terça-feira, 11 de setembro de 2018

Açores: câmara da Praia da Vitória processa académico por críticas a relatórios sobre a qualidade da água

Tudo porque aquele académico tem publicado artigos que desprestigiam a cidade, a Terceira e os Açores, colocando em dúvida o rigor e a credibilidade de análises e relatórios encomendados pela autarquia ao LNEC sobre as águas que abastecem a Praia da Vitória e que estarão contaminadas por níveis de vanádio proveniente dos despejos e enterramentos de resíduos levados a cabo durante 75 anos pelos militares norte-americanos estacionados na Base das Lajes. Mas o que parece ter irritado sobremaneira o executivo camarário praiense foi a cobertura e divulgação que este problema da qualidade das águas mereceu por parte de uma «agência de notícias internacional de influência Russa» (sic), concretamente a RT.

Para aprofundar este tema, consulte os postes publicados em 18mai201710jun2018 e 9set2018.

Entretanto, se pretender exercer a sua cidadania, subscreva a Petição para a descontaminação ambiental dos Solos e Aquíferos da Ilha Terceira.

8 comentários:

OLima disse...

«(...) A maioria socialista chumbou, por outro lado, um outro voto de protesto apresentado pelo CDS, contra a atitude "persecutória" da Câmara Municipal da Praia da Vitória, na ilha Terceira, que apresentou uma queixa em tribunal contra o investigador Félix Rodrigues, por alegada "difamação" a propósito de denúncias sobre a contaminação de aquíferos na ilha Terceira.

"A cobardia política de Tibério Diniz [autarca socialista da Praia da Vitória] fica bem desmontada na perseguição que faz a um cidadão honrado, da sua terra, um cientista reconhecido, regionalmente, nacionalmente e internacionalmente", apontou o dirigente centrista Artur Lima, acusando a autarquia de ter uma atitude "pidesca".

Mas André Bradford, líder parlamentar socialista, entende que a queixa apresentada pelo autarca socialista da Praia da Vitória, não tem nada de persecutório, uma vez que a lei lhe confere essa possibilidade.

"O PS percebe que assiste à Câmara Municipal da Praia da Vitória o direito de exercer a prorrogativa de perguntar ao tribunal se não concorda que as opiniões manifestadas não têm sustentação científica suficiente e prejudicam a imagem do concelho da Praia e os praienses", esclareceu o dirigente socialista, considerando que "não há aqui nada de pidesco" ou "antidemocrático".

O voto de protesto do CDS acabou chumbado, apenas com os votos contra do Partido Socialista, apesar do apoio dos restantes partidos com assento parlamentar (PSD, BE, PCP e PPM).»
DN
https://www.dn.pt/lusa/interior/parlamento-dos-acores-aprova-protesto-contra-declaracoes-de-diretor-dos-servicos-prisionais-9881737.html

OLima disse...

«Os tribunais não decidem nem determinam o que são factos científicos. (…) os jurados ou o juiz não são especialistas no campo científico em questão. Como já disse antes, e várias vezes até, a ciência é complicada. São necessários anos de pesquisa, estudo e experiência prática para aprender tudo o que é necessário saber para poder avaliar adequadamente a convergência das evidências científicas. A noção de que um júri ou juiz não treinado vai dominar o campo científico em questão no decorrer de um julgamento é um absurdo.
Além disso, é especialmente ridículo quando se considera que as condições do tribunal envolvem, intrinsecamente, dois lados opostos, argumentando como se tivessem mérito equivalente. Para explicar de outro modo, é extremamente fácil escolher evidências para dar o ar de que a ciência não está resolvida num problema ou, pior ainda, que o consenso científico é o oposto do que realmente é, e num tribunal, um advogado fará exactamente isso. Eles são obrigados a argumentar a favor de uma determinada posição, independentemente se essa posição é realmente apoiada pela convergência de evidências. (…) eu não estou a dizer que os cientistas são infalíveis ou que as conclusões das organizações científicas são declarações definitivas da realidade. Isso seria um apelo à falácia da autoridade. O meu ponto é que o sistema do tribunal é fundamentalmente faltoso e não confiável para a determinação de factos científicos. O facto de um júri/juiz decidir que X causa Y é completamente irrelevante para qualquer debate científico. Não tem relação com a realidade, e só um louco confiaria nisso em vez de confiar nos numerosos estudos e revisões de alta qualidade e meta-análises daqueles estudos que foram sistematicamente revistos por equipas de especialistas. Se algo é ou não um facto científico, deve ser determinado pela pesquisa real, e a opinião de um júri/juiz sobre essa pesquisa é irrelevante. O que eu acho que a Câmara Municipal da Praia da Vitória deveria fazer era convidar/incluir o Professor Félix Rodrigues nas suas pesquisas científicas, fazer dele um membro da equipa de cientistas que realmente querem o melhor para a população desta ilha.(…)» Tomás Samora, in A justiça não faz ciência - Diário Insular, via Felix Rodrigues, FB.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10211583002072606&set=a.1483265563578&type=3&theater

