Newsletter: Receba notificações por email de novos textos publicados:

sexta-feira, 5 de março de 2021

Bico calado

  • James Story, o embaixador norte-americano nomeado para a Venezuela, foi expulso em março de 2019 por comprovadamente ter apoiado Guaidó à revelia dos resultados eleitorais. Desde então reside na Colômbia, onde organizou uma cimeira, à porta vechada, com rebeldes venezuelanos para antecipar o reconhecimento de Guaidó, por parte de Biden, em 2 de março, como presidente daquele país. A cimeira, que se prolongou por uma semana, terá contado com a participação do líder da oposição de direita Leopoldo López, do advogado e ex-legislador Julio Borges e do ex-advogado da Exxon Carlos Vecchio, que agora atua como “embaixador” de Guaidó em Washington, para além de agentes de diversos departamentos da administração Biden. Refira-se que Story celebrou, no seu mural do FB, o golpe de estado que, em 2019, expulsou Evo Morales da Bolívia, e sublinhou a importância e o sucesso de um longo programa coordenado pelos EUA de fumigação aérea naquele país. A pulverização de extensas zonas com glifosato para combater as culturas de coca e o terrorismo, acabaram destruindo muitas culturas, provocando imensos e graves problemas de saúde a populações rurais que acabaram por abandonar essas áreas contaminadas. “O programa de fumigação aérea administrado pelo governo da Colômbia tem sido extraordinariamente bem-sucedido”, declarou Story à CNN, do conforto do seu escritório com ar-condicionado, onde trabalhava na época como diretor da secção de assuntos de narcóticos da embaixada dos Estados Unidos. Story continuou afirmando que a política resultara numa queda de 40% no cultivo de coca, embora admitisse que “há alguma deriva que acontece” em relação às propriedades vizinhas. Anya Parampil e Max Blumenthal, The Grayzone.
  • «(…) Chegámos mesmo ao cúmulo de um desses personagens dos Recursos Humanos da TAP se ter permitido dizer a um Tripulante de Cabine – o qual, como é seu elementar direito, pretendia constituir Advogado para o representar na negociação e celebração da revogação por mútuo acordo – que “não falamos com advogados”, tentando assim impedir o exercício desse mesmo mandato! Esta postura arrogante e ilegal da TAP para com os seus trabalhadores é a face mais visível da política laboral dominante em Portugal e os seus truques e manobras são sempre essencialmente os mesmos, mas ganham agora terreno na época da pandemia da Covid-19 e na lógica dos estados de emergência. Por isso, podia seguramente prever-se aquilo que já começou a acontecer, ou seja, e exactamente porque os sindicatos não se precaveram, como deviam, a apresentação de “minutas de revogação por mútuo acordo” absolutamente inaceitáveis, com cláusulas em que os trabalhadores não apenas declarem prescindir de todos e quaisquer outros créditos (inclusive os já reconhecidos por sentenças judiciais, mas ainda não transitadas em julgado devido a recursos interpostos pela própria TAP), como fiquem proibidos de dizer uma só palavra acerca da empresa, dos seus dirigentes e dos seus métodos ilegais de actuação ou dos crimes (designadamente de gestão danosa) que nela hajam sido cometidos e/ou, sob a capa da confidencialidade, nada possam dizer ou fazer relativamente à companhia e à forma como ela está a ser destruída (…) E é seguramente por pretender que estas cláusulas não sejam conhecidas que a TAP pretende também que o trabalhador fique obrigado por tempo indeterminado a “manter confidencial e a não revelar a terceiros, total ou parcialmente, sob qualquer motivo ou pretexto, o teor” destes acordos.Trata-se do truque, antiquíssimo, de apresentar propostas ou minutas que, além de irem muito mais longe do que aquilo que a própria empresa anunciara, são absolutamente indignas e inaceitáveis, para depois, e perante a mais que legítima recusa de pelo menos uma parte dos trabalhadores (os que a elas não aceitem sujeitar-se), virem invocar que, se não houve acordo, é porque tais trabalhadores não o quiseram, pois a empresa esteve disponível para o diálogo (…)» António Garcia Pereira, TAP – A culpa, claro, é dos trabalhadores! - Notícias Online.

  • «Cito o João Mendes para um questionário rápido. Quem é ele quem é? Uma lei foi celebrizada com o seu nome: "foi comunista durante o declínio do fascismo, quando era moda ser oposição ao Estado Novo, ministro do PS no tempo do soarismo, virou mais tarde à direita, trabalhou no sector público, trabalhou no sector privado, andou por fundações e órgãos de comunicação social, escreveu e escreve regularmente nos principais jornais nacionais, comenta a actualidade nos telejornais, enfim, está - literalmente - em todo o lado. E, curiosamente, nunca - mesmo nunca - é nada com ele. São os outros. É o sistema. O sistema que ele conhece, por dentro, como poucos. Muito poucos." Nunca é nada com ele. Quem é ele quem é?» Paulo Querido, FB.
  • «A Presidência Portuguesa da UE em Lisboa, uma função rotativa presidida por Augusto Santos Silva até ao final de Junho, gastou 36 mil euros em bebidas, contratadas a uma empresa de vinhos, e 260 mil euros para equipar uma sala de imprensa. Além de 49 mil euros em fatos e camisas parafardar motoristas. Só que nestes meses de pandemia não há encontros de pessoas em que se beba vinhos, não há jornalistas a frequentar salas de imprensa, nem chauffeurs janotas para conduzir políticos de toda a Europa para os Pastéis de Belém ou as marisqueiras. Será que posso pedir para me entregarem a casa as garrafas de vinho que costumo beber depois das conferências de imprensa?» Miguel Szymanski, À grande e à portuguesa - FB.
  • «(…) Na verdade, quando falam os dois - Clara e Mendes - a coisa é um sossego, um ruflar de asas. Deferência para aqui, deferência para acolá, como se estivessem numa nuvem de algodão no Céu. Clara com Marta tem outra missão: repreendê-la por todos os falhanços. A Dona Clara esqueceu-se de apontar a maior falha à Senhora Ministra – não planear o aparecimento do vírus. Não quis encostá-la à parede e não lha atirou. Marta Temido fazia anos e a jornalista condoeu-se com o facto. Claro que o SNS não foi capaz de responder aos doentes covid e aos não covid como se sabia. O próprio Bastonário tem proclamado esse facto dia e noite em todo o Portugal e as televisões dado conta. Há uma pergunta que nunca aparece e aqui fica – E se não houvesse SNS como estávamos?» Domingos Lopes, Clara Sousa e Marta Temido - O Chocalho.
  • O regulador de serviços públicos do Textas foi alvo de intenso escrutínio por parte legisladores na semana passada por não regulamentar o setor elétrico antes dos apagões de fevereiro. Muitos dos seus principais funcionários trabalharam para as empresas de energia que supervisiona. Justin Miller, Texas Observer.

Sem comentários: