Bico calado
- Empresa de André Ventura foi investigada no caso Monte
Branco. Escutas telefónicas levaram os investigadores a estabelecer a ligação
entre um dos arguidos, Ricardo Arcos Castro, e a Finpartner, que partilhava a
morada com o escritório de advogados Caiado Guerreiro. Candidato presidencial
começou por trabalhar como consultor para o escritório de advogados e depois
transitou para a consultora fiscal, onde se manteve até junho de 2020. Carlos
Rodrigues Lima, Sábado.
- «Falar de Ventura sem falar de Passos é branqueamento.
Não foi Ventura que obrigou Passos a aceitá-lo como candidato autárquico do PSD
em 2017. Não foi Ventura que impôs a Passos o palco de Loures para se ensaiar,
pela primeira vez em democracia, um discurso racista, xenófobo e securitário
com a chancela de um partido que votou a Constituição e suas sucessivas
revisões. (…) Falar de Ventura sem falar de João Miguel Tavares é
branqueamento. O discurso anti-sistema tem como racional a teoria da
conspiração que faz da corrupção o mal supremo da Grei. (…) A necessidade de
manter o negócio e a obsessão alimentada nesse ecossistema financeiro e
fanático levou-o progressivamente a expandir a teoria, tendo acabado por
declarar repetidamente que a corrupção tinha como origem a Assembleia da
República, onde se criam as leis que protegem os políticos corruptos, e como
executantes dos crimes os governantes que sacam milhões, e ainda como cúmplices
os Presidentes da República sucessivos que se limitam a assistir calados (por
também estarem a meter no bolso algum, é a fatal inerência). (…) Falar de
Ventura sem falar de Rio é branqueamento. Conviver com um presidente do PSD que
prometeu “banhos de ética” e reposicionamento ao centro, e que na primeira
oportunidade não só normaliza como se alia a quem ataca a democracia e os
direitos humanos, obriga a tomar posição. (…) Falar de Ventura sem falar de
Cavaco é branqueamento. O apoio de Ferreira Leite, de Maria João Avillez e de
Cavaco à aliança do PSD com o Chega expõe esta elite a uma luz que nunca a
atingiu por terem estado protegidos, durante décadas, pelos impérios de
comunicação e pela decência da esquerda. (…). Falar de Ventura sem falar de
Trump é branqueamento. Ventura copia Trump e outros modelos de tiranetes com
sucesso eleitoral em democracias ou à procura dele. (…) Falar com Ventura
sendo-se Marcelo acabou em branqueamento. Não foi capaz de lhe dizer quão
inaceitável, quão indecente, quão abjecto e quão perigoso Ventura é para todos
os que comungam dos valores que Marcelo alega defender. (…)» Valupi, AspirinaB.
- Uma reportagem da SIC revelou que Caesar DePaço, financiador e apoiante do Chega, era cônsul honorário de Cabo Verde em Palm Coast, Florida. O ministro dos Negócios Estrangeiros demitiu-se. Esquerda.
- A coligação “Portugal à Frente”, liderada por Passos
Coelho em 2015, fez um contrato de 600 mil euros com uma empresa brasileira de
publicidade. A campanha está a ser investigada pelo DCIAP. O responsável pela
campanha foi detido no Brasil no âmbito do processo de corrupção que envolve a
Odebrecht. Em causa estão cerca de 600 mil euros pagos à “Arcos de Propaganda”
e que, de acordo com o Tribunal Constitucional, não estão explicados. O
contrato para a campanha eleitoral da coligação entre PSD e CDS, “Portugal à
Frente”, em 2015, valeu assim uma multa de dez mil euros. Cada um destes
partidos pagará metade. Esquerda.
- Marcelo debate com Corona. Tubo de ensaio/TSF.
- A UE deixou de reconhecer Gaidó, o "presidente
interino" da Venezuela, apoiado pelos EUA. Peter Bolton,
The Canary. Augusto Santos Silva não se demite?
- Política e Poder nos EUA: um programa. Contexto histórico
para a insurreção de 5 de janeiro de 2021. Catherine
Halley, JSTOR.
- A Boeing acordou pagar mais de 2.5 mil milhões, - multa
de 243 milhões, 1.77 mil milhões de indemnizações a viajantes e 500 milhões
para um fundo de apoio a herdeiros e familiares das 346 vítimas mortais dos
desastres do Boeing 737 MAX nos voos Lio Air 610 e Ethiopian Airlines 302. Os
desastres ocorridos nos dois voos revelaram conduta fraudulenta e enganadora da
companhia que apenas mostrou estar empenhada em defender os seus lucros em vez
de transmitir informação técnica essencial aos seus pilotos. JusticeGov.
- «Mas o pior que pode acontecer a um escritor é o
jornalista que se senta e diz: "Peço desculpa, mas não li o seu
livro." Já lhe aconteceu? Ainda com este livro aconteceu e talvez aconteça
mais agora do que acontecia antes, porque o jornalismo tern perdido qualidades,
tem vindo a degradar-se, e infelizmente há cada vez mais pessoas com menos
formação que chegam a jornalistas. Isso para um escritor é muito irritante,
porque se vem falar comigo sobre o livro como é que diz que não leu o livro?! Não
faz sentido, depois fazem perguntas a partir do texto da contracapa. Às vezes não
dizem que não leram, mas percebe-se na primeira pergunta que leram apenas o
texto da contracapa.» Agualusa a Isabel Lucas, Público 10jan2021.
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