sexta-feira, 1 de março de 2024

BICO CALADO

Foto: Sébastien Berger/AFP/Getty Images

  • O setor agrícola da UE perdeu 19 mil milhões de euros em 2022 e 2023 como resultado da liberalização do comércio com a Ucrânia, admitiu o comissário europeu da Agricultura. Janusz Wojciechowski. ANR.
  • “Basta de políticas de esquerda porque os últimos 30 anos mostraram-nos que, efetivamente, os resultados não foram tão abonatórios como nos querem pintar. Venha de lá um futuro político digno e que nos coloque na vanguarda da Europa. É hora de seguir em frente e está literalmente nas nossas mãos.” Tiago Afonso, Violinista – Maré Viva 28fev2024.
  • “A frase de Pedro Passos Coelho no comício da AD de segunda-feira, em Faro, que recordava algo que ele já dissera em 2016, foi esta: “nós precisamos de ter um país aberto à imigração, mas cuidado, precisamos também de ter um país seguro. Na altura o Governo fez ouvidos moucos disso e, na verdade, hoje as pessoas sentem uma insegurança que é resultado da falta de investimento e de prioridade que se deu a essas matérias, não é um acaso”. Os órgãos de comunicação social que se dedicaram ontem a verificar os eventuais factos, as verdades ou as mentiras que sustentariam esta afirmação procuraram dados para cobrir três hipóteses: 1 - O aumento da imigração provocou um aumento de criminalidade. 2 - Houve um aumento de criminalidade, mas sem associação direta com a subida da imigração.  3 - Houve, apenas, um aumento relevante de perceção na sociedade de que a criminalidade subiu, apesar de isso, na realidade, não ter acontecido. Consultadas estatísticas, relatórios oficiais e estudos académicos, o Polígrafo e o Público, para estas três hipóteses, chegaram a esta lapidar conclusão: mentira, mentira e mentira.  (...) Um político responsável, sem ter quaisquer dados objetivos para isso, nunca deveria associar imigração com criminalidade, pois arrisca-se a provocar a delinquência que diz querer evitar: fenómenos de violência assassina contra imigrantes já aconteceram várias vezes noutros países europeus por causa de retóricas repisadas deste tipo. Não foi essa prudência que ele teve. Um político responsável não coloca o resultado eleitoral à frente da básica decência social - citando o próprio Passos Coelho do passado, entre humanismo e ganhar e votos, a resposta deveria ser: “que se lixem as eleições”. Não foi essa a réplica que ele agora deu. Foi, portanto, um irresponsável e descontrolado Passos Coelho, talvez ainda ressentido com o processo da sua queda política, que foi dar apoio ao seu antigo líder parlamentar dos tempos da Troika, um Luís Montenegro que, pelos vistos, diz não ao Chega, mas quer meter, com a ajuda deste fantasma do passado, o discurso do Chega dentro da AD.” Pedro Tadeu, Pedro Passos Coelho é irresponsável? - DN 28fev2024.
  • “Uma das principais razões pelas quais a autoimolação de Aaron Bushnell está a ter um impacto tão devastador na nossa sociedade é porque é o mais profundo ato de sinceridade que qualquer um de nós alguma vez testemunhou. Nesta civilização fraudulenta onde tudo é falso e estúpido, não estamos habituados a tal sinceridade. Estamos acostumados com a cultura dominante insípida fabricada em Nova York e Los Angeles, com celebridades burras que nunca falam sobre nada real, com o ativismo auto-engrandecedor do Instagram, com fações políticas sintéticas projetadas para reunir o descontentamento populista em apoio à política do status quo, com merdas falsas “Eu ouço você, estou com você [mas na verdade não farei nada]”, propaganda interminável e desvio dos media e seus equivalentes on-line que são impulsionados por algoritmos pelos plutocratas tecnológicos do Vale do Silício e uma distopia controlada pela mente onde quase todos são sonâmbulos no meio de uma névoa induzida por operações psicológicas. (...) Um membro do exército dos EUA atear fogo a si mesmo enquanto grita “Palestina Livre” é absolutamente devastador para os interesses informativos de Israel e dos Estados Unidos, porque desperta as pessoas como nada mais poderia fazer. (...)” CAITLIN JOHNSTONE, Um profundo ato de sinceridade - Substack.

  • Os media ocidentais mostraram o seu extremo preconceito ao encobrirem o protesto fatal do aviador norte-americano Aaron Bushnell, que se imolou diante da embaixada de Israel em Washington, DC enquanto gritava "Liberdade para a Palestina!" e “Não serei mais cúmplice do genocídio!”. (...) Nas suas manchetes, a maioria dos principais media dos EUA, incluindo o New York Times, o Washington Post e a CNN, não mencionaram a razão pela qual Bushnell se autoimolou fora da embaixada de Israel. Mas quando uma jornalista russa, Irina Slavina, se incendiou em 2020, o Times teve o cuidado de salientar que se tratava de um ato de protesto contra o governo de Vladimir Putin. BEN NORTON.

  • Aaron Bushnell: a história desconhecida. Como é que Aaron passou de um garoto totalmente americano numa comunidade cristã fundamentalista que apoia Israel, para se imolar por uma “Palestina Livre”?

  • Um grupo de veteranos dos EUA queimou os seus uniformes militares na vigília a Aaron Bushnell em Portland. MEM.


 
O Massacre da Farinha: o exército israelita dispara e mata palestinianos que procuravam ajuda alimentar.

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