A boca aberta de um peixe-lagarto revela o que ele acabou de abocanhar. ao jantar. Esta foto, tirada nas Filipinas, foi uma das vencedoras do prémio Ocean Photographer of the Year 2023. Fotógrafo: Jack Belles.
- “As principais estrelas dos devoristas de Novembro de 75 estão reunidas num ato celebratório em Almada, no Congresso do PSD. (...) Para o cerimonial dos devoristas ser perfeito, em vez de um pavilhão em Almada deveriam reunir-se na antiga sede do BPN, na rua Marquês de Fronteira, a grande obra dos devoristas, que hoje são oligarcas impolutos. (... ) As estrelas do devorismo resultante do 25 de Novembro de 1975 (...) foram o Banco Português de Negócios, o BPN sem fundo, e o Novo Banco. Não foram Eanes nem Jaime Neves, foram Cavaco Silva e Oliveira e Costa, entre outros. O BPN foi o banco do núcleo duro dos devoristas, vale muito mais do que o Regimento de Comandos. O caso BPN refere-se a um conjunto de manobras típicas das ações de assalto sem dor, corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influências, e que conduziram ao objetivo de levar o banco à nacionalização, isto é, a colocar na conta do Estado os prejuízos resultantes do saque. Ao BPN estavam ligados ex-membros dos devoristas reunidos no X Governo Constitucional, chefiado por Cavaco Silva, como Dias Loureiro, José Oliveira e Costa, Duarte Lima e Miguel Cadilhe. Entre as organizações envolvidas encontram-se, além do BPN, a Sociedade Lusa de Negócios e o Banco Insular. O BPN teve até à sua venda pelo governo PSD/PP chefiado por Passos Coelho ao BIC um custo para o Estado Português de 7 mil milhões de Euros. Não foi dinheiro deitado ao mar. Foi comido pelos devoristas que, como parece evidente, têm bons motivos para celebrar. E a maioria lá estava em Almada, lavadinhos e passados a ferro. (...)Nos últimos vinte anos, os governos do devorismo, do bloco de interesses vencedor do 25 de Novembro de 1975, decidiram privatizar as mais importantes empresas, empresas estratégicas, à cabeça, a Eletricidade de Portugal (EDP) e as redes nacionais de energia (REN). Estas empresas foram privatizadas em 2011 e tiveram a triste fama de serem maiores privatizações do ano na Europa. (...)” Carlos Matos Gomes, As estrelas do devorismo – Medium.
- “(...) Com honrosas excepções em Portugal, como é o caso de Herman José que, ainda assim, vai “mexendo” com personalidades “intocáveis” – e que já foi censurado pela estatal RTP no passado –, a maioria dos comediantes famosos portugueses não passam hoje de bobos da corte para fazer circo e distrair as massas, “elevados” a estrelas das revistas Caras e Flash!. Ninguém no poder os teme realmente. Nenhuma grande indústria os ameaça com processos. Pelo contrário. Tanto entidades públicas como empresas e bancos os contratam para venderem o seu “peixe”. Vamos ser claros. Se és comediante e grandes empresas que vendem produtos de consumo te contratam para vender os seus produtos, então estás a falhar no teu trabalho. Se és comediante e uma direcção-geral de contrata para um anúncio, então não estás a ser bom no teu trabalho. Se és comediante e ainda não foste cancelado por ninguém, então estás a fazer um mau trabalho. Se ainda não tiveste um vídeo ou um podcast censurado numa das grandes redes sociais, então estás a falhar como comediante ou guionista. Se te tratam como uma estrela pop e recebes prémios ao estilo da revista Caras, do género ‘Globo de Ouro’, então és um comediante falhado. Se receberes, por fim, alguma medalha, honra ou comenda de Marcelo, então o insucesso será total, mesmo se a tua conta bancária disser o contrário. Pior. Se não tens sucesso como comediante (verdadeiro), e apenas és um comediante “bonzinho” e vendido a empresas, a entidades públicas, e ao establishment – que promove guerras, o consumo e a divisão –, então isso quer dizer outra coisa: fazes parte do status quo. E do problema. (…) A censura e eliminação de notícias verdadeiras e sketchs cómicos “não autorizados” pela tecno-ditadura prossegue, hoje. Já para não falar de que se tem vindo a instalar uma cultura de cancelamento, em que todos os que não alinham com o establishment são postos de lado e deixam de ter trabalho ou de ser entrevistados pelos media. Hoje, comediantes a sério em Portugal são avis raras. Há humoristas muito engraçados, mas limitam-se a fazer uma comédia soft, comercial, fácil e levezinha e enterram a cabeça na areia no que toca a assuntos urgentes para a democracia e o país. Brincam com coisas sérias, mas só um bocadinho. Atacam estrelas e famosos e beliscam um bocadinho alguns poderosos, mas só um bocadinho. Ah! E claro, seguem a regra número um dos comediantes que se venderam (renderam) à era do capitalismo sem alma e das políticas anti-democráticas: não se metem com temas tabu. Alguns dos famosos comediantes portugueses têm-se desdobrado, nos últimos anos, em anúncios e campanhas publicitárias. Isso nada tem de mal, se não fosse uma consequência do seu insucesso como comediantes a sério, daqueles que agitam democracias em decadência e em acelerada transição