OLima disse...

reportagem da RTP-Açores sobre a sessã, organizada pelo CDS-PP dos Açores, que decorreu no Museu de Angra do Heroísmo sobre "Liberdade de Expressão e Sociedade Democrática"
https://www.facebook.com/cdsacores/videos/1361438073992643/?fref=mentions

OLima disse...

"Ouvi falar de um processo contra o Professor Félix Rodrigues promovido pela Câmara da Praia da Vitória e da Empresa Praia Ambiente por este ter expressado o que sabe sobre a poluição da água no município da Praia da Vitória provocada pelo derramamento indevido e gestão desadequada de lamas químicas e de combustíveis da Base das Lajes.
Parece-me estranho que um município e uma empresa municipal que lhe está submetida coloquem em tribunal uma pessoa que apresenta argumentos em defesa dos cidadãos desse município, que factualmente têm água de pior qualidade que a água do município vizinho.
Julgo ser grave que um município que seja alertado pela má qualidade da água de serviço público não trate de corrigir o que está mal e de colocar em tribunal as entidades que poluíram os aquíferos de onde se bombeia a água para consumo.
É uma vergonha que fiquemos calados com o uso de dinheiro público para acusar os cidadãos que cumprem o seu dever de cidadania alertando para as questões importantes. E, ao mesmo tempo, sancionamos com o nosso silêncio a realização de estudos caríssimos que parecem ser feitos para sancionar conclusões prévias que, ao abrigo de entidades supostamente idóneas, visam relativizar os alertas feitos sobre a qualidade da água.
Mas o mais alarmante é o clima totalitário que se cria. O que a atitude da Câmara indica é que apenas a Câmara e as suas empresas podem fazer diagnósticos cabendo aos cidadãos acatar os resultados pré-definidos dos estudos feitos a coberto de entidades supostamente idóneas. A partir de agora não existem problemas que possam ser levantados pelas pessoas porque apenas a Câmara e as suas empresas podem dizer que há problemas.
Curiosamente, os partidos, especialmente a posição, e algumas pessoas da oposição, parecem assobiar para o lado; porventura por serem formados no medo e no servilismo; manifestamente porque,se estivessem no poder, também não quereriam ter pessoas estranhas a levantarem problemas que não sabem ou não querem resolver.
E como a campanha de descredibilização do Professor António Felix não está a surtir efeito, é melhor colocá-lo em tribunal; talvez se amedronte. Esquece-se essa gente que o Professor António Félix Rodrigues, como todos os homens, foi criado para a liberdade, e todos somos testemunha da valentia e consequência que tem tido. Esquece-se essa malta que cumpre aos professores e cientistas levantarem e testarem hipóteses e anunciarem as evidências que se vão descobrindo; é para isso que são pagos pelo Estado Português que agora, através de um município, o acusa de fazer o que deve.
Pergunto se a Câmara da Praia da Vitória tem aprovação da Assembleia da Praia da Vitória para usar meios do município para colocar o Professor António Félix em Tribunal? Pergunto ao Partido Socialista que neste momento gere a Câmara da Praia da Vitória se efetivamente se revê na colocação do Professor António Félix Rodrigues no Tribunal por defender os cidadãos da Praia? Questiono os colegas do LNEC para que provem cientificamente que o Professor António Félix Rodrigues está certo ou errado nas evidências que apresenta.".
Tomaz Dentinho, in "Em defesa do bem que o Félix faz - Diário Insular.
Via Féçlix Rodrigues, FB.
https://www.facebook.com/antonio.rodrigues.12576/posts/10211609428533251

