O relatório de uma investigação ao papel da indústria dos combustíveis fósseis na desinformação sobre o clima concluiu que as grandes petrolíferas não só enganaram o público sobre as alterações climáticas durante décadas, como também continuam a desinformá-lo sobre as ‘soluções’ climáticas preferidas pela indústria - em especial os biocombustíveis e a captura de carbono.
Sumário das conclusões da investigação:
As empresas de combustíveis fósseis não contestam o facto de saberem, pelo menos desde os anos 60, que a queima de combustíveis fósseis provoca alterações climáticas e que depois trabalharam durante décadas para minar a compreensão pública deste facto e para negar a ciência subjacente.
A campanha enganadora das petrolíferas evoluiu da negação explícita da ciência básica subjacente às alterações climáticas, para o engano, a desinformação e o discurso duplo acerca da segurança do gás natural e o seu compromisso de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. Estes documentos demonstram que as grandes companhias petrolíferas procuraram posicionar o gás natural como um “combustível ponte” entre o carvão e as energias renováveis mais limpas, enquanto enredam o gás natural na economia energética dos EUA a longo prazo; que procuraram apresentar o gás natural como um combustível verde e amigo do ambiente, embora reconhecendo internamente que havia provas científicas significativas de que as emissões do ciclo de vida do gás eram tão más como as do carvão e eram incompatíveis com os objetivos científicos de redução das emissões; os documentos mostram que, apesar de se comprometererem publicamente a apoiar o Acordo de Paris e a atingir emissões líquidas zero, admitiam internamente que não poderiam atingir esses objetivos, referindo-se a eles como estando fora dos seus planos de negócios; que fizeram lóbi, diretamente ou através das suas associações comerciais, contra a legislação e regulamentação pró-clima que publicamente afirmavam apoiar; que celebraramm publicamente as tecnologias de captura de carbono para ajudar a reduzir as emissões nocivas, ao mesmo tempo que reconheciam em privado que a tecnologia é cara, sublinhando que não pode ser alargada sem o investimento do governo federal; e que promoveram publicamente os biocombustíveis à base de algas como uma tecnologia inovadora de baixo carbono, investindo pouco na sua investigação e desenvolvimento e cancelando depois os programas.
A indústria dos combustíveis fósseis apoia-se em associações comerciais para difundir narrativas confusas e enganadoras e para fazer lóbi contra a ação climática.
A indústria dos combustíveis fósseis associa-se estrategicamente às universidades para dar uma aura de credibilidade às suas campanhas enganadoras e, ao mesmo tempo, silenciar as vozes da oposição.
A Exxon, a Chevron, a Shell, a BP, a API e a Câmara do Comércio obstruíram e atrasaram a investigação das comissões de inquérito.
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