Bico calado
- O Supremo Tribunal dos EUA decidiu por 7-1 rejeitar a alegação de imunidade absoluta de processos judiciais da International Finance Corporation (IFC). A partir de agora, organizações internacionais como a IFC e o Banco Mundial podem ser processadas nos tribunais dos EUA, por eventuais danos provocados por impactos negativos de projetos por eles financiados. Farmland Grab.
- Nos EUA é muito mais fácil criar uma empresa de fachada do que obter um cartão de biblioteca pública, admite a Global Financial Integrity.
- «(…) Nenhum país na era pós-Segunda Guerra Mundial cometeu tantos crimes contra a humanidade e apoiou tantos genocídios como os Estados Unidos da América. E nenhuma outra parte do mundo assassinou mais pessoas no mundo do que a Europa. E a maioria dos norte-americanos é descendente de europeus. A "política externa" dos EUA deriva diretamente das políticas colonialistas das antigas potências europeias. Portanto, crimes contra a humanidade cometidos pelo Ocidente nunca pararam; nunca pararam durante séculos. (…) Se o ICC tiver permissão e começar a investigar crimes contra a humanidade cometidos pelo Ocidente, todo o conceito distorcido dos EUA e da Europa como sendo pioneiros da liberdade e da democracia poderá entrar fácil e rapidamente em colapso. Mesmo as críticas de Washington, Paris ou Londres a países como a Venezuela, a China ou a Rússia, pelas suas “violações dos direitos humanos”, se tornariam absurdas e grotescas. Todo o conceito de "mudança de regime" poderia ser claramente denunciado pelo que sempre foi - gangsterismo sem lei. Os governantes dos EUA estão bem cientes do facto de que este é um "momento extremamente mau" para o Império permitir desafios de alguns organismos internacionais marginalmente independentes. Eles tentam quebrar toda a dissidência. Como quando em 2018, os EUA e Israel abandonaram a Unesco. O Ocidente está claramente a perder a guerra ideológica e está em pânico. E quanto mais entra em pânico, mais agressivo fica. País após país é rotulado de “antidemocrático" e designado para "mudança de regime". Os métodos são diferentes. Há golpes suaves que conseguiram derrubar governos de esquerda na Argentina e depois no Brasil. E existem métodos duros usados pelo Império no Afeganistão, Síria, Venezuela, Irão, Iémen, grandes partes da África, Nicarágua e Coreia do Norte. O Ocidente apoia abertamente os genocídios na República Democrática do Congo, na Papua Ocidental ocupada e saqueada pela Indonésia, em Caxemira ocupada pelos indianos, bem como o apartheid perpetrado por Israel. O ICC concentra-se agora nos crimes contra a humanidade cometidos pelos Estados Unidos no Afeganistão, onde pelo menos 100.000 pessoas morreram em resultado das cerca de duas décadas de ocupação da NATO. Estes crimes são reais e indiscutíveis. Trabalho no Afeganistão e posso testemunhar que o Ocidente (e particularmente os EUA e o Reino Unido) trouxe este país orgulhoso para um estado miserável. Mas o Afeganistão poderia ser apenas o começo, uma espécie de caixa de Pandora. O mais provável é que, se ocorrerem, os julgamentos contra os EUA e seus crimes não impedirão de imediato o terror que o Ocidente está a espalhar por todo o mundo. Mas eles abririam discussões, pelo menos nos países que foram vítimas de tamanha injustiça. Esses julgamentos ajudariam também a realinhar o mundo (…) Uma grande parte do mundo já está horrorizada com os recentes ataques do Ocidente contra a Venezuela e com as tentativas de pressionar países como a China, a Rússia e a Coreia do Norte para o conflito militar. (…) Percebeu-se sempre que o Ocidente tem forçado o planeta a aceitar o seu "excepcionalismo". Mas apenas uma minoria bem informada do povo o percebeu. As últimas manchetes chegarão às massas, em todos os continentes. O Sr. Pompeo cometeu um enorme erro tático. Ele tocou o "grande tópico" que deveria ser "entendido", mas não pronunciado. Agora está às claras. O próximo passo poderia ser o reconhecimento de que o direito internacional não se aplica ao Ocidente. Uma vez admitido esse facto indiscutível, o que se segue pode ser um ultraje e, finalmente, a uma recusa em aceitar o status quo, pelo menos por parte de vários países, e em biliões de pessoas em todo o mundo. Parece que o Império foi longe demais. Como resultado, paradoxalmente, a sua impunidade poderá estar realmente em risco.» Andre Vltchek, EUA para o ICC - We Will Break Your Legs – New Eastern Outlook.
- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pode enfrentar mais acusações de corrupção após a revelação de novos pormenores relacionados com o caso de um submarino. O caso submarino - conhecido como Caso 3000 - refere-se a uma série de alegações contra associados próximos de Netanyahu, que aalegadamente pressionou as autoridades de defesa israelitas a assinar um acordo com a empresa alemã ThyssenKrupp. Acredita-se que os associados também tenham "desnatado" o acordo, retirando grandes somas para si mesmos. MEM.
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