para ditaduras, como é o caso de Portugal. Não tem nada mal, mas se ainda não foram cancelados, nem censurados pelo status quo decadente dominante, então andam a fazer o quê? Já sei: andam a brincar. E a fazer pela vida, isto é, a ganhar dinheiro. E a entreter as massas sem beliscar o poder. São os comediantes do Regime. (...) Num país pequeno como Portugal, que vive à custa da distribuição de dinheiros do Estado e das autarquias, os comediantes apenas beliscam poderosos, mas não incomodam. Nunca mordem, e sequer ladram; dão latidos. Agora nunca se metem em temas tabu que lhes possam afectar as audiências. E as receitas. (…) Aliás, desde 2020 deu para concluir que os comediantes dos nossos dias são “fofinhos”, porque não são nada burros. Falar de determinados temas fá-los perder mais do que ganhar. Sempre que criam uma piada têm de pensar se perdem o programa na rádio ou na TV. Se perdem o patrocínio. Se perdem o cachet para encher aquela grande sala. Se perdem as campanhas de publicidade à seguradora, à empresa de electrodomésticos, à distribuidora de café, ao detergente, àquela bebida de Verão. Se perdem a possibilidade de sair em revistas, de ser nomeados para os “Globos de Ouro”, de ficarem esquecidos por talkshows onde ‘famosos’ se auto-convidam. Enfim, para quê perder aquela campanha milionária da companhia de seguros só por causa de uma piada? Para quê perder o cachet e a oportunidade de vender electrodomésticos na Worten só para “brincar” com aquelas medidas que vão destruir para sempre a nossa Constituição e a nossa democracia? Para quê “brincar” com aqueles telejornais e jornalistas que vendem marcas de empresas e autarcas e ministros em directo na TV em espaços de informação? Para quê? Eles, cá em Portugal, seguem a bitola internacional. A esmagadora maioria dos comediantes fazem parte do status quo de um Ocidente em decadência, que vende por um prato de lentilhas os seus princípios democráticos, os direitos humanos, a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. E isto porque se deixou, e eles (os comediantes) deixaram, que o cancelamento se instalasse (e houve muitos que colaboraram). E a malta tem filhas a estudar no estrangeiro. E piscinas para construir. E a cozinha para remodelar, que não é só jornalistas que precisam de remodelar cozinhas. Não há cá pão para malucos. Fazer piadas expondo as democracias a ir ao fundo? Não senhor! Os comediantes vão continuar a actuar junto com a orquestra até o Titanic afundar. (...) Hoje temos comediantes que bebem no mesmo banquete daqueles que promovem políticas anti-democráticas e ambicionam a instalação de ditaduras com mãos tecnológicas e que compram facilmente os media com “parcerias comerciais”. Hoje, os comediantes refastelam-se no status quo para seu favor financeiro. Comem dinheiros públicos e privados à grande e à francesa, banqueteiam-se numa festa onde o motivo para a risota não é só a Cristina Ferreira ou o Ronaldo ou os tiques do Marcelo ou a voz do Moedas ou a articulação do Costa, ou as esquisitices e extravagâncias mais ou menos esotéricas de personagens das redes sociais. A piada, somos, afinal, todos nós. E eles continuam, alarvemente, como Comediantes do Regime para a risota (e descanso) do poder. Há uns séculos, nas monarquias, eram chamados de Bobos da Corte. Elisabete Tavares, Página Um.
- «Na desesperada tentativa de recuperar o voto dos reformados, que tão maltratou, o PSD promete aumentar as pensões mais baixas para um valor igual ao que é hoje o salário mínimo nacional. Valor que resulta, é bom recordar, de sucessivos aumentos a que se opôs, garantindo que teria um efeito desastroso no emprego e nas empresas. Agora, mais perto das eleições, diz que foi boa ideia. Já ouvimos estas promessas muitas vezes. Depois de feitas, em campanha, o PSD chega ao governo e explica-nos que terá de ser tudo ao contrário. Foi assim com Passos Coelho, que mentiu durante a campanha, dizendo que nunca faria o que sabia perfeitamente que iria fazer. Já tinha sido assim com Durão Barroso, que inventou uma crise artificial com o discurso da “tanga”, cometendo a proeza de, com uma austeridade desnecessária, colocar Portugal em recessão, quando Espanha, o nosso maior parceiro económico, crescia quase 3%. Ainda se lembram do choque fiscal? Nunca o viram, claro está. (…) Daniel Oliveira, A hipérbole “moderada” do vendedor de promessas - Expresso. Via Entre as brumas da memória.
- O cirurgião britânico-palestiniano Professor Ghassan Abu Sitta, regressado de Gaza, descreveu a evolução da agressão israelense através dos tipos de ferimentos recebidos no hospital. Explicou que as lesões evoluíram de lesões por explosão para queimaduras em grandes superfícies corporais e depois para queimaduras de fósforo branco que têm caraterísticas definidas quando os pacientes chegam ao hospital com queimaduras enrugadas. MEM.
- Um novo Estado palestiniano nunca poderia ser livre enquanto o seu vizinho, Israel, possuísse armas nucleares. Scott Ritter, Consortium News.
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