A Greenpeace foi alvo de milhares de comentários criticando a sua ação em Nasca, um sítio considerado património da Humanidade. Todos os comentários reduziram-se a exigir a prisão dos ativistas.
A ação foi levada a cabo com elevado grau de ponderação, houve estudo e parecer de um arqueologista, o trajeto foi feito a pé, de noite e de madrugada, com lanternas, as letras para a mensagem já vinham feitas em peças de algodão, a fotografia foi tirada, as letras foram retiradas no fim da ação.
A mensagem passou: os lideres mundiais reunidos em Lima têm que, de uma vez por todas, tomar medidas sérias, concretas, de combate às alterações climáticas, antes que seja demasiado tarde.
O objetivo foi concretizado. Este parece ser o problema dos críticos desta ação. O seu coro agressivo falha o alvo e não admite que a poluição e a erosão provocada pela desflorestação são, essas sim, as verdadeiras ameaças para aquele património da Humanidade tão frágil.
Gostaria de ver esses mesmos milhares de críticos a exigir a prisão dos responsáveis por derrames de petróleo que todas as semanas contaminam mares, gostaria de os ver exigir a prisão dos responsáveis por derrames de combustível ocorridos durante operações de fraturação hidráulica um pouco por todos os EUA e que contaminam poços de água e terrenos agrícolas, gostaria de os ver exigir a prisão dos responsáveis por minas que facilitam nas regras de segurança e provocam deslizamentos de resíduos perigosos que contaminam rios, gostaria de os ver exigir a prisão dos que pescam a mais e esgotam os recursos marinhos, gostaria de os ver exigir a prisão dos que faturam milhões à pála do esgotamento dos recursos naturais e transferem os lucros dessas operações para offshores para não terem de pagar impostos nos países de origem e que bem poderiam ser aplicados na melhoria da redes de esgotos, em escolas, em centros de saúde e em hospitais, por exemplo. Onde estão esses milhares que agoram tanto berram contra a Greenpeace? Onde estavam quando ouvimos falar do desaparecimento, da tortura e do assassinato de José Isidro Tendetza Antún, lider da luta contra o abate de florestas no Perú para dar lugar a uma mina explorada por chineses? Pelo histórico da Greenpeace, presumo que terá levado a cabo esta ação para impedir, entre outras coisas, que este lugar muito especial também acabe por desaparecer sob a voracidade dos atuais Donos Da Terra.
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09.01.2015 14:28 Detidos pilotos por destruição de património arqueológico Matteo Casuccio e Kees Koolen saíram da rota oficial. Dois pilotos que participam no rali todo-o-terreno Dakar2015 foram detidos na cidade chilena de Antofagasta por terem destruído património arqueológico no deserto, depois de saírem da rota oficial. O motociclista italiano Matteo Casuccio e o piloto de 'quads' holandês Kees Koolen foram detidos pela polícia de Investigação no fim da etapa de quinta-feira, no acampamento de descanso. "Não quisemos estragar nada e pedimos desculpa pelo sucedido. Foi apenas um erro", disse o transalpino, após ter sido interrogado durante cerca de 30 minutos, acompanhado por elementos da organização.
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