?» Miguel
Szymanski, À grande e à portuguesa - FB.
- «(…) Na verdade, quando falam os dois - Clara e Mendes - a
coisa é um sossego, um ruflar de asas. Deferência para aqui, deferência para
acolá, como se estivessem numa nuvem de algodão no Céu. Clara com Marta tem outra missão: repreendê-la por todos os falhanços. A Dona Clara
esqueceu-se de apontar a maior falha à Senhora Ministra – não planear o aparecimento
do vírus. Não quis encostá-la à parede e não lha atirou. Marta Temido fazia
anos e a jornalista condoeu-se com o facto. Claro que o SNS não foi capaz de responder aos doentes
covid e aos não covid como se sabia. O próprio Bastonário tem proclamado esse
facto dia e noite em todo o Portugal e as televisões dado conta. Há uma
pergunta que nunca aparece e aqui fica – E se não houvesse SNS como estávamos?»
Domingos Lopes, Clara Sousa e Marta Temido - O Chocalho.
- O regulador de serviços públicos do Textas foi alvo de intenso
escrutínio por parte legisladores na semana passada por não regulamentar o
setor elétrico antes dos apagões de fevereiro. Muitos dos seus principais
funcionários trabalharam para as empresas de energia que supervisiona. Justin Miller, Texas Observer.
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