terça-feira, 7 de maio de 2024

ALGARVE: ZERO REJEITA SOLUÇÃO DA TOMADA DE ÁGUA NO POMARÃO

  • A ZERO deu parecer desfavorável ao projeto de Reforço do Abastecimento de Água ao Algarve – Solução da Tomada de Água no Pomarão, por considerar que insiste na lógica de aumento da oferta através de mais captação e armazenamento, quando todos os cenários futuros apontam para uma contínua redução da precipitação. A Associação aponta a necessidade da região apostar numa estratégia de longo prazo assente em soluções direcionadas para uma maior eficiência no uso da água disponível. O projeto prevê a construção de uma captação superficial na zona do estuário do rio Guadiana, a montante do Pomarão, com conduta adutora até à albufeira de Odeleite, abrangendo os concelhos de Mértola, Alcoutim e Castro Marim, num total de condutas que varia entre 37 e 41 quilómetros, em função da alternativa de traçado. A captação deverá ser, em média, de 16 a 21 hm3 de água, entre outubro e abril, parando o bombeamento nos meses excecionalmente secos e quando, desde o início do ano hidrológico, forem atingidos 30 hm3 ou atingida a capacidade de armazenamento do sistema Odeleite-Beliche (164 hm3). O plano inclui também a construção de uma estação de dessalinização do Algarve e o investimento na redução das perdas de água no sector urbano. “Contrariamente ao preconizado na Diretiva Quadro da Água relativamente à necessidade de implementação de estratégias capazes de tornar os usos e consumos de água mais sustentáveis, prossegue-se numa lógica de aumento da captação e retenção de um recurso escasso para fazer face a consumos insustentáveis através de projetos que fomentam um aumento da procura por esse mesmo recurso”, justifica a ZERO. Segundo a associação ambientalista, este é mais um projeto que ilustra esta lógica de intervir diretamente sobre as massas de água para captação de caudais adicionais destinados a aumentar a retenção e armazenamento de água, não só com o objetivo de garantir que não falta água às populações, mas que simultaneamente pretende garantir que a agricultura praticada na região continua a dispor dos caudais necessários para manter ou, até mesmo aumentar, os seus níveis de consumo e desperdício. Almerinda Romeira, Jornal Económico.
  • Os Ecologistas en Acción apresentaram uma denúncia à Fiscalía de Ourense contra a mina da Penouta, propiedade da canadiana IberAmerican Resources, após análises realizadas às águas terem revelado níveis alarmantes de metais pesados, por vezes 112 vezes superiores ao valor máximo legalmente permitido.
  • Líderes de três Primeiras Nações de New Brunswick deslocaram-se a Otava para manifestar a sua oposição à expansão de uma central nuclear na província. Angel Moore, AP.
  • As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul já deixaram dezenas de mortos, causaram estragos em 300 municípios, romperam uma barragem e desalojaram mais de 80 mil pessoas. Há ainda mais de uma centena de pessoas desaparecidas enquanto o mau tempo já provoca danos em outros Estados do Sul. As tragédias são resultado da falta de adaptação e de combate às mudanças climáticas, duas áreas onde os Executivos precisam fazer mais e onde o Legislativo têm promovido ativamente retrocessos, diz Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. “O maior problema que a gente enfrenta neste momento não é a previsão, é a aceitação”, afirma Astrini. “A gente precisa aceitar que, infelizmente, esse é o novo normal. Mas não basta aceitar pacificamente, é preciso aceitar e tomar atitudes.” Astrini explica que existem três tipos de resposta possíveis diante da crise climática: a mitigação das causas, a adaptação em preparação para as consequências e a redução de danos diante das tragédias. “Mitigação é quando você ataca o problema: é quando você interrompe o desmatamento, quando você tira uma termoelétrica de operação, quando substitui uma fonte poluente por uma fonte renovável”, afirma o especialista. “A adaptação é quando o problema vai acontecer e você começa a adaptar principalmente as populações mais vulneráveis ao problema. Por exemplo, quando tira as populações da área de risco, quando dá mais assistência para um pequeno agricultor lidar com uma seca. Adaptação é também quando você reforça a rede de saúde, porque vão aumentar os casos de dengue, porque o ciclo de reprodução do mosquito vai ficar mais longo por causa de chuvas desproporcionais e do calor prolongado.” Reduzir danos diante das tragédias é o que tem sido feito, atacando os resultados e não nas causas. "Deputados trabalham dia e noite para destruir a legislação ambiental do Brasil com afinco. Neste momento estão querendo acabar com a Lei de Licenciamento Ambiental, querem acabar com a reserva legal na Amazônia, querem acabar com as reservas indígenas”, diz Astrini. “A gente nunca teve um Congresso tão agressivo nesse esforço para desmontar a legislação ambiental no Brasil”, afirma. Letícia Mori, BBC.
  • Claudecy Oliveira Lemes é investigado por gastar mais de R$ 25 milhões num desmatamento químico em áreas que somam 81 mil hectares – equivalente à cidade de Campinas (SP) – no Pantanal mato-grossense. Desde 2019, o pecuarista tem 15 autuações por danos ambientais no bioma e já recebeu multas da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT) que somam R$ 5,2 bilhões. Mesmo assim, o fazendeiro obteve R$ 10,07 milhões em empréstimos de crédito rural concedidos pelo Banco do Brasil entre 2021 e 2022. Esse absurdo foi possível devido a brechas na legislação do bilionário crédito rural brasileiro, que no ano passado distribuiu R$ 364 bilhões. Leandro Prazeres, BBC.
  • Vale usurpa 24 mil hectares de terras públicas na Amazônia. A multinacional brasileira, que comprou irregularmente terras federais há alguns anos, pressiona agora trabalhadores rurais sem-terra e tenta desmobilizar movimentos sociais no sudeste do Pará. Sílvia Lisboa, Sumaúma.
  • 70% dos jornalistas ambientais foram atacados ou ameaçados, de acordo com relatório das Nações Unidas. Marion Esnault, Reporterre.

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