OLima disse...

«(…) É chocante, para mim e para qualquer pessoa que conheça a origem humilde e a vida simples do Professor Félix Rodrigues, que alguém tenha a insanidade de lhe pretender cobrar 250 mil euros, por alegados danos à Praia da Vitória, sobretudo considerada a mais valia que o mesmo representa, em diversos âmbitos, para a sociedade terceirense e mesmo açoriana, na sua projeção pelo mundo. Para quem possa ainda não ter entendido o que se está a passar, tentarei explicar: a Câmara Municipal da Praia da Vitória, como vem sendo referido em diversos órgãos de comunicação social, "por defender como direito fundamental a liberdade de investigação científica e a de expressão", pretende processar o Professor Doutor António Félix Flores Rodrigues. Ou seja, a Câmara Municipal da Praia da Vitória defende a liberdade de investigação científica e a liberdade de expressão e, precisamente por entender que esses são direitos fundamentais, quer processar um cientista porque ele fez uma determinada investigação e, em virtude dos resultados obtidos, cumpriu o seu dever de cidadão e recorreu do seu direito de liberdade de expressão para alertar os mais atentos da sociedade praiense, sobre potenciais riscos de saúde pública. (…) Chamar "à responsabilidade Félix Rodrigues, de modo aos tribunais pronunciarem-se sobre se tem ou não razão" não vai dignificar o trabalho dos órgãos de poder, nem melhorar as condições de vida dos munícipes e é contraditório ao que defendeu o Dr. Tibério Dinis no seu discurso de tomada de posse, onde desejou "que a verdade e a lealdade sejam valores permanentes nos nossos órgãos autárquicos, que independentemente da diferença das nossas opiniões, sejamos honestos uns para com os outros e tenhamos a capacidade de dialogar olhos nos olhos. Porque, quem não compreende, um olhar, uma expressão, logicamente não entende uma grande explicação". É deplorável a condição humana e o silêncio daqueles que, à semelhança do Professor Tomás Dentinho, conhecem há uma vida o Professor Félix Rodrigues, mas que, pelo contrário, por receio, comodismo ou benefício próprio, não partem em sua defesa, aguardando, antes, à distância, o desfecho desta história lamentável e inacreditável.» Celina Miguel, in Deplorável silêncio - Diário Insular. Via Félix Rodrigues, FB.
https://www.facebook.com/antonio.rodrigues.12576/posts/10211647336640930

OLima disse...

«(...) Ora, o que Félix Rodrigues fez, na qualidade de docente universitário e investigador, foi questionar - não criticar - alguns dos aspectos contidos no relatório do LNEC. E fê-lo publicamente, imbuído do espírito do exercício de cidadania que lhe é reconhecido, porque este assunto diz respeito e influencia a vida dos terceirenses. Por isso, a haver contestação às questões colocadas por Félix Rodrigues, esta deveria vir da parte do LNEC e nunca do presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória.
Não esteve bem o presidente da edilidade praiense ao colocar-se como uma barreira entre a comunicação que poderia e deveria existir entre os investigadores/cientistas envolvidos, sempre com o fim último de esclarecer os terceirenses, os principais interessados nesta matéria.(...) José Eduardo Machado Soares, in "Liberdade de expressão e sociedade democrática" - Diário Insular, via Felix Rodrigues
https://www.facebook.com/antonio.rodrigues.12576/posts/10211665360811523

OLima disse...

ANÁLISE E ACOMPANHAMENTO DOS TRABALHOS
DE REABILITAÇÃO PARA MELHORIA DA SITUAÇÃO
AMBIENTAL ENVOLVENTE AOS FUROS DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA DO CONCELHO DE
PRAIA DA VITÓRIA, AÇORES
Relatório Final
LNEC 2013
http://rea.azores.gov.pt/store/asa-terceira/LNEC_407_2013%E2%80%93DHA_NRE.pdf

OLima disse...

«A TVI lançou,
https://tvi24.iol.pt/dossier/lajes-confidencial/5bd472300cf2223b6a7abc12
no passado fim-de-semana, duas reportagens
que se debruçam sobre a possibilidade de contaminação radioativa na Terceira, em consequência do armazenamento de armas nucleares pelas forças norte-americanas estacionadas na Base das Lajes.
Na última das reportagens emitida pela cadeia de televisão são apresentados os resultados de análises a amostras de solo retiradas da zona Pico Careca. Os testes foram feitos por um laboratório francês independente, o CRIIRAD.
"Vocês enviaram-nos duas amostras de solo, que foram recolhidas perto do Pico Careca e observamos nessas duas amostras uma contaminação por elementos radioativos artificiais; Césio 137 e, numa das amostras, Amerício, que indica provavelmente a presença de plutónio. Esses níveis de contaminação não são muito importantes, mas são anormais", afirma Bruno Chareyron, diretor do laboratório CRIIRAD.
Duas amostras de água recolhidas em locais muito próximos da base nada revelaram de anormal.
A matéria já foi motivo de um estudo encomendado pelo Governo Regional ao Instituto Superior Técnico (IST), depois de ter estalado a polémica sobre esta possível contaminação.
No dia 18 deste mês, DI noticiou as conclusões do relatório do Laboratório de Proteção e Segurança Radiológica do IST da Universidade de Lisboa que indica que o nível de radioatividade natural e artificial existente na Terceira está, em termos gerais, abaixo dos valores máximos previstos na legislação nacional.
O relatório atribui a presença de alguma radiação artificial aos acidentes nucleares de Chernobyl e Fukushima e também aos testes nucleares efetuados na Guerra Fria pelos EUA, União Soviética e China, cujas consequências se propagaram pelo globo.
O passado nuclear das Lajes
A face nuclear da Base das Lajes já foi explorada em vários artigos publicados pelo Diário Insular. O trabalho da TVI explora agora este papel das Lajes como possível ponto de armazenamento de armas nucleares. Durante a Guerra Fria, a Marinha norte-americana mantinha na ilha paióis destinados a guardar bombas e torpedos, que seriam utilizados contra os submarinos soviéticos caso estalasse um conflito.
É citado pela TVI, Mário Terra, ex-funcionário da Base das Lajes. "O meu pai sempre me disse: Os americanos guardam armas nucleares aqui na Base das Lajes", recordou.
A denúncia da possível contaminação tem partido sobretudo do antigo funcionário da secção de Ambiente das Lajes, Orlando Lima, que garantiu ter-se deparado, nos finais dos anos 90, quando ainda trabalhava na base, com uma situação em que a chefe estava em pânico, depois de terem sido feitas análises ao solo do Cabrito. "Estás a falar de metais pesados radioativos, perguntei. A senhora respondeu-me que isso estava muito acima do seu ´nível de pagamento' e que não podia comentar", relatou
Em 2017, Orlando Lima recorreu a um contador Geiger para demonstrar que havia presença de radioatividade no Cabrito.
Félix Rodrigues, investigador da Universidade dos Açores, que acompanhou esse esforço, comentou sobre o assunto: "Há nuclídeos que aqui estão que ultrapassam as explicações normais de fallout radioativo".(…)» in Diário Insular, «Reportagem lançada a nível nacional confirma radiação artificial na Terceira», via Félix Rodrigues, FB.
https://www.facebook.com/antonio.rodrigues.12576/posts/10211770215792832