quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Bico calado

  • «(…) o site Bombeiros 24 espalha nos computadores de quem o visita um tipo específico de software malicioso - um affiliate, que permite aos administradores do site receber dinheiro de empresas de vendas online. O truque é simples: o site deixa uma espécie de cookie nos computadores dos leitores que passam assim a ficar associados ao Bombeiros 24. Quando essa pessoa usar aquele computador para, por exemplo, comprar alguma coisa na Amazon, a empresa americana fica a saber que a sua venda foi "sugerida" pelo site português e paga-lhe uma comissão. Além de ceticismo, os frequentadores desta página precisam de um bom antivirus. Esta é mais uma prova de que o negócio das fake news é rentável. O que poucos portugueses conhecem é a real dimensão deste "mercado".(…)» DN. Se gosta se ser enganado e de beneficiar vigaristas, clique, leia, siga e partilhe as mentiras e vigarices destes «sites»: 1001 Ideias, Altamente, Cura Natural, EventoXXI, Futebol Total, hawkfinancing.com, Jornaldiario, JornalQ, Luso Jornal 2015, Lusonoticia, Lusopt, Magazinelusa, Muito Bom, Muito Fixe, Noticiario.com, noticias24.com.pt, Semanarioextra, Vamoslaportugal, Tafeio.com.pt…, 
  • «(…) É interessante observar como alguns dos que lamentam a pobreza no nosso país nesta altura do ano são os mesmos que repudiam os impostos sobre as grandes fortunas, os altos rendimentos, e as transacções vultuosas, são os mesmos que têm a perspectiva rentista de pôr o dinheiro a salvo e a render seja onde for, são os mesmos que discutem o aumento do salário mínimo, euro a euro, que são “tão bons” que já pagam 630 euros a alguns a quem podiam pagar 580. São os que exigem “menos Estado”. Enfim, são os mesmos que apoiam os filhos para estarem com os sacos à porta dos supermercados, porque isto de dar aos pobres “empresta a Deus” e sempre é melhor ir pagando um seguro para a eternidade para além do seguro de Saúde. (…) É fácil ouvir pessoas que dizem “e nós descontamos!”, sabendo que a percepção delas é que estão a pagar impostos e serviços de saúde, quando nós sabemos que só descontam para a segurança social e que não pagam impostos directos nem serviços de saúde. Já não é raro ouvir ou ler nas redes sociais que estão a pagar impostos para sustentar deputados e reformas milionárias dos mesmos, notícias falsas divulgadas por fontes organizadas e impunes. Na generalidade da voz pública sente-se que a corrupção está a aumentar, quando o que está a aumentar é a sua investigação e divulgação. E já é possível ouvir quem reclame a pena de morte para os corruptos. Um dia pode vir alguém que diga “Chega” e seja aceite como chefe. Um dia poderá ocorrer que nós, que discutimos isto e que pertencemos a uma elite, mesmo que na elite haja gente “à rasca”, sejamos englobados num todo que são “eles”, os que mandam, os que discutem na Assembleia da República, os que estão lá em cima e têm voz, enquanto uns milhões não têm voz de facto. Portugal vive um momento feliz, apesar das muitas greves, mas há mar e marés e há ir e voltar. Há marés amarelas auto-organizadas e há marés negras que pedem chefes.» Isabel do Carmo, in Pùblico.
  • «(…) Foi em 1990 que a direita fez o seu ataque ao SNS. PSD e CDS aprovaram uma proposta do governo de Cavaco Silva para uma nova Lei de Bases da Saúde que escancarou as portas do SNS ao saque dos privados. Essa lei atribuiu ao Estado a obrigação do “desenvolvimento do setor privado de prestação de cuidados de saúde (...) em concorrência com o setor público”. Com esta alteração, o SNS já não servia apenas para garantir cuidados de saúde às pessoas, tinha a obrigação de ajudar ao estabelecimento dos privados.(…) Enchiam a boca com as virtudes do mercado e os méritos do empreendedorismo, mas, na verdade, era sempre o Estado que bancava a iniciativa dos privados. Como dizia António Arnaut, estas alterações serviram para criar as condições “legais” para uma futura privatização do SNS através da “medicina convencionada”, da possibilidade da “gestão empresarial” e de incentivos aos “seguros de saúde”. Chegados aqui, o resultado das alterações feitas pela direita são visíveis: atualmente, quase 40% do orçamento anual é desviado para os privados, 500 milhões de euros só para as Parcerias Público-Privado (PPP). Uma enorme sangria de recursos públicos. (…) Quando Marques Mendes diz que “o país não precisa de uma nova lei de bases” da saúde, uma vez que esta serve como uma lei “enquadradora” e por isso “não resolve problema nenhum”, sabemos que não é uma opinião desinteressada. Esta é a opinião de quem quer manter as rendas no setor da saúde, das centenas de milhões de euros de lucros dos grupos económicos que parasitam o SNS. Para eles, será sempre desnecessária uma lei que lhes belisque os seus dividendos. Quando é a raposa quem garante a segurança do galinheiro, sabemos que alguém sairá depenado. Neste caso, é o bolso de todos nós.» Pedro Filipe Soares, in Salvar o SNS, in Pùblico 18dez2018.
  • Um empresário de Castro Daire foi condenado a cinco anos e três meses de prisão por fraude na obtenção de subsídio e branqueamento de capitais. O empresário terá enganado o Turismo de Portugal, apoderando-se ilegalmente de 2 milhões e 292 mil euros. Jornal do Centro.
  • A Comunidade valenciana precisa de 20 estagiários pastores. El País.
  • «No passado dia 19 de Novembro, os ministros da Defesa da esmagadora maioria dos países da União Europeia, incluindo Portugal, aprovaram 16 projectos federalistas militares que integram a criação de uma escola de espionagem, a vigilância reforçada desde a atmosfera ao fundo dos mares, o apuramento dos mecanismos de navegação e reacção rápida, guerras cibernética, química, biológica, bacteriológica e nuclear. Em Bruxelas considera-se que estamos na antecâmara do exército europeu.» José Goulão, in O Lado Oculto.
  • As autoridades israelitas demoliram uma estátua do jornalista e escritor Ghassan Kanafani à entrada do cemitério de Acre. Argumento: o escritor é um herói nacional para os palestinianos, portanto tem estatuto de terrorista.
  • A deputada eleita Ana Caroline Campagnolo que desafiou os alunos a filmarem professores a expressar opiniões político-partidárias em salas de aula viu as suas contas reprovadas pelo TRE por, entre outras coisas, transferir dinheiro da campanha para a sua conta pessoal, conta a insuspeita Globo.

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