domingo, 18 de junho de 2017

Bico calado

Numa parada de bombeiros, a rainha de Inglaterra pergunta à primeira-ministra 
Theresa May: «E a senhora, o que faz?» Cartoon colhido aqui.
  • «O incêndio em Londres não é apenas uma daquelas tragédias que acontecem por acaso. Ela é expressão de um modo de gestão e de administração da vida colectiva e social, que se baseia como sempre e cada vez mais na "dissimulação" e na "segregação" absoluta de uns e de outros: a longa e triste história da habitação chamada social. Tanto se tem falado de terrorismo (cruel e desumano) e, paradoxalmente, os piores ataques continuam a ser aqueles praticados por nós próprios. Não por incúria, mas em nome do capital. "A guerra de todos contra todos", como escrevia Engels, assustado com a atomização e o egoísmo generalizado que observava nas suas primeiras viagens à Londres capitalista e burguesa de 1845. Não há "edifícios inocentes" nem "arquitectos inocentes". Não porque esta seja uma questão legal ou criminal, mas porque a arquitectura é ela própria assunto político por excelência, que diz respeito ao modo como vivemos e como estamos colectivamente. Fazer esquecer isso é fazer esquecer o sentido e a vocação da própria arquitectura. Talvez, por isso, seja tão difícil ou, talvez, tão supérfluo escrever, hoje, sobre arquitectura: ela é mesmo uma disciplina em extinção.» José Vítor Malheiros, FB.
  • Há cada vez mais jovens sem abrigo na Austrália. Dos cerca de 105 mil sem abrigo, 44 mil têm menos de 25 anos. Melbourne, Adelaide e Perth lideram os números. Tudo apesar de 25 anos de forte crescimento económico, que fez com que o país seja agora o mais caro em termos de habitação. NI.
  • «Assisti, nestes 43 anos de democracia, à reabilitação de velhos fascistas, à condecoração de crápulas, à eleição de salazaristas, à humilhação de antifascistas e ao esquecimento de resistentes, para não falar da ostracização dos militares de Abril. O período cavaquista, na sua indigência, deu lugar a uma contrarrevolução permanente, à subversão de valores democráticos e à recuperação do horror à política e aos políticos, para favorecer os dissimulados. Hoje, uma enorme quantidade de ‘apolíticos’ apresenta-se a eleições contra os partidos e os políticos, como se a dissimulação fosse uma virtude e a cobardia um currículo. Quando alguém diz que não é de esquerda nem de direita, é, sem dúvida, de direita. É contra esses que estarei vigilante.» Carlos Esperança, FB.

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