sábado, 23 de março de 2019

Reflexão – Precisamos de uma bateria totalmente ética


A indústria de veículos elétricos precisa de «fabricar a primeira bateria totalmente ética do mundo em cinco anos», defende a Amnistia Internacional (AI). A AI acusa os fabricantes de automóveis elétricos de falhar na redução dos abusos dos direitos humanos, incluindo o trabalho infantil, ligado à mineração de minerais essenciais para as baterias. «Encontrar soluções eficazes para a crise climática é um imperativo absoluto, e os carros elétricos têm um papel importante nisso», diz Kumi Naidoo, diretor da AI. «Mas sem mudanças radicais, as baterias que alimentam os veículos verdes continuarão a ser manchadas por abusos dos direitos humanos».
A procura de carros elétricos deverá subir rapidamente, aumentando mais de trinta vezes até 2030, segundo a Bloomberg New Energy Finance. A procura de lítio deve aumentar dramaticamente na próxima década. As organizações de defesa dos direitos humanos acusam os fabricantes de produtos eletrónicos e os fabricantes de carros elétricos de não divulgarem publicamente as cadeias de fornecimento dos seus produtos, e criticam a indústria por estar frequentemente envolvida em casos de abusos de direitos humanos cometidos em minas, nomeadamente na Argentina e na República Democrática do Congo.
«As empresas que ignoram as preocupações com os direitos humanos quando limpam as suas fontes de energia estão a apresentar aos seus clientes uma falsa escolha: pessoas ou planeta», diz Naidoo. «Esta abordagem é fraca e não irá fornecer as mudanças sustentáveis que precisamos para salvar a humanidade da devastação climática.» DW.

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