Surfistas sofrem gastroenterites devido à qualidade do mar na praia de Matosinhos. Autarquia diz ter plano para cadastrar coletores pluviais e eliminar ligações ilícitas.
“Qualquer praia que tenha ribeiros ou linhas de água a atravessar o areal [Matosinhos tem a ribeira da Riguinha] está sujeita a focos de poluição mal comece a chover, assim como no dia seguinte”, explica Adriano A. Bordalo e Sá, professor catedrático do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.
“Há problemas de saúde como diarreias, infeções na pele, nos olhos, nariz e ouvidos que, apesar de não serem associados diretamente às idas à praia, podem ter origem nestes locais. O problema está no facto de a maioria das doenças potenciais das praias não serem de declaração obrigatória, por isso há dificuldades objetivas em serem obtidos dados sobre a causa e o efeito”, esclarece. Para Adriano A. Bordalo e Sá, as origens da contaminação são múltiplas: “Arrastamento de fezes de animais que estão nas ruas ou jardins através da rede de águas pluviais, incapacidade do sistema de esgotos em acomodar a chuva adicional e a drenagem de campos de cultivo”. A todas estas questões soma-se “outro fator, especialmente dramático em praias urbanas, como é o caso de Matosinhos e que tem a ver com as aves, nomeadamente gaivotas”.
Beatriz Tavares , JN 30abr2024.
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