Porque maltratamos o solo e abusamos da água, bases da vida?
A vida urbana moderna cria uma ilusão de separação da natureza, fazendo-nos esquecer que a nossa comida, água e recursos vêm desses elementos.
Consideramos os impactos negativos sobre o solo e à água como "externalidades" no atual sistema económico, modelo que maximiza produção a curto prazo através de monoculturas, agrotóxicos e irrigação insustentável.
Acreditamos que água e solo são infinitamente disponíveis.
Atribuímos mais valor a bens materiais do que aos recursos naturais que os possibilitam.
Para cúmulo, hábitos cotidianos de consumo excessivo tornaram-se culturalmente aceitos.
Priorizamos ganhos imediatos sobre a sustentabilidade de longo prazo. Nessa lógica, errada, produzimos e aprovamos leis ambientais fracas que são constantemente violadas porque a fiscalização é insuficiente e há interesses corporativos que se sobrepõem proteção ambiental. Recursos públicos (rios, aquíferos, solos) são explorados por todos, mas protegidos por ninguém. Por isso, as comunidades vulneráveis são quem mais sofre com a degradação, embora tendo menos voz nas decisões.
A água potável e o solo fértil valem mais do que ouro ou petróleo, pois não têm substituto. Civilizações anteriores, cxomo os Maias e a Mesoptâmia entraram em colapso pelo esgotamento desses recursos.
Assistimos a uma crise lenta que exige ação urgente, sob pena dos seus impactos mais graves serem sentidos pelas futuras gerações.

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