domingo, 16 de junho de 2024

BICO CALADO

  • Afinal, os Verdes admitem apoiar von der Leyen. O vice-presidente do grupo europeu a que pertencem Livre e PAN abriu a porta a juntar-se à coligação que apoia a candidata de direita à presidência da Comissão Europeia em nome de uma maioria estável pró-europeia. Fonte.
  • “(…) De facto já não sou jornalista, daqueles de papel passado e com número de carteira profissional válido. Era o 1875, mas apesar de continuar a cumprir religiosamente todas as exigências éticas e processuais da carreira, não renovo o título profissional desde 2019. “Porquê?”, perguntar-me-ão. Porque não me serve rigorosamente de nada e me custa dinheiro, respondo eu. Esta é a reflexão que eu já vinha fazendo há uns tempos. Apesar de não ser jornalista de papel passado, continuo a sê-lo de corpo e alma, de coração. Pratico jornalismo, com tudo o que ele exige, do distanciamento à isenção e ao contraditório, no meu Substack. Sei do que estou a falar, que estudei Comunicação Social e fui professor de mestrado em jornalismo especializado na Universidade Nova de Lisboa e dou neste momento uma pós-graduação sobre a mesma matéria na Universidade Católica de Lisboa. As aulas são uma das formas que tenho de compensar o facto de o número de subscritores Premium do meu Substack não chegar ainda para pagar o salário mínimo nacional a mim próprio. Lá chegarei um dia, espero… Assim sendo, como faz em Setembro dez anos que tive o último emprego nos media mainstream – fui demitido da direção do Record a 1 de Setembro de 2014 e daí para cá nunca mais tive hipótese de entrar numa redação –, vou fazendo comentários na TV (que para isso não tenho de ser jornalista) e, quando é possível, desenvolvo algumas iniciativas em vídeo para patrocinadores. (…) se há coisa segura é que as entidades que têm poder para legalizar uns e ilegalizar outros, na verdade, estão-se nas tintas para o que é e o que não é jornalismo e se mantêm presas a noções arcaicas e já irrelevantes. Todos os dias tenho a minha irritação com o “jornalismo” autorizado a que vou sendo exposto nas redes sociais, onde o que manda é a busca de escala capaz de tornar viáveis as operações que menos o merecem e permitir que o “jornalismo” continue gratuito, que a pagá-lo estão as resmas de visualizações que ele consegue. (…) Serve isto para vos dizer que, de hoje em diante, desisti de vos mentir na única coisa em que ainda vos mentia deliberadamente. Não sou jornalista de papel passado. Não renovo a minha carteira profissional há cinco anos. Continuo a fazer exatamente aquilo que mandam as regras do jornalismo, mas não tenho o direito a dizer-me jornalista. Esse fica reservado para todos os especialistas em clickbait, emojis e fintas aos algoritmos, para que vocês sejam expostos às mesmas aldrabices dia-sim-dia-sim. Mas não se queixem, porque por um lado são aldrabices gratuitas e, por outro, vos dão um bom bode expiatório, que são os malandros dos jornalistas. Foi por isso que fechei o meu site pessoal e mudei para o Substack, em Outubro de 2021. (…)” António Tadeia, Como deixei de ser jornalistaSubstack.

“(…) Chegam a acontecer situações verdadeiramente caricatas: há assistentes operacionais e técnicos que se inscrevem em seminários e fóruns - e fazem-no diretamente à Autarquia – a sua participação é autorizada, e eu não tenho conhecimento… É estranho. Em dezembro, tive oito assistentes técnicos que participaram num fórum autárquico, no Centro Multimeios, e nesse dia, quando cá cheguei, não tinha tinha funcionários para abrir a secretaria (…) A primeira [tranche], logo no ato de assinatura do contrato; a segunda, até ao final de janeiro; e a terceira, até ao final de abril. No dia 9 de maio, ainda não tínhamos recebido uma única tranche, ao passo que o Agrupamento Manuel Laranjeira já. Só recebemos a primeira tranche porque decidi, no dia 9, denunciar a situação aos meus superiores hierárquicos. Assim, no dia 10 de maio, entrou a primeira tranche; a segunda e a terceira entraram precisamente no início desta semana (3 a 7 de junho) (…) O agrupamento tem cinco escolas, sendo que a sede é construção pública, e as restantes quatro do Município. Ora, a própria Autarquia, muitas das vezes, também cede as instalações a coletividades, por exemplo, e não tem o cuidado de nos informar.  (…) “Existem, sim, cerca de 20 e-mails por responder da parte da CME, relativos à falta de pessoal não docente, aos atrasos na transferência das verbas do contrato interadministrativo… Dirijo os e-mails à senhora Presidente, e ao Chefe de Divisão da Educação e Cultura (Mário Cachada), e depois entram no jogo do ‘ping-pong’. O Chefe de Divisão entende que as questões são dirigidas à sua superior hierárquica – a Presidente – e que deve ser ela a responder. (…) Estou na gestão escolar desde 1998, e portanto já lidei com várias governações ao longo dos anos. A CME não pode dizer que não há diálogo; da nossa parte tem havido sempre colaboração. Mas estamos há dois anos a queixar-nos da falta de pessoal, e nada é feito… Portanto, não sei onde estará essa falta de diálogo. Há diálogo; o que não há é reação” Ilídio Sá, diretor do AEMGA, ao Maré Viva de 12jun2024.

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