Canadá: areias betuminosas são riqueza para uns e desgraça para outros

• No norte de Alberta, no Canadá, situam-se as areias betuminosas de Athabasca - o maior reservatório conhecido de betume bruto do mundo e um dos principais motores da economia do Canadá. A grande maioria da produção petrolífera canadiana provém da extração e processamento do betume bruto extraído das areias betuminosas. Mas enquanto o Canadá prospera com a indústria das areias betuminosas, as comunidades indígenas a jusante são afetadas pelo seu impacto tóxico. Está bem documentado que a população de Fort Chipewyan, no norte de Alberta, tem sido atingida por taxas de cancro desproporcionadamente elevadas, e a sua proximidade das areias betuminosas tem sido, desde há muito, o fator dominante suspeito de contribuir para a sua doença. No documentário Killer Water, a jornalista Brandi Morin e o realizador Geordie Day mergulham profundamente no coração da crise ambiental que assola as areias petrolíferas de Alberta, descobrindo as verdades ocultas que há muito são ignoradas. O filme expõe o impacto negativo das fugas das bacias de rejeitos tóxicos nos delicados ecossistemas, nas fontes de água e na vida humana em Fort Chipewyan e arredores. Através de imagens deslumbrantes e narrativas convincentes, Morin e Day levam os espetadores numa viagem que realça as injustiças enfrentadas pela comunidade indígena que vive à sombra deste desenvolvimento industrial.

• Os residentes de Key West, Flórida, votaram para limitar os navios de cruzeiro a 1.500 passageiros por dia. Isso perturbou o rico operador do cais, que decidiu doar US$ 1 milhão para a campanha do republicano Ron DeSantis. O governador retribuiu o favor assinando um projeto de lei para contrariar os objetivos dos locais. Frances Robles, NYTimes.

• Porto de Newcastle, Nova Gales do Sul, Austrália: mais de 80 presos durante protestos climáticos que o bloquearam após o prazo acordado. Grupos de manifestantes revezaram-se remando na rota marítima do Porto de Newcastle para manter um bloqueio de 30 horas. Australian Associated Press e Caitlin Cassidy, The Guardian.

• Mais de um quarto dos blocos de petróleo e gás recentemente aprovados situam-se em áreas marinhas protegidas. As novas licenças offshore do Reino Unido para as gigantes petrolíferas multinacionais Shell e Eni estão entre as que se encontram em locais de conservação sensíveis. Richa Syal e Ellie O'Donnell, Unearthed.