domingo, 18 de junho de 2017

Reflexão: Como enfrentar a desertificação?

Imagem recolhida aqui.

O Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação (PANCD) para o período 2008-2018 reconhece que 32,6% dos solos do território nacional já se encontram “em situação degradada e que esta aridez “atinge a totalidade do interior Algarvio e do Alentejo”. O problema está a progredir para as zonas do noroeste, tradicionalmente uma das mais pluviosas da Europa, e a aumentar nas zonas do litoral sul e montanhas do centro do país. (…)

A organização ambientalista Quercus lembra que, para além das condicionantes imposta pelo fenómeno da desertificação, as suas consequências observam-se igualmente nos “solos degradados que armazenam menos carbono”, o que contribui para o aquecimento global. “Sem solos saudáveis e produtivos, surge a pobreza, a fome e a necessidade de emigração”, diz a associação.

A Quercus assinala que para o aumento do índice de aridez e desertificação em Portugal, concorre a “utilização do solo com culturas agrícolas intensivas de regadio, às quais se encontram associados processos de degradação do solo, como a salinização, sobre-exploração dos aquíferos, contaminação do solo por pesticidas e fertilizantes, erosão do solo e alterações da paisagem”.

E destaca o impacto que está a provocar no ambiente a “(re)arborização de milhares de hectares com espécies exóticas e consequente perda de biodiversidade, destruição da floresta autóctone e esgotamento dos solos e dos aquíferos”. Juntam-se a este factores debilitantes, os “milhares de hectares de área ardida que resultam dos incêndios recorrentes em Portugal que provocam elevados níveis de erosão e contaminação dos solos e linhas de água”.

A Quercus pede medidas concretas e legislação específica que “protejam os últimos exemplares de bosquetes de carvalhos autóctones” e a regulamentação das áreas de implementação de ”culturas agrícolas intensivas de regadio em zonas de montados de sobro e azinho, cujo declínio urge inverter”, assim com acções de remediação em zonas de solos ameaçados ou já contaminados pelas monoculturas de espécies perenes, sobretudo de eucaliptais, olivais e amendoais.

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