sexta-feira, 12 de abril de 2024

BICO CALADO


  • A Polícia Judiciária fez ontem buscas na Câmara de Cascais, na empresa municipal Cascais Próxima, a alguns dos seus elementos e a duas sociedades privadas, para recolher documentação em dois inquéritos. Um visa a alienação de uma fábrica de máscaras anticovid, o outro faz mira a contratos de assessoria de comunicação da NextPower, que prestou serviços, em simultâneo, à Cascais Próxima e ao então candidato à liderança do PSD, Miguel Pinto Luz, o recém-empossado ministro das Infraestruturas que, em 2019, era vice-presidente da autarquia cascalense. A PJ suspeita que o município tenha suportado custos da assessoria prestada a Pinto Luz enquanto candidato do PSD. Alexandre Panda e Inês Banha, JN 11abr2024.
  • A lei portuguesa consagra o apoio à imprensa regional, mas a realidade daquilo que vemos em Portugal é a proliferação de gastos públicos em assessorias e gabinetes de comunicação camarários dependentes de Presidentes da Câmara que tentam com um espírito “pidesco” valer as suas opiniões e a propaganda da sua obra em vez de apoiarem uma imprensa regional livre e independente. O objetivo de quem insere a clientela política partidária nestes gabinetes de comunicação municipais é precisamente na prática “fiscalizar” quem não escreve a favor do “Sr. Presidente da Câmara”, não olhando a meios, se preciso, de destruir e fechar os órgãos de comunicação social mais “frágeis”, não entendendo que esta atitude só gerará no futuro mais desconfiança da população em relação aos políticos. (…) Por outro lado, a imprensa regional que escreve “a bem” dos eleitos dos executivos camarários, em muitas terras de Portugal tem apoios públicos, benesses e lugares para familiares nas autarquias… Curiosamente no próximo 25 de Abril, muitos dos que veremos de “cravo ao peito” em cerimónias e na televisão, são os mesmos que têm o seu “gabinetezinho de comunicação” que não só “risca” a lápis azul quem diz mal da Câmara Municipal e em virtude dos tempos que correm de fake news, ainda têm um poder mais perverso… o de acrescentar informação com o mesmo “lápis azul”, embora mais sofisticado… Os 50 anos da democracia comemoram-se este mês e nem com a ascensão de forças extremistas, o PS e o PSD que dominam 80% das autarquias percebem que os novos ditadores são eles próprios…mesmo que andem de cravo ao peito, façam filmes, contem a História à sua maneira e façam muitos gabinetes de comunicação para os amigos e para exercerem uma censura democrática… “ Paulo Freitas do Amaral , Professor de História, Cofundador do partido Nova Direita, in Ovarnews.
  • Os mexicanos americanos que foram impedidos de votar no sudoeste dos EUA, por exemplo, foram desamericanizados. Os nipo-americanos foram deslocados à força e encarcerados durante a Segunda Guerra Mundial, talvez o exemplo mais conhecido de desamericanização. Mas o processo continua atualmente. Desde o 11 de setembro, os americanos árabes e muçulmanos têm sido sujeitos a prisões em massa, detenções sem acusação, registos especiais, escutas telefónicas e espionagem sem motivo. E à medida que os EUA expandiram a aplicação das leis de imigração para o interior do país, visando os imigrantes sem documentos, a deportação resultou na deportação de facto de cidadãos americanos, bem como de imigrantes sem documentos. Estes casos envolvem normalmente crianças nascidas nos EUA nas chamadas famílias de estatuto misto que acompanham um progenitor não cidadão deportado para o seu país de origem. Descritos como "vítimas colaterais" de uma cruel máquina de deportação nos EUA, estes cidadãos americanos tornaram-se parte de uma crescente diáspora de deportação que foi efetivamente desamericanizada. Erika Lee, America for Americans – a history of xenophobia in the United States. Basic Books/Hachette 2021, pp 336-337. Trad. OLima